Seu lar é o seu melhor lugar 3

Amaya

Meu trabalho não fica longe de casa, por isso estou fazendo o percurso de volta a pé.

Olho para o outro lado da rua e vejo um cara parado na calçada observando as pessoas. Será que ele é um vampiro? É a primeira coisa que penso.

Apesar dos vampiros existirem e de os vermos em notícias e programas de tv com uma frequência maior do que eu realmente gostaria, não é comum você se encontrar com um deles na rua... Não é como se você os achasse nas esquinas.

Eu mesmo nunca esbarrei com um vampiro...eu acho,... reformulando, que eu saiba nunca esbarrei com nenhum deles... não dá para ter cem por cento de certeza.

Eles andam livremente entre nós a alguns anos, mas ainda são tratados como coisas de outro mundo, e por isso se fala bastante sobre a existência deles.

Tem até uma família de vampiros, não me recordo do nome agora que é a mais famosa de todas... E acreditem ou não eles possuem fans.

Uma bando de mulheres e adolescentes malucas que muitas das vezes acabam fazendo tatuagens em homenagem a eles, símbolos, presas ou até mesmo frases do tipo: I love you vamp; my vamp. Algumas até se oferecem para serem sugadas... Fala sério, já é estranho demais aqueles que vendem o próprio sangue.

Por mais que alguns deles sejam muito bonitos admito, eu nunca faria uma coisa dessas.

****

A primeira coisa que ouço quando chego em casa e a discussão de Benjamin e Elena, aparentemente estão brigando para ver quem vai ficar com o pouco do cereal que resta caixa. Eles são gêmeos e fizeram doze anos recentemente, amo meus irmãos... Eles são uns pestinhas.

Acabo com a discussão pegando a caixa de cereal e a segurando bem no alto.

Benjamin: Me dá Amaya, é meu...

Elena: Nada disso eu peguei primeiro...

Amaya: Onde estão as roupas que a Tori mandou o motorista trazer?

Elena: No seu quarto, a mamãe não deixou eu mexer nelas. Cruza os braços e fica emburrada.

???: As coisas não são suas Ele, por isso não deve mexer nelas. Diz entrando na cozinha

Amaya: Fez bem mãe, se acontecer alguma coisa com aquelas roupas a Tori fica maluca.

Eu entrego o cereal a Elena que vai muito feliz atrás de uma tigela e do leite, Benjamin me olha com cara feia.

Amaya: Me desculpe Benj, mas eu sou mulher e nós mulheres ajudamos umas as outras.

Benjamin: Sei...

Mallory: Como foi no trabalho querida? Pergunta realmente querendo saber.

Amaya: Ah o mesmo de sempre... Flores, flores...

Mallory: e flores. Completa com uma risada. O que vai querer para o jantar hoje? é seu dia de escolher...

Amaya: A senhora pode escolher mãe, não vou jantar em casa hoje... Eu meio que tenho um" encontro"...

Mallory: Hummm... é alguém que já estudou com você? Ou talvez alguém que conheceu durante o trabalho.

Amaya: Não posso contar agora, mas eu falo alguma coisa em coisa breve.

Não gosto de mentir para ela, mas contar a verdade não é exatamente uma opção no momento.

Mallory: Então tá, se divirta.

Ela fala essa última frase em português e penso em como o sotaque da minha mãe falando o meu idioma é tão fofo.

A minha mãe nasceu e cresceu aqui nos Estados Unidos e meu pai é muito, mais muito brasileiro... nasceu e foi criado em São Paulo.

Eles se conheceram quando minha mãe fez uma viagem a turismo para o Brasil...o amor deles foi tão grande que minha mãe ficou e aprendeu a falar o nosso idioma, se casou com papai e foi basicamente assim que Mallory ganhou um sobrenome Brasileiro: Mallory Castro.

Eu e meus irmãos também nascemos no Brasil e só viemos morar aqui no EUA a uns dez anos atrás.

Na maior parte do tempo nos comunicamos uns com os outros em inglês, mas tentamos manter o nosso português e alguns costumes de nosso país vivos dentro de casa.

Amaya: Já vou subir, tenho que tomar um banho e começar a me arrumar.

Minha mãe me dá um sorriso e vou até às escadas.

As vezes eu penso: Poxa Amaya você tem vinte e três anos, deveria ser mais independente, morar sozinha , mas existe alguns motivos para eu já não ter feito isso.

1° Não tenho condições financeiras para fazer isso agora, eu teria que dividir um aluguel com uma amiga ou namorado...( Nota: meu último relacionamento terminou a dois anos)

2° Não me vejo morando sozinha, morar sozinha significa que eu vou... Morar sozinha.

3° Meus pais não me pressionam para que eu saia logo de casa , na verdade eu até acho que eles gostam de eu ainda morar com eles.

E são esses os meus motivos ou desculpas, não vejo muita diferença entre um e outro.

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Comments

Suna

Suna

KAKAKAKSKSK

2024-10-15

0

Jeanne Maezinha

Jeanne Maezinha

ela nem desconfia que vai se encontrar com um vampiro

2024-10-03

0

Marcia Cristina Carneiro

Marcia Cristina Carneiro

05/09/24/ será que ó encontro com ó vampiro aí qual dó dóis tá maís lascado encontro às cegas

2024-09-05

4

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