Pombinhos apaixonados 15

                Amaya

Mesmo que eu usasse todo o bom gosto que possuo não conseguiria deixar esse lugar tão esplêndido como ele se encontra neste exato momento.

Estamos no segundo andar de um imenso salão e a decoração não poderia estar mais perfeita. Jarros com os mais diferentes tipos de flores brancas e rosas decoram os espaços e as inúmeras mesas, imensas janelas adornadas com cortinas delicadas em um tom de cinza claro, o piso de mármore que cobre todo o espaço e o enorme lustre que se encontra no centro do salão te dão a sensação de estar dentro de um palácio.

O lugar é tão grande que poderia ser considerado um exagero se não fossem os cento e cinquenta convidados espalhados por todos os lados, alguns já estão sentados em suas mesas, mas a boa parte está de pé conversando.

Quinlan me apresentou as pessoas mais importantes ali presentes e talvez seja um pouco desanimador pensar que só conheço cinco delas( Meus pais, irmãos e Tori), ok, são sete se consideramos seu pai e seu irmão. Também não é de se surpreender que a maior parte dos convidados, ( cento e trinta para ser mais exata) são vampiros. Meu atual esposo resolveu me informar para o caso de eu ficar na dúvida.

Quando passamos por um garçom Quinlan pega duas taças e me entrega uma delas, não deixo de notar que o líquido da sua é um pouco mais escuro e espesso do que o vinho da minha.

Amaya: Todos os vampiros aqui sabem a verdade sobre o nosso casamento? Pergunto tomando cuidado com o tom de voz.

 Ele me conduz para um canto e ficamos diante de uma das imensas janelas, observamos um pouco a escuridão do lado de fora.

Quinlan: Não, depois do meu pai e irmão somente alguns primos e tios sabem da verdade.

Depois que fala eu o observo tomar um pouco do líquido estranho de sua taça, meu corpo estremece e resolvo olhar em volta, quando o faço percebo a quantidade de olhares que estão sobre mim, em especial as vampiras.

Todas elas são muito bonitas, elegantes e possuem um ar de superioridade. Possuem gestos delicados e percebe-se serem criaturas alegres, em especial quando você as vê rindo todas ao mesmo tempo, é um som angelical e tão assustador ao mesmo tempo.

Quando olho para um canto do salão percebo um trio de vampiras que me encaram, mas não como as outras, essas parecem esperar o momento perfeito para acabarem comigo... Por algum motivo elas me odeiam.

Amaya: Você já teve um caso ou algo do tipo com alguma daquelas ali? A julgar pela forma que me olham se dependessem delas eu não passaria dessa noite

Quinlan que até então estava prestando atenção no céu lá fora vira a cabeça e olha na mesma direção que eu.

Depois de ver os olhares que estou recebendo ele segura meu braço e me coloca bem na sua frente, minhas costas contra a janela, com seu corpo grande e musculoso a centímetros de pressionar o meu. Ele apoia sua mão em punho no vidro da janela, ao lado da minha cabeça.

Amaya : O que você tá fazendo? Pergunto um pouco assustada.

Ele olha para mim antes de responder.

Quinlan: Só mostrando para elas que eu me importo o suficiente com você a ponto de comprar uma briga com qualquer um que ousar toca lá sem a sua permissão.

Engulo em seco , quando foi que ele ficou tão possessivo com relação a mim?

Olho para a direção do trio já que Quinlan com todo o seu tamanho não me permite vislumbrar mais nada.

Amaya: Você não me disse se já teve algo com alguma delas?

Suas pupilas se dilatam e só percebo por estar olhando bem para seus olhos.

Quinlan: Não, nunca tive nada com nenhuma delas... mais elas queriam...

É como se um alívio invadisse a minha mente.

Amaya: E quem são elas afinal de contas?

 Quinlan volta a encarar as três enquanto responde.

Quinlan: São primas de um grau tão distante que o parentesco é quase nulo.

Talvez isso seja algo comum entre a espécie deles.

Amaya: Elas são tão diferentes, provavelmente são menos confiáveis do que as outras que estão rindo pelo salão.

Quinlan: Sim são, mas não se engane, apesar das doces risadas que você ouve algumas delas são mais perigosas do que alguns dos homens de nossa espécie... As aparências enganam Amaya, principalmente quando se é um vampiro.

Quando termina de falar toma outro gole de sua taça.

Amaya: Por favor, me diz que isso não é sangue.

Quinlan: Não direi se não me perguntar.

 Deixo um barulho de desgosto escapar de minha boca.

Amaya: Você não vai me beijar depois de ter bebido isso. Falo sem pensar direito.

Me encara por alguns segundos antes de dizer.

Quinlan: E o que te faz pensar que pretendo beija- lá de novo?

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