—O seu carro está no estacionamento?
—Sim, está lá.
Houve um momento de silêncio e, em seguida, ele falou:
—Obrigado pelo que fez pelo meu pai. Realmente gostaria de lhe pedir desculpas por ele. Está passando por momentos difíceis e isso o tem levado a se refugiar no álcool. Preciso cuidar mais dele. Não quero que nada aconteça por sua teimosia.
—Ele está bem?
—É complicado. Você ouviu na entrevista do outro dia. Meu pai está doente e tendo dificuldades. Eu gostaria de dedicar mais tempo a ele, mas o trabalho me impede, especialmente nesta temporada. Tenho muito a fazer e tudo se atrasou com a situação de ficar sem assistente.
—Entendo. É difícil lidar com um familiar doente. A gente quer passar tempo com eles, e não poder é frustrante. Passei por algo parecido com a minha avó. Éramos muito próximas, mas ela não durou para sempre como eu queria.
—Deve ter sido muito difícil. Imaginar uma vida sem meu velho seria muito triste. Ele é tudo o que eu tenho.
—E sua mãe também.
—Você viu que não somos muito próximos. Para mim, meu pai é o mais próximo e é quem eu mais amo.
Fiquei em silêncio sem saber o que responder.
Chegamos ao estacionamento e ele saiu comigo.
—Não precisa fazer isso. Pode ir para casa. Obrigado por me trazer.
Ele ia dizer algo, quando senti uns braços ao redor do meu corpo.
—Nichole, onde você foi com aquele senhor? Você me deixou preocupada — disse Claudia, ao ver quem estava comigo, reconheceu imediatamente —. Jasper Cooper? — ela se surpreendeu e se aproximou do meu ouvido —. Ele é mais gato do que eu pensava. Você escondeu bem, hein?
—Aquele senhor que você chama é o pai do meu chefe — eu a belisquei e ela protestou.
—Desculpa, não sabia que aquele senhor era o pai dele.
—Quem é você? — perguntou Jasper.
—Sou a melhor amiga dela — Claudia me apertou mais forte e sorriu.
—Sim, já deu para notar — Jasper ficou sério.
—Você é mais bonito pessoalmente.
—Cala a boca, Clau. Você está bêbada demais — olhei para Jasper —. Desculpe minha amiga, ela exagerou nos drinks.
—Eu estava prestes a ir para casa se você não voltasse, Nico.
—Pelo menos você esperou.
—Vocês moram juntas? — perguntou Jasper, arqueando uma sobrancelha.
—Claro, eu não te disse que somos boas amigas? — respondeu Clau, encostando no meu ombro.
—Você não me disse, Srta. Nichole.
—Também não é como se você tivesse perguntado, Sr. Jasper. Isso é importante?
—Não, de maneira alguma.
—Você é um pedaço de mau caminho. Por que não vem para casa com a gente para conversarmos?— Clau olhou para os dois amigos que trouxe e lhes gritou de onde estava —. Outro dia a gente se reúne. Já vamos.
—Clau, para com esse berreiro. Parece que você está vendendo legumes.
Estava tão envergonhada com a atitude dela, ainda mais na frente de Jasper. Ele parecia muito sério e eu não sabia o que dizer.
—Você não vai se despedir do seu encontro? Não seja tão amarga, mulher — disse Claudia.
—Não me faça passar mais vergonha, Clau. Vamos para casa. Eu disse para você não beber demais e é a primeira coisa que você faz.
—Você vem, bonitão? — Clau se soltou de mim e se jogou em Jasper.
—Como você muda rápido. É assim que diz ser melhor amiga? — Jasper a afastou, e eu segurei o braço dele.
—Entre no carro.
—Cala a boca, Nico. Deixa ele vir conosco. Você disse que ele é sarcástico, debochado, exigente, mas que é atraente. Tenho certeza de que você também quer que ele venha.
—Mais uma palavra e eu te mato — a belisquei mais forte e ela reclamou.
—Então sarcástico, debochado e exigente, é? — ao ouvir a voz de Jasper, olhei para ele.
Ele estava muito sério e eu não sabia o que dizer. Meu castigo será usar saltos altos, com certeza.
—Ela está bêbada, não sabe o que diz — dei uma risada nervosa.
—Vou ajudar — Jasper agarrou o braço de Clau e a levou para o carro dele.
—O que ele faz?
—Vou levar ela para casa. Você vai na frente e eu sigo você.
—Mas espera... — ele também entrou no carro e me ignorou.
Como isso aconteceu? Estraguei tudo. Vou ser punida agora, e com razão.
Não tive escolha senão entrar no meu carro.
Jasper
—Não vomite no carro, ou eu te jogo para fora sem pensar duas vezes.
—Não seja tão sério. Não me faça pensar que o que Nico diz é verdade.
—Vou te fazer uma pergunta direta. Qual é a sua relação com a Nichole?
—Por que você faz esse tipo de pergunta? Não entendo.
—O que você tem com a Nichole?
—Por que você está tão interessado?
—Curiosidade.
—Você gosta da minha amiga? — ela riu e tirou o cinto.
—O que você está fazendo? Coloque o cinto.
—Está muito quente aqui. Por que não fazemos algo divertido, nós dois?
—Você vai me fazer abrir essa porta e te jogar para fora do carro.
—Não seja tão frio. Você não gostaria de fazer algo comigo? — ela colocou a mão na minha perna e apertou com força.
—Se você tentar colocar suas mãos sujas em mim novamente, vou esquecer que você é amiga da Nichole. Não gosto de mulheres fáceis como você. Você é vulgar, barulhenta e feia.
—Mas você gosta delas como ela?
—E isso interessa a você? Já que estamos nesse assunto, não quero que você esteja abraçando e tocando a Nichole como se ela fosse um pão, especialmente na minha frente. É desagradável.
—O que isso significa?
—Significa que eu não gosto de você, sua idiota. Você entendeu ou ainda não? — olhei sério para ela.
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Atualizado até capítulo 20
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