No seu caso eu não aceito um não como resposta 5

Amaya

Tomo mais um pouco do meu vinho, mal tenho tempo de colocar a taça sobre a mesa e Quinlan se põe a falar.

Quinlan: O que você me diria se eu te dissesse que quero me casar com você?

Fico um tanto surpresa e confusa.

Amaya: Eu não teria muito o que dizer a não ser que você provavelmente bateu a cabeça no caminho até aqui...mas enfim, isso não vai acontecer.

Quinlan: você vai se casar comigo. Ele afirma cheio de convicção.

Que coisa, além de vampiro ele é maluco.

Amaya: O quê? Não... Não vou me casar com você, que motivos eu teria para...

Quinlan: A escolha não é sua, estou dizendo que vamos nos casar e é o que vamos fazer Amaya...se acostume com a ideia.

Amaya: Me acostumar com a ideia?... Solto uma risada bem espontânea. É comum da sua espécie ditar regras e achar que todas elas serão acatadas?

Quinlan ignora a minha pergunta e pega o celular.

Quinlan: Amaya Castro, vinte e três anos... não nasceu aqui, é de um país da América do sul... ainda mora com os pais e os dois irmãos mais novos...qual era mesmo o nome deles? Ah sim, Benjamin e Elena... gêmeos onze anos mais novos que...

Amaya: Como você sabe de tudo isso...eu não... Uma preocupação muito grande me invade.

Quinlan: Só precisei saber o seu nome e fazer a ligação para a pessoa certa.

Agora eu sei o que fazia nos minutos que ficou ausente.

Amaya: O que você pretende com tudo isso?

Quinlan: Fazer com que você se case comigo sem haver maiores complicações... E acredite ou não Amaya, nós iremos fazer isso... é o mínimo depois de ter me feito perder tempo.

Amaya: Também não é como se eu quisesse estar aqui...e isso me lembra que não sou obrigada a permanecer nesse... Começo a me preparar para sair dali.

Quinlan:Amaya Castro... você não vai querer sair por aquela porta. Ele olha na direção da porta do restaurante.

Amaya: Ah não vou? Pois prepare-se para me ver sair por ali sem nem ao menos olhar para trás.

Antes de ir decido tomar o restante do vinho em minha taça e Quinlan se aproveita disso para começar a falar.

Quinlan: Então você está disposta a perder tudo...

Amaya: Não tenho nada a perder não aceitando sua proposta.

Quinlan: Então você não se importaria de perder o seu emprego... ser mandada de volta com sua família para o seu país sem nenhum recurso? Sem seus bens ou dinheiro, sem nada...

Amaya: Não tem como você fazer isso... Digo mais para mim mesma.

Quinlan: Faça o teste então, saia por aquela porta...eu te garanto irá se arrepender mais rápido do que o tempo que levou para me dar uma resposta... Sou eu a pessoa que tem vantagem aqui, tenho os recursos necessários e conheço as pessoas certas para que sua família nunca mais saia do buraco que pretendo colocar vocês.

Tranquilamente ele pega sua taça e dá o primeiro gole em seu vinho.

Amaya: Porquê tá fazendo isso comigo? Escolhe alguém da sua espécie ou então alguma outra pessoa que queira fazer isso. Tento argumentar enquanto sinto o desespero tomar conta de mim.

Quinlan: sinto muito Amaya, mas foi você quem entrou no meu caminho...e agora é você que eu quero.

Amaya: Não eu não quero... Escolhe outra pessoa... vocês vampiros tem muitas fans dispostas a aceitar...

Quinlan: Elas não servem.

Amaya: E eu sirvo?

Quinlan: Com toda a certeza.

Apoio os cotovelos na mesa e levo as mãos ao rosto.

Amaya: Não quero fazer isso... Eu...

Quinlan: Eu não menti quando disse que íamos nos casar, mas não pretendo te impedir fisicamente de sair por aquela porta...a escolha é sua... Só tenha certeza de que quer lidar com as consequências.

Ele é um vampiro, e vem de uma família influente e com muito dinheiro, não duvido que ele realmente seja capaz de fazer o que disse... Acho que é justamente por não me conhecer que Quinlan não sente remorso algum pelo que pretende fazer a mim e a minha família...ou talvez ele só não tenha qualquer tipo de sentimento.

Olho para Quinlan com os olhos cheios de lágrimas... não vou chorar. Ele me encara por um tempo e então desvia o olhar.

Amaya: Talvez eu não tenha muita escolha a não ser aceitar a sua proposta. Falo com a voz fraca.

Quinlan: Nunca foi uma proposta Amaya e sim um fato... nós vamos nos casar. Volta a olhar para mim.

Amaya: Talvez você tenha razão. Cruzo meus braços e fico quieta em minha cadeira.

Quinlan: Apesar de tudo não vai ser um casamento vantajoso apenas para mim... Pelo que sei você e sua família possuem um número bem grande de dividas para a quantidade de dinheiro que possuem e como se tornará a minha esposa posso liquidar todas elas... seria meio que uma compensação pelo casamento...sem contar vida que levará depois disso, não vai mais precisar trabalhar, terá roupas caras, frequentará os melhores estabelecimentos da cidade, fará viagens para outros países... e terá disponível dinheiro para usufruir do bom e do melhor.

Não entendo como seria vantajoso para ele se casar comigo, talvez eu pergunte em algum momento.

Sei que provavelmente vou soar como uma idiota, mas ainda assim, independente de todo o conforto e benefícios que terei ainda não considero tudo isso uma boa ideia... nós nem nos conhecemos de verdade...e casamento é para a vida toda não é? Pelo menos é no que acredito...

Amaya: por quanto tempo ficaremos casados? Decido perguntar.

Quinlan: Tempo o suficiente para eles enjoarem da nossa cara.

Eles quem?

Quinlan:... até que a morte resolva arrancar você de mim. Diz inesperadamente.

Fico em silêncio por não ter nada a acrescentar.

Quinlan: Acho que já podemos ir embora... Conversaremos melhor amanhã.

Amaya: Como quiser... não tenho mesmo mais vontade de continuar aqui.

Não comemos nada... não acho que conseguiria colocar alguma coisa no estômago de qualquer forma.

E então nós saímos, Quinlan seguindo logo atrás de mim.

Quando saímos para a noite fria, sem que eu espere Quinlan passa seu braço pela minha cintura e mantém sua mão ali enquanto caminhamos.

Sinto um frio percorrer minha espinha quando ele o faz, e por incrível que pareça não foi por medo... talvez eu só esteja consciente demais do seu corpo ao lado do meu.

Quinlan: Veio com seu carro?

Amaya: Não...e de qualquer forma eu não tenho.

Quinlan: Vou te deixar em casa...

Amaya: Não obrigada, prefiro ir de táxi.

Ele não diz nada então andamos mais um pouco em silêncio na rua...sua mão ainda em minha cintura.

Amaya: Vai precisar do meu número? Você disse que...

Quinlan: Eu já tenho o seu número... amanhã entrarei em contato.

Eu assinto e me pergunto como ele conseguiu o meu contato.

Depois de um tempo paramos de andar e Quinlan chama o táxi para mim.

Ele abre a porta do carro para mim e quando faço menção de entrar Quinlan me puxa para junto de si .

Uma de suas mãos vai até a minha nuca, encontrando os meus cabelos e a outra fica nas minhas costas. Quinlan se abaixa deixando seu rosto bem próximo ao meu... ele olha para os meus lábios e realmente poderia me beijar se quisesse, fico esperando isso acontecer, mas ele não o faz.

Quando se aproxima diz algo em minha orelha que me deixa com os pelos da nuca arrepiado.

Quinlan: Sei que o que estou fazendo é errado Amaya...espero que você possa me perdoar algum dia.

Encaro fixamente os seus olhos verdes tentando encontrar alguma coisa ali...

Quinlan me solta tão rapidamente quanto me segurou e com um gesto de cabeça me manda entrar no táxi.

Ele conversa algo com o motorista e paga o valor da viagem.

Fico olhando para ele pela janela enquanto o carro está em movimento.

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