Capítulo 5

No estacionamento do Centro de Convenções, começou a me encher de perguntas sobre o meu outro trabalho.

— Já levou a carta de demissão?

— Sim, Sr. Jasper. Por sinal, ontem não lhe entreguei as anotações que fiz sobre o peso das modelos, por isso as trouxe hoje.

— Muito bem. Hoje vou lhe mostrar como é o processo de seleção das modelos. É importante que saiba para quando eu não estiver. Não esqueça de anotar tudo, para não se esquecer.

— Sim, senhor.

Por dentro havia o mesmo movimento de pessoas e repórteres, então usei o bloco de notas para cobrir o rosto como pude. Tentei fazer isso rápido e caminhamos em direção à passarela. Ele segurou minha mão que segurava o bloco e me assustei com sua ação repentina.

— Pretendia incrustar esse bloco no meu rosto, Srta. Nichole?

Quando percebi que tinha batido com ele e que sua bochecha estava um pouco vermelha, tirei imediatamente.

— Me desculpe tanto, reagi tão rápido tentando evitar que acontecesse o mesmo de ontem, que não percebi. Me perdoe, Sr. Jasper.

Sou uma idiota. Agora ele vai me fazer correr como se fosse uma atleta.

— Seja mais cuidadosa da próxima vez — ele soltou, e não parecia irritado.

— Serei mais cuidadosa.

Com esse homem só me acontecem coisas embaraçosas. Subimos à passarela e todas as modelos se alinharam. Não me diga que ele vai pegar no traseiro outra vez?

— Como foi com o instrutor? — ele perguntou em voz alta.

— Bem, Sr. Jasper.

— Estão seguindo as instruções e a rotina que lhes dei?

— Sim, Sr. Jasper.

— Reservei um tempo para o processo de seleção. Hoje escolheremos três candidatas para substituir as três colegas problemáticas que se foram. Espero que as escolhidas não me deem problemas. Estamos a pouco tempo do evento e não quero ter que eliminar mais ninguém. Espero que se concentrem nisso como devem.

— Jasper! — uma voz grossa soou e todas olhamos para a pessoa.

Era um senhor um pouco mais velho, pele branca, sobrepeso, de baixa estatura e com bastante barba. Poderia dizer que parecia um Papai Noel moderno.

Jasper sorriu e o abraçou.

— O que você está fazendo aqui, pai? Minha mãe te mandou?

— Você sabe que aquela sua mãe amarga e celulítica não liga para mim. Queria ver como estava tudo por aqui — ele me olhou e sorriu —. E essa beleza, quem é? — perguntou, olhando para mim, e olhei para trás pensando que poderia estar falando de outra pessoa.

— Ela é minha nova assistente, pai. Seu nome é Nichole; ele é Preston, meu pai.

Ele estendeu a mão para me cumprimentar.

— Que menina diferente da sua outra assistente. Como era o nome dela mesmo? Arina, farinha, tua tia, a minha?

— Karina.

— Aquela feia nem cumprimentava. Falar com a parede era mais interessante que falar com ela — ele riu, e não pude evitar rir também. — Você deveria ter cuidado com meu filho, pois ele gosta de moças como você.

— Pare de falar bobagens, pai — Jasper adicionou, desviando o olhar.

— Quando diz como eu, a que se refere?

— Com um pouquinho de carne, claro. Você o vê magro, mas ele gosta muito de comer. É um comilão, saiu ao pai.

Ao olhar para Jasper, seu rosto e orelhas estavam vermelhas.

— É melhor você ir embora, pai. Você está incomodando meu assistente.

Ele estava mesmo guardando isso, hein?

— Te incomoda o que eu digo, senhorita? — perguntou o Sr. Preston.

— Claro que não. É bom saber que ainda existem pessoas que gostam de mulheres mais cheinhas.

— Eu também gosto, pena que acabei casado com uma tábua — ele riu, e sua risada foi muito contagiosa.

Queria rir tanto, estava a ponto de explodir de riso, mas me controlei. Ele está falando da mãe do meu chefe e eu poderia irritá-lo ou acabar sendo demitida.

— Acho que você e eu vamos nos dar bem. Você tem cara de quem gosta de se divertir, rir, da zoeira e tudo mais. Não me engano com as pessoas. Pode se sentir à vontade comigo. Não mordo, a menos que tenha um bom motivo — ele riu.

— Já chega, pai.

— Não se sinta desconfortável. Você gostou do corpo dela e por isso a contratou, certo?

— Pare de fazer esse tipo de comentário estranho. Vai fazer com que ela pense mal de mim — ele me olhou. — Não dê atenção ao que ele diz. Ele está louco!

— Te deixo aos cuidados desse orgulhoso. Espero que não te dê problemas e, se der, me avise que eu mesmo resolvo.

— Obrigada por me avisar, Sr. Preston. Vou levar em consideração — sorri.

Claro que vou levar em consideração. Tudo para evitar esses castigos cruéis que ele dá.

— Já vou indo. Espero ver você de novo em breve e que meu filho se comporte. Se ele tentar se aproveitar de você, também não hesite em me informar.

— Chega, pai! — Jasper gaguejou, segurando o ombro do pai e afastando-o.

Jasper

— Não faça isso de novo, pai.

— O quê? Só estou tentando ajudar.

— Isso não é ajuda. Pare de fazer esses espetáculos vergonhosos na minha frente. O que você acha que minha assistente vai pensar agora?

— Menina linda, eu te conheço. Dá para perceber o quanto você gostou da moça. Até sua mãe falou que você está defendendo ela. Ela começou a trabalhar contigo ontem e já te deixou mole como um bolo tres leches. Espero que as coisas dêem certo para você. Vou passar mais vezes por aqui. Se precisar de algo, me avisa, você sabe que eu gosto de ajudar.

— Obrigado, pai. Eu aviso.

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