Capítulo 17

- Rosita, o que aconteceu com a minha menina? Porque não para de rir? _ perguntou a avó, visto que, embora Sol tentasse reprimir o riso, era impossível para ela.

Não sei, avó, será que ela finalmente ficou louca?

Não diga isso, sua boba, como é possível que minha menina tenha ficado louca? Tenho certeza de que ela fez alguma travessura. Ultimamente, ela tem aprontado muito, bom, pelo menos ela parece feliz.

A senhora tem razão, avó, mas vou perguntar a ela, para ver se ela me conta.

_ Na sala

Aahhh... minha princesa, guardas, um médico, por Deus, minha menina!

O duque, ao ouvir o grito, saiu de seu escritório, assim como vários criados que estavam por perto.

Sebastião: O que aconteceu?

Ele perguntou ao vê-la desmaiada e toda desgrenhada.

Maricela: Alguém atentou contra a vida da minha princesa, duque, faça justiça por ela, talvez a... A... não, não, não...

A duquesa imaginava o pior ao vê-la daquele jeito.

Sebastião: Calma, mulher, suas roupas estão intactas, talvez ela só tenha caído e batido a cabeça.

O duque se abaixou e a examinou atrás da cabeça, encontrando um grande galo. Ele a pegou no colo e a levou para seu quarto.

Sebastião: Deixem-na descansar, ela só caiu, está com um galo na cabeça.

Ele se virou e foi em direção à porta para sair, mas foi detido.

Maricela: Duque, pretende ir embora? Não ficará aqui comigo cuidando da nossa filha?

O duque se virou e olhou para ela fixamente, franzindo a testa.

Sebastião: Você me vê no quarto de Sol? Sol, sim, é minha filha, Sandra, bem, ela é só sua filha, não é minha obrigação ficar com ela. Estou indo embora, tenho trabalho a fazer.

O duque continuou seu caminho e saiu do quarto, deixando Maricela irritada.

Ele sabia que sua filha tinha algo a ver com o ocorrido, sentia como um déjà-vu, como se já tivesse vivido uma situação igual, era estranho, mas muito vívido. Mesmo assim, ele apoiaria sua filha.

Não pôde evitar caminhar em direção ao quarto de Sol, precisava verificar se ela estava bem.

A porta não estava totalmente fechada, então ele ouviu a conversa entre as duas garotas.

Sol explicava como as coisas tinham acontecido, também dizia que talvez logo descobririam sobre seu local secreto de treinamento, já que a bruxa mais nova a havia encontrado no quarto de serviço e que descobririam suas coisas. Mas mesmo assim ela negaria tudo e que seu álibi eram elas. Que se alguém perguntasse se ela havia saído, deveriam dizer que não, que ela estava dormindo.

O duque riu com a declaração, não entrou no quarto, mas mandou chamar alguns de seus homens. Eles foram com ele até o pequeno quarto de treinamento de Sol. Ao entrar, o duque e seus homens se surpreenderam com as coisas que havia ali. Sol tinha uma pequena academia, bastante completa, havia mandado fazer uma cama multifuncional (para fazer abdominais, levantar pesos, etc.), halteres, polias, um sistema de polias embutido na parede, um saco de pancadas. Não era muito, mas era completo.

O duque se perguntava em que momento e com que dinheiro sua filha havia mandado fazer tudo aquilo, ele não se lembrava de sua filha ter lhe pedido dinheiro.

Sebastião: Desmontem tudo e levem para o lado norte da mansão. Procurem o quarto maior e organizem tudo, assim como encontraram aqui. Depois, coloquem alguns guardas na entrada dessa área, todos estão proibidos de entrar lá, exceto minha filha Sol.

Guardas: Sim senhor.

Sebastião: Depressa, em breve receberei visitas. Que ninguém os veja e, se alguém os vir, mandem-nos fechar a boca ou eu mesmo a fecharei.

Os guardas assentiram e rapidamente desmontaram tudo, outros dois guardas se juntaram para poder levar tudo em uma única viagem. Depois, se encarregaram de encher o quarto com coisas de banheiro. Nunca houve uma academia ou local de treinamento como se dizia naquela época.

_ Vocês querem saber o que aconteceu?

Bem, resumindo, Sandra acordou com uma terrível dor de cabeça, o médico lhe deu um remédio para diminuir o desconforto. Assim que se sentiu melhor, começou a culpar Sol e a falar sobre o lugar onde Sol fazia "coisas de homem", coisas que uma dama não faria. Maricela, furiosa, foi até o quarto de Sol e a encontrou dormindo profundamente. O duque ouviu tudo, mas preferiu deixar que sua filha cuidasse de tudo, ela era muito capaz.

Na discussão, Sol negou tudo, mas, segundo a duquesa, como ela poderia justificar aquele quartinho onde fazia coisas indecentes? Sol não respondeu nada a respeito, a deixou gritar como se estivesse louca.

Maricela: Vou contar ao seu pai sobre aquele lugar maldito, quando ele vir, ele vai acreditar em mim, sua mocosa maldita.

Ao vê-la sair, Sol pulou da cama e, ainda de camisola, correu atrás de Maricela, sabia que o duque poderia ficar zangado com ela.

Maricela bateu fortemente na porta, Sebastião saiu irritado, mas mesmo assim ouviu tudo o que a mulher dizia. Sol não se importava que descobrissem seu lugar, mas não queria que jogassem suas coisas fora.

Uma vez no local, Maricela abriu a porta abruptamente e se deparou com um quarto cheio de vassouras, panos e outras coisas.

Sol: Pai, posso explicar!

Sol correu atrás deles para entrar e explicar o que estavam vendo.

Quando Sol entrou, seus olhos se arregalaram ao não encontrar nada. O duque sorriu ao ver a expressão de sua filha. Sol olhou para ele e viu uma piscadela do duque, fazendo-a relaxar.

Depois desse incidente, a duquesa foi repreendida e teve metade de suas mesadas cortada por um mês, com o aviso de que, se houvesse outro incidente, a punição seria por um ano.

Os dias se passaram e, com eles, chegou o tão esperado dia, hoje seria o encontro entre o príncipe, Sol e Sandra.

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