Compartilhando o cômodo com você 17

Amaya

Algumas horas depois

Levo um susto quando a porta é trancada atrás de mim, mas o quarto espaçoso rapidamente chama a minha atenção. Estamos em um dos bangalôs do resort, um bangalô só nosso, ainda não sei se posso considerar isso uma coisa boa ou ruim.

Enquanto caminho para bisbilhotar vejo que o quarto é equipado com uma pequena cozinha, um pequeno armário para guardar as roupas, uma mesa redonda com vista para fora e um banheiro tão grande quanto o meu quarto atual.

Quando abro as portas de correr e vou lá para fora fico um pouco espantada com o tamanho da jacuzzi.

O nosso bangalô fica em um espaço mais reservado, com plantas ao redor nos dando um pouco de privacidade, mas ainda assim temos um caminho que nos dá acesso as piscinas.

Quando volto para o quarto fico surpresa ao ver que Quinlan já está acomodado em uma poltrona com o seu tablet mãos.

Amaya: Por que não escolheu um dos quartos do hotel? E preferiu um bangalô. Pergunto já que tínhamos essa opção.

O lugar que ele escolheu é consideravelmente mais afastado, me pergunto o que pretende com isso.

Sem olhar para mim ele responde, sua atenção ainda em seu tablet.

Quinlan: Vamos ter mais privacidade aqui do que no hotel, sem contar que temos mais espaço.

Amaya: É um pouco mais afastado das pessoas também.

Quinlan: Não é como se estivéssemos afastados da civilização, não precisa ter medo Amaya. Ele finalmente olha para mim.

Coloco as mãos em minha cintura para lhe responder.

Amaya: Não tenho medo de você. Respondo na defensiva.

Quinlan: Isso é bom... Ele volta para o seu tablet. Além do mais aqui vou poder ter um pouco mais de silêncio, um hotel é cercado por quartos de todos os lados... Eu conseguiria ouvir todos eles a minha volta.

Então é por isso, como eu não pensei...

Quinlan: deveria ter descoberto o quão reclamona você é antes de me casar com você.

Amaya: Agora é tarde, não pode mais me devolver... e não estou reclamando, apenas fiz um questionamento.

Quinlan: me pareceu mais uma reclamação.

Penso em revidar com alguma coisa, mas nada me vem a mente.

Então eu vou até a cama e me sento, percebo as nossas malas em um canto do quarto.

Quinlan: Você deveria ficar feliz... Os bangalôs são mais caros que os quartos do hotel, e por isso temos acesso a mais serviços... Além de estarmos mais próximos das piscinas e da praia.

Amaya: você já deve estar acostumado por ser um cliente vip... Deve conhecer esse lugar de olhos fechados.

Quinlan: Na verdade é a primeira vez que venho aqui.

Duvido um pouco de suas palavras, mas não digo nada a ele.

Quinlan: As pessoas já estão comentando sobre a gente.

Amaya: o quê? Questiono sem me dar conta do que ele está falando exatamente.

Quinlan estende o seu tablet na minha direção, indicando que eu deveria ver algo, continuo sentada na esperança dele o trazer para mim, estou cansada depois de ter passado todas aquelas horas sorrindo e desfilando em cima de um salto. Não funciona, então me levanto e praticamente me arrastando vou até ele.

É um site de notícias e vejo que tem mais algumas abas abertas de sites de fofoca, fizeram a cobertura completa do casamento sem ao menos estarem presentes nele. O casal do ano, alguns deles dizem. Humanos e vampiros em matrimônio.

Amaya: Foi você quem mandou essas fotos?

Quinlan confirma com um gesto de cabeça e afrouxa a gravata em seu pescoço, tento não manter meu olhar naquela região.

Amaya: Deveria ter escolhido uma em que eu estivesse melhor. Com cara de desgosto olho para a foto que tiramos no momento do casamento.

A foto em si está muito bonita, Quinlan conseguiu melhorar ela e muito com a sua presença... E não é que eu me ache feia, é só que meu sorriso parece meio esquisito, talvez o fato de ser um sorriso falso e ser de meu conhecimento me dê essa sensação.

Quinlan: Não vejo nenhum problema com a foto.

Amaya: É claro que não vê, você saiu muito bon... Faço uma pausa. Decente nela. Me corrijo a tempo.

Devolvo seu aparelho me aproximando apenas o suficiente e então dou alguns passos para trás.

Amaya: Bom se não for mais precisar de mim eu irei tomar um banho para descansar, cansei de bancar a sua bonequinha por hoje.

Quinlan: Fique a vontade.

Pego as minhas coisas e sigo para o banheiro.

Depois de ter tomado um bom banho e estar vestindo algo bem mais confortável( um dos meus pijamas que algumas pessoas podem considerar ridículo) volto para o quarto e o encontro na mesma posição, só que dessa vez com um livro em mãos. Seu interesse parece estar totalmente voltado para ele.

Olho para a cama enorme na minha frente e decido falar o que está matutando na minha cabeça a algum tempo.

Amaya: se em algum momento você achar que seria interessante dormir deite de cabeça para baixo na cama. Digo não o expulsando, mas botando uma condição para que possamos dividir a cama.

Quinlan não diz nada, e sua falta de reação me dá a entender que ele realmente não se importa. Olho as horas em meu celular e faltam apenas dois minutos para as três da madrugada.

Deito e me enrolo debaixo das grossas cobertas, resolvo cobrir a cabeça para não ter que ficar encarando o homem a minha frente.

Meu Deus Amaya... Você se mete em cada uma. Adormeço, sem muita dificuldade.

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Quando abro os olhos percebo que toda a minha volta está envolta em escuridão, forçando um pouco mais a minha visão vejo que as cortinas estão deixando o ambiente mais escuro. Quinlan fechou as cortinas, coisa que não fiz ao me deitar.

me sento e olhando para o lado percebo que não está na cama, procuro meu celular e fico um tanto surpresa por ser apenas quatro e meia da manhã.

Vou atrás de um pouco de água já que aparentemente foi a sede que acabou me acordando. Depois vou ao banheiro e me deu conta de que Quinlan não está em lugar nenhum, olho na direção da poltrona pensando que talvez sua imagem tenha me passado despercebida, mas ele também não está lá.

Afasto um pouco as cortinas e dou uma olhada na varanda lá fora, o dia já está querendo começar a clarear, mas nenhum sinal dele.

Decido voltar para a cama, sem ter muito o que fazer.

Para aonde será que você foi? Me pergunto.

Volto a dormir quase no mesmo instante em que me deito com esse pensamento.

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