A porta foi tocada e suspirei aliviada. Por sorte, fui salva pelo sino.
Levantei rapidamente e sorri.
—Preciso atender a porta, Sr. Jasper.
Jasper me olhou e ficou em silêncio.
Abri a porta e era a recepcionista.
—Preciso da assinatura do Sr. Jasper nesses documentos.
—Eu passo para ele — segurei os documentos e ela foi embora.
Maldição, pensei que levariam para algum outro lugar, como acontece nas novelas, mas estava enganada. Agora tenho que encarar isso.
Fechei a porta e ao me virar, dei de cara com Jasper.
—Ainda não respondeu minha pergunta, Srta. Nichole. Poderia respondê-la agora que não há interrupções? — sorriu e se aproximou, ficando a centímetros do meu rosto. — Se eu assumir o que digo, você não vai se incomodar, não é?
—Não se supõe que faça isso durante o expediente de trabalho.
—Muito bem. Dou-lhe um intervalo de dois minutos para responder minha pergunta — olhou para o relógio e depois me olhou. — Está em intervalo, então pode fazer e dizer o que quiser, e está fora do horário de trabalho. Agora pode responder?
—Vejo que está muito interessado na minha resposta.
—Claro. Não gosto de rodeios.
—Percebi desde que cheguei.
Jasper sorriu.
—Isso soou a ciúmes.
—Ciúmes? — ri. — Por que eu teria ciúmes do meu chefe? Só estou dizendo que não gosto de indiretas, ainda mais durante o horário de trabalho. Não quero que minhas respostas afetem meu emprego. Sou sua assistente, não uma coleguinha. Entende?
—Então me trate como trata um amigo. Quanto mais confiança criamos, mais interessante a situação fica — deu um sorriso. — Quero que se sinta confortável no seu ambiente de trabalho, e como melhor fortalecer esses laços de chefe e assistente? Isso não vai afetar você, desde que continue fazendo seu trabalho adequadamente como até agora.
—O que está querendo comigo?
—Quer que eu diga? — olhou para meus lábios e depois me olhou. — Terá que ser em outra ocasião. Já passaram seus dois minutos — sorriu e voltou para a cadeira.
Maldito desgraçado! Acabou de mexer com meus hormônios. Tentei fingir que nada aconteceu e me sentei na cadeira. Por que ele tem que ser meu chefe?
Passei o dia xingando mentalmente. Depois de terminar, fomos almoçar e depois para o Centro de Convenções. Passamos a tarde ocupados. Estava louca para chegar em casa, mas lembrei do combinado entre Claudia e eu para esta noite.
Ao sair do trabalho, fui para casa comer e tomar um bom banho. Minha amiga Claudia já estava pronta quando cheguei. Ela esteve me esperando até agora.
—Espero que não beba demais. Não quero ter que trazer uma bêbada arrastada pelos cabelos — disse a ela.
—Serão só dois ou três drinks.
—Espero que sim.
Fomos para o bar onde íamos encontrar os dois rapazes, e aquele que se apresentou chamava-se Josh. Claudia conversava com seu amiguinho e eu fiquei com Josh, procurando assunto.
—E o que você faz? — perguntei a ele.
—Sou cantor em uma banda, e você?
—Assistente.
—Quantos anos você tem?
—25, e você?
—19.
—Você é um bebê perto de mim.
—Não é tanto assim.
—Pena que não possa beber álcool.
Estava me sentindo entediada, já quero ir para casa. Como ela teve a ideia de trazer um moleque para esse lugar? Ficamos mais umas duas horas, e eu já estava tão cansada que planejava ir embora, quando vi um homem subir em uma das mesas. Estava bêbado e dançando.
—Esse não é o Preston, pai do Jasper? O que ele está fazendo?
Todos olharam para ele e riram. Um segurança chegou para tirá-lo de lá e me aproximei.
—Espera, eu conheço ele — disse ao segurança.
—Não podemos permitir esse tipo de comportamento aqui.
—Desculpe, eu cuidarei dele.
—Você é a bonequinha daquele dia? Que surpresa vê-la neste lugar — disse Preston, me agarrando e recuei.
Estava bêbado como uma tampa, só por isso deixei passar.
—Isso mesmo. Preciso tirá-lo daqui. Por que está nesse estado, Sr. Preston?
—Não precisa ser tão formal, querida. Pode me tratar de você. Não está no horário de trabalho, e mesmo se estivesse, eu não reclamaria.
—Preciso levá-lo para outro lugar. Trouxe o carro?
—Sim, está lá fora.
—Mas não pode dirigir assim. É melhor que chame seu filho.
—No, você pode me levar. Gostaria que uma mulher bonita me levasse de carro pela primeira vez, minha esposa nem mesmo faz isso.
Não quis protestar e o tirei do local. Nem mesmo falei com a Claudia, mas depois explico para ela.
—Qual é o seu carro?
Ele me levou até o seu carro e me deu as chaves. O ajudei a entrar e coloquei o cinto nele. Nos problemas em que me meto, mas não podia deixá-lo ali.
Pedi o endereço e fui dirigindo até chegar em uma casa. Era bem grande e tinha um portão elétrico, que ao se aproximar com o carro, se abriu. Estacionei o carro em frente e, ao descer, vi o Jasper saindo da casa.
—Sr. Jasper — fiquei nervosa ao vê-lo.
Ele olhou para o carro e viu o Preston.
—Mais uma vez você faz isso. Desculpe os transtornos que meu pai causou.
—Não sabia que essa era a sua casa.
—É sim.
Ele foi até o carro e ajudou o Preston a descer. Me fez entrar com eles e sentou o Preston no sofá da sala. Fiquei em um canto, fora do ambiente.
—Relaxe, papai. Eu cuidarei disso. Você precisa parar de beber assim. O que há com você?
—Foram só umas cervejinhas.
—Umas cervejinhas? Vejo que essas cervejinhas estavam bem fortes.
Jasper me olhou.
—Como vocês estão juntos?
Contei a ele e depois ele olhou para o Preston.
—Você é um sem-vergonha, velhinho bonito. Como se aproveita da Srta. Nichole?
—Não foi nada. Já tenho que ir. Já me encarreguei de trazê-lo são e salvo. Melhore logo, Sr. Preston — abaixei a cabeça e tentei sair.
—Espere lá fora. Ainda não vá embora — pediu Jasper.
Saí e fiquei na entrada. E agora o que ele quer?
Jasper
—Essa foi mais uma das suas, não foi? Você não está tão bêbado para estar fazendo planos por conta própria, né?
—Não sei do que está falando, filha.
—Por que você não disse a ele para te levar para sua casa, se a sua é mais perto do que a minha?
Ele ficou pensando e sorriu.
—Estou muito cansado. Vou me deitar para dormir, estarei bem — deitou-se no sofá, ignorando minha pergunta.
Velho tolo. Ele e seus impulsos.
Nichole
Jasper saiu e abriu a garagem.
—Venha, não fique parada aí.
—Para onde?
—Como assim para onde? Vou te levar para casa.
—Não, não precisa se incomodar.
—Entre.
—Posso chamar um táxi ou um Uber, não se preocupe.
—Você tem uns saltos muito bonitos hoje. Onde os comprou? — ele olhou para os meus saltos e sorriu.
—Entendi!
Entrei no carro e Jasper riu.
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Atualizado até capítulo 20
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