. Quinlan
Enquanto leio a última página de um documento sinto uma língua áspera lamber o dorso da minha mão. Coloco os papéis na mesinha de centro e volto a minha atenção para a coisa peluda na minha frente.
A coisa peluda é um Husky Siberiano de três anos, meu cachorro.
Quinlan: Não adianta tentar suborno Dog, você não vai subir no sofá... em breve receberemos visita.
Um pouco insatisfeito ele se deita aos meus pés ao lado do sofá.
Quinlan: Além do mais você tem um quarto só seu com seus brinquedos e uma cama bem confortável... Você não precisa do meu sofá.
Quase como se estivesse protestando ele começa uma sequência de latidos e uivos.
Ter um cachorro de estimação não foi uma escolha minha, mas vindo de quem veio eu não poderia recusar o presente. Então atualmente tenho lidado com uma criatura temperamental que no entanto tem se mostrado um ótimo companheiro.
Quinlan: Nada de biscoitos para você hoje. Digo enquanto coço a cabeça do animal.
???:, Senhor, ela já chegou.
Quinlan: Traga a até mim.
Ela assente e se retira, voltando minutos depois com Amaya.
Amaya: Você tem uma bela casa. Diz admirando as coisas a volta da grande sala.
Quinlan: Você ainda não viu nada.
Amaya: O que vi foi o suficiente para me deixar impressionada.
Com um gesto de mão eu indico para que sente no sofá de frente para mim. A humana se senta e cruza as pernas tomando cuidado para não revelar nada já que está usando um vestido.
Amaya: Que coisinha mais fofa... Ele é seu? Pergunta quando finalmente se dá conta do cachorro ao meu lado
Dog rosna ferozmente para Amaya.
Quinlan: Calma Dog, ela não vai morder você. O cachorro fica quieto.
Ela não fica ofendida, mas sim um pouco confusa.
Amaya: Você nomeou o cachorro de cachorro?
Quinlan: Não nomeei ninguém, ele já veio com esse nome.
Amaya: Nada original.
Quinlan: Teria uma sugestão melhor? Faço uma pergunta retórica que ainda assim ela responde.
Amaya: Dezenas delas... Bob, Marley, to...
Quinlan: O nome dele é Dog, e vai continuar sendo.
Amaya: Então tá. Ele se remexe, aparentemente um pouco desconfortável e novamente olha em volta.
Amaya: Você mora aqui a muito tempo? Eu imagino que deva ser interessante morar no "topo do mundo". Dá para se acostumar com toda essa altura?
O " topo do mundo "a que ela se refere é a minha cobertura triplex no topo do edifício mais renomado da cidade, que por acaso pertence a mim. Não costumo me gabar por isso, mas gosto de saber que sou o dono de todo o prédio abaixo de mim.
Quinlan: Uma pergunta de cada vez Amaya. A repreendo.
Amaya: Você tem algum tipo de problema com várias perguntas feitas ao mesmo tempo?
Quinlan: Não, Mas você pode muito bem se controlar e fazer uma de cada vez.
Ela fica quieta e nenhuma outra pergunta deixa a sua boca.
Quinlan: Me mudei para cá a apenas dois anos. Respondo sem nenhum entusiasmo. É bom trocar o ambiente de vez em quando.
Amaya: Deve ser, afinal você tem dinheiro o suficiente para esse tipo de mudança.
Quinlan:E em menos de vinte e quatro horas você também terá, ou será que se esqueceu que vamos nos casar e que virá morar aqui?
Amaya: Eu vou morar aqui? Pergunta com os olhos arregalados.
Quinlan: E onde mais seria? Não tem como manter um casamento de faixada se nem ao menos morarmos no mesmo teto.
Amaya: Eu sei, é só que... Ainda não tinha pensado nessa questão.
Reviro os olhos.
Quinlan : Então seja bem vinda a sua casa futura senhora Viscontine. Falo com um pouco de sarcasmo. Todos aqui estão dispostos a servi-la.
Ela fica calada por um tempo, e quando eu menos espero outra pergunta sai de sua boca.
Amaya: Aonde vou dormir? Não me diga que também precisamos...
Quinlan: Você terá o seu próprio quarto, bem longe do meu.
Amaya abre um sorrisinho.
Amaya: Sabe... Não me importaria tanto assim em dividir um quarto com você.
Que boquinha mais atrevida.
Quinlan: Mais eu sim...
Amaya: Eu estava brincando Quin, ser obrigada a me casar com você já é mais do que o suficiente para...
Quinlan: O que foi isso?
Amaya: Isso o quê?
Quinlan: Isso que você me chamou.
Amaya: Ah... Quin? O que foi, vai me dizer que ninguém nunca te chamou assim?
Não, ninguém me chamou desse jeito.
Amaya: Você também pode me chamar de May, já que vamos nos casar e tudo mais...
Quinlan: Prefiro Amaya, ou humana.
Amaya: Humana? Santo Deus, eu mereço... Afinal de contas vampiro, o que você tem para me dizer? Pergunta impaciente.
Ignoro seu comentário, enquanto observo Dog sair do cômodo.
Quinlan: Como eu já vinha dizendo você vai ter um quarto separado, ele está sendo preparado neste exato momento... Terá tudo o que precisar nele, suas roupas novas estão sendo organizadas em seu closet...
Amaya: Roupas novas? Mais eu não comprei... Já entendi, sua futura esposa precisa de roupas adequadas para qualquer ocasião que surgir.
Quinlan: Exatamente, eu me certifiquei de que não lhe esteja faltando nada, no entanto fique a vontade se quiser trazer algo de casa, não terá problemas utiliza-las aqui, se o fizer faça hoje visto que amanhã não terá tempo para essas coisas.
Ela concorda.
Quinlan: Mandarei buscar as coisas que julgar necessário trazer para cá, seus objetos pessoais estarão em seu mais novo quarto quando voltamos...
Amaya: Voltamos de onde? Vejo a curiosidade estampada em seu rosto.
Só então percebo que não lhe informei toda a nossa programação de amanhã.
Quinlan: Ah, sim... Depois do casamento e do jantar de comemoração faremos uma viagem de lua de mel.
Amaya: Lua de mel? Nós teremos uma lua
de mel?
Quinlan: Uma falsa lua de mel.
Amaya: Você me matou de susto Quinlan. Fala soltando a respiração.
Quinlan: Calma Amaya, não precisa morrer agora.
Amaya: Não teve graça.
Quinlan: Eu sei disso, e agora voltando ao que interessa, faremos uma viagem para a nossa falsa lua de mel... ficaremos fora por dois dias apenas.
Amaya: Só isso?
Quinlan: É todo o tempo de que precisamos, vamos ficar hospedados em um resort na praia, basicamente teremos de ser o casal feliz curtindo o pós casamento... Sorriremos para cada foto nossa que for tirada. Fingiremos ser a melhor coisa um do outro para os paparazzis que invadirem o nosso caminho.
Amaya: Se você diz, também não é como se eu pudesse me negar a algo.
Quinlan: Você pode me negar muitas coisas Amaya, mas o casamento não vai ser uma delas.
Ela me encara.
Amaya: As pessoas não vão estranhar essa viagem tão curta, dois dias apenas? Casais apaixonados costumam ficar fora por mais tempo do que isso.
Quinlan: Sou um homem muito ocupado com os negócios, eles sabem disso, não vão estranhar, e futuramente podemos fazer uma viagem mais longa com a desculpa de que estamos recuperando o tempo que não teremos agora... Veremos isso depois.
Passamos algum tempo combinando algumas coisas.
Uma bandeja com café e alguns bolinhos recém feitos são trazidos da cozinha e colocados na mesa de centro próximo a Amaya, ela se serve enquanto conversamos.
Amaya: Não vai querer um? Estão deliciosos.
Quinlan: Não... Já estou satisfeito.
As vezes eu sinto que ela se esquece o que eu sou , e só por isso age normalmente ao meu lado.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Fatima Gonçalves
gente eu acho que ele não come comida
2024-10-16
0
Suna
o cachorro vive melhor que eu
2024-10-15
0
Jeanne Maezinha
essa lia de mel promete
2024-10-04
0