Capítulo 9

Na manhã seguinte, Sol acordou com muita dor de cabeça. Aparentemente, a pancada tinha sido forte, mas mesmo assim ela estava emocionada.

Só de saber que podia fazer o que quisesse com aqueles arpões a deixava de bom humor.

Rosita: Bom dia, Sol, seu banho já está pronto.

Sol: Obrigada, Rosita. Eu me banho sozinha, não se preocupe. Por favor, prepare o vestido azul, o mais comprido dos dois.

Rosita: Tem certeza que quer usar isso, senhorita? Seu pai pode ficar zangado.

Sol: Calma, Rosita. Não sei por quê, mas sinto que algo aconteceu com o duque. Ele não está nada como eu me lembrava, então preciso descobrir até onde vai a minha sorte.

Rosita suspirou, frustrada. Aquilo podia ser arriscado, ela não queria que o duque gritasse ou batesse em Sol como já tinha feito antes. Mesmo assim, não podia fazer mais nada, já que Sol tinha se encarregado de se livrar de todos os vestidos antigos.

Rosita: Está bem, senhorita, mas, por favor, não provoque o duque.

Sol: Sim, sim, já entendi.

Sol foi para o banheiro enquanto Rosita se encarregava de procurar o novo vestido. Este era o primeiro passo para impulsionar uma nova moda. Ela sabia que não podia ser tão ousada, já que uma mudança tão radical não a ajudaria, mas sem dúvida um meio-termo era bom para tentar. Macky, em sua vida no narcotráfico, era muito boa em estratégia de venda e distribuição. Além disso, ela não tinha apenas negócios ilegais, também tinha empresas nas quais fazia lavagem de dinheiro. Muitos acreditariam que essas empresas eram uma simples fachada, mas a verdade é que funcionavam como qualquer outra. Foi assim que aprendeu muito sobre negócios, transações, marketing, entre outras coisas que a ajudariam nos negócios. Ela não era boa na cozinha, então abrir um restaurante com comida moderna, como tinha lido em outro romance, não funcionaria, já que até a água ela poderia queimar. Investimento, atualização e expansão de negócios de sucesso, era com isso que ela mandava bem nesta época.

Sol saiu do banheiro se secando com um tecido macio que usavam como toalha. Ela caminhava como se nada estivesse acontecendo com sua nova roupa íntima, enquanto Rosita só conseguia arregalar os olhos e ficar vermelha de vergonha de ver Sol andando como se nada estivesse acontecendo com tão pouca roupa, mas não disse nada.

Sol: Que lindo o meu vestido! Nunca imaginei usar algo assim. O meu estilo era jeans, botas, chapéu... Yeehaw, parceiro! Merda, me empolguei demais, pensou.

Rosita: Do que a senhorita está falando? E o que é "Yeehaw, parceiro"?

Sol: Ah... é uma expressão que inventei por causa de um romance sobre cowboys que eu li.

Rosita: Cowboys? Sol, acho que não é bom você continuar lendo esse tipo de romance.

Sol: É... mercenários, isso. Mas deixa pra lá. Agora me ajude a fechar o vestido. Por alguma razão, no meu país se diz que você pode sair do México, mas o México não pode sair de você, suspirou.

Sol: Está lindo! Agora não sinto mais calor nenhum, hahaha. O ar circula! Vamos, Rosita, vou cumprimentar o duque... quer dizer, o meu pai e sua visita.

Rosita apenas assentiu e saiu atrás de Sol, que trancou a porta do quarto. Ela não se arriscaria a deixar aquela víbora entrar no seu quarto ou, pior ainda, estragar a foto da sua mãe.

Sol endireitou a postura, firmou os pés no chão e ergueu o queixo para então descer as escadas com muita elegância.

Na sala de estar, estavam o duque, a duquesa e sua nova filha.

Sol: Reverência. Bom dia, pai. Bom dia...

Sol fez uma pausa, pois não sabia quem eram as duas pessoas que acompanhavam o duque. Na noite anterior, ele não as tinha apresentado.

Sebastião: Bom dia, filha. Venha cá, preciso lhe apresentar minha esposa e sua filha.

Sol ficou surpresa. Não por ele chamá-la de filha, ou por falar com ela com um certo carinho ou nostalgia, mas sim por não parecer impressionado com seu vestido, que, embora não fosse ousado, era algo diferente para a época. As que realmente pareciam surpresas eram aquelas duas mulheres que Sol conhecia bem, mas tinha que fingir surpresa.

Bom dia, filha. Sou a duquesa Maricela D'Angelo, e esta é minha filha, Sandra, sua nova irmã.

Sol: Maldita, que rapidez para assumir o sobrenome, mas tudo bem, aproveite enquanto pode. Muito prazer, senhora Maricela. Desculpe a pergunta, mas... Um brilho de malícia faiscou nos olhos de Sol. Sua filha é muda? Digo isso porque a senhora a apresentou e ela não disse uma única palavra.

O rosto das duas mulheres se contorceu por um segundo, mas elas conseguiram manter a compostura. Enquanto isso, a zombaria nos olhos de Sol podia ser vista a quilômetros de distância. Sem dúvida, ela estava adorando a situação.

Sandra: Desculpe-me, senhorita Sol. É que sou um pouco tímida. Prazer em conhecê-la, sou Sandra D'Angelo.

Embora possa parecer estranho, naquela época as mulheres adotavam o sobrenome do marido, daí a apresentação com o novo sobrenome.

Sol: Pai, estou com fome. Podemos ir para a sala de jantar?

Sol ignorou totalmente o pedido de desculpas de Sandra e aproveitou a mudança de assunto do duque. Não fazia ideia de quanto tempo as coisas ficariam assim, mas não perderia tempo.

Sebastião: Claro, minha querida. Vamos para a sala de jantar.

A família se levantou e foi para a sala de jantar, onde Sol se sentou ao lado do pai, no lugar que normalmente era da duquesa. A duquesa estava prestes a falar, mas um olhar do duque a fez calar a boca e se sentar do outro lado.

A mesa foi rapidamente servida enquanto o duque conversava com Sol. Todos na casa estavam boquiabertos, pois aquela cena nunca tinha acontecido nos 15 anos de vida de Sol.

As que estavam felizes, mas ao mesmo tempo desconfiadas, eram Magnólia e Rosita, pois elas tinham presenciado o comportamento de Sol em primeira mão. Mas se aquela fosse uma mudança verdadeira, ficavam felizes.

Durante a conversa, o duque disse algo que deixou todos em silêncio e surpresos.

Sebastião: A partir de amanhã, você vai treinar espada comigo. Você será minha sucessora e não aceito um não como resposta.

Sol não respondeu nada, estava em choque total, com sentimentos conflitantes, lembrando-se das palavras do seu pai na vida real, quando ele lhe passou a liderança do cartel. Depois, ela se recompôs e pensou: "Não era para eu ser a vilã? E agora o vilão, com todas essas mudanças, é o duque?".

Sebastião: Sol, está me ouvindo?

Os olhos de Sol estavam marejados. Aquela mistura de emoções do passado e do presente estavam a abalando, mas ela se recompôs e respondeu.

Sol: Sim, pai, farei isso. O senhor se orgulhará de mim, eu juro.

Respondeu Sol com a voz um pouco embargada. Só esperava que, onde quer que o seu pai estivesse, ele estivesse bem.

"Tomara que você tenha lido um romance, meu pai, e que a vida, Deus ou o diabo, quem quer que me tenha colocado aqui, lhe dê a oportunidade de ter uma nova vida", pensou Sol consigo mesma.

Espero que tenham gostado do capítulo, até amanhã!

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Comments

Mally Mrqs

Mally Mrqs

pode ser que o pai dela tenha entrado no mesmo romance que ela ..Assim ele trata Sol.como a tratava

2025-02-18

10

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Será que o duque o pai dela na vida anterior. o duque agiu da mesma forma que o pai dela na outra vida.

2025-03-23

0

Ingrid Ferreira Rodrigues

Ingrid Ferreira Rodrigues

amei, só espero que ela não fique noiva do infiel cara de pau

2025-03-25

0

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