Capítulo 01: Vossa alteza

Aqui estou eu, aproveitando o meu fim de noite de domingo, comendo fast food e terminando uma publicidade para apresentar amanhã, na esperança da bruxa não colocar mil defeitos. Trabalho a seis meses em uma das maiores empresas de publicidade de New York, a tão sonhada oferta de emprego de qualquer jovem que se forma em publicidade, conseguir uma vaga de emprego ali não é nada fácil, mais com muito esforço e o meu cérebro inteligente eu consegui passar na entrevista de primeira, contudo eu não sabia que aquele lugar tão sonhado teria uma bruxa, sim, isso mesmo que vocês ouviram, a Lauren é uma bruxa, é o ser humano mais sem coração que eu já conheci em toda a minha vida, na empresa tem vários setores, nos primeiros três andares do edifício fica os pobre e miseráveis que apelidei como classe C é o setor responsável pela campanha de marca menores, e depois vem os classe B e os dos setores maiores, classe A onde é feito a publicidade de grandes marcas, e adivinha qual é o meu setor? Classe C né, lá somos esquecidos e explorados pela Lauren, no último andar fica o escritório do chefe, e pasmem ninguém do setor classe C o viu, e olha que tem funcionários lá com anos de empresa, dizem que ele só vem duas vezes no ano a empresa, e que pega um elevador particular exclusivo dele, a única que tem contato direto com ele é a nojenta da Lauren e os, assistente, nos últimos dias a Lauren tem nos deixados loucos, pois amanhã o chefe vem a empresa, então a exploração de nós pobres funcionários da classe C estava a todo o vapor.

_Nossa, queria ter essa sua genética, comendo fast food a essa hora sem ter que se preocupar com os quilos que vai ganhar._ Fala a Natália enquanto pega água na geladeira.

_Também não é assim, eu faço caminhadas e corridas, então tudo que como agora amanhã será eliminado quando eu for correr.

A Natália é uma amiga que divide apartamento comigo, nós conhecemos na Universidade de Princeton em Nova Jersey, ela cursava publicidade mais parou no segundo semestre para seguir a carreira de modelo, quando terminei a faculdade, para preocupação dos meus pais decidi vim morar em Nova York, e a Natália que já estava morando aqui me chamou para dividir o apartamento, eu nasci e cresci em Nova Jersey e nunca havia me separado dos meus pais, após meses de negociação consegui fazer eles entenderem que para mim era melhor morar em Nova York, e era o meu sonho trabalhar na Publicity Thompson.

Luana.

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Estou atrasada o suficiente para Lauren me matar, saio do táxi com o meu café, pois não deu tempo de tomar o meu café da manhã em casa, o meu celular não para de tocar e no segundo que desviei o meu olhar para minha bolsa sinto que esbarrei é derramei todo o café em alguém, com os meus olhos fixo naquele sapato de couro fino, sabendo que dessa vez eu não esbarrei em qualquer funcionário, engulo em seco quando aquela voz feroz e fria chega aos meus ouvidos.

_É uma tola, não olha para frente, que desastrada, sujou todo meu terno._ Fala com rispidez, e isso me deixa enfurecida. Ergo a minha cabeça para olhar na cara desse idiota mimado e o respondo à altura.

_Tola na mesma medida que você, porque se esbarrou em mim, é porque com certeza também não olhava para frente!_ Falo o encarando a tentar manter firme a minha postura, o que é quase impossível, pois a muralha de homem a minha frente além de muito lindo, tem um olhar de matar. Talvez se eu fosse uma sádica, diria até que fiquei excitada com a forma fria e dominante como ele me olhava.

_Como se atreveu a falar comigo dessa maneira?_ Ele fala irritado.

_Vossa alteza, pelo visto, nunca ninguém o tratou assim, né? Pois para tudo tem uma primeira vez, e se eu não tivesse atrasada e uma chefe que é uma bruxa, com certeza eu teria uma extensa lista de palavrões para lhe xingar._ Ele arregala os olhos surpresos, jogo os meus cabelos para trás e saio me sentindo triunfante, mas logo sou impedida de dar mais um passo, pois ele segurou firme o meu braço.

_Você deve-me desculpas._ Ele fala bem próximo ao meu ouvido, e os meus hormônios femininos pulsam ao sentir seu hálito tão próximo, mas logo me recomponho e puxa o meu braço de forma ríspida.

_Até parece._ Falo e saio o mais rápido possível de perto dele, e vou em direção ao prédio.

_Tem certeza de que não vai se desculpar?

_Claro, desculpa-me vossa alteza._ Falo fazendo sinal de reverência e em seguida dou dedo para ele, que me olha como se fosse me matar, e por um minuto me arrependo, pois, não foi essa educação que o meu pai me deu, e se me visse a fazer isso, com toda a certeza ele me daria uns bons safanões, e diante daquele olhar maligno eu saio as pressas para dentro do edifício.

_ Bom dia! Luz dos meus olhos!_ Fala o Luís assim que me ver chegar.

_Bom dia!_ Falo sem ânimo.

_O que houve? Está doente? _Ele pergunta.

_Doente de raiva._ Falo enquanto ligo o meu computador.

_Nossa, e o que aconteceu para te deixar assim?

_Eu derramei café em um babaca rico, que me tratou de forma grosseira.

_Tão linda e tão desastrada, fico a pensar como consegui chegar viva todos os dias a essa empresa…

_Não testa a minha paciência, Luís, acho melhor você ir para sua mesa!

_Luana, a Lauren pediu que fosse até a sala dela._ Fala a Bruna, supervisora do nosso setor. O Luís olha-me com espanto, pois, como todos sabem, nunca vamos ao setor de classe A, exceto se fosse caso de demissão.

_Sabe me dizer o que ela quer?_ Pergunto intrigada.

_Não, mas acredito que não seja uma demissão._ Ela fala.

A porta do elevador se abriu, e nossa! Eu fico que nem uma idiota de boca aberta, olhando toda a classe e beleza desse setor, aproximo-me da recepção e uma linda loira me recebe.

_Bom dia!

_Bom dia! Você deve ser a Luana.

_Sim!

_A Lauren está à sua espera, vem que te acompanho até a sala dela._ Ela fala e começa me guiar até a sala da bruxa, ela bate na porta.

_Entre !

_Entro e lá está ela sentada na sua cadeira com toda a elegância, nem parece ser tão amarga.

_Bom dia! Senhora Lauren._ Falo e ela me olha com olhar de desdém.

_Senta!_ Ela fala de forma seca.

_ Luana, apesar de pouco tempo aqui, a supervisora do seu setor nos, relator no relatório do mês, que é uma excelente funcionária, e mostrou algumas publicidades que você fez, e realmente você é ótima no que faz, tem talento, apesar de achar que está muito cedo para te dar um cargo aqui no setor maior, mais o nosso CEO Giovanni Trajano mandou que você fosse mudada de cargo, espero que você não decepcione, e a partir de amanhã começa a trabalhar aqui no setor maior, um erro seu e será demitida, esteja aqui pela manhã cedo, vamos ter uma reunião com o Giovanni Trajano, fomos contratados para fazer uma campanha de uma grande marca, ele ficará aqui por um mês e depois volta para a Alemanha, então temos um mês para elaborar uma campanha.

_Obrigada! Darei o meu melhor._ Falo.

_Após conversar com Lauren, volto para minha mesa e logo os meus colegas vêm para minha mesa.

_Conte tudo, não esconda nada._ Fala a Fernanda.

_O que ela queria?_ Pergunta Luís.

_Aí vocês são dois curiosos!_ Falo.

_Não seja má, conta para a gente._ Fala o Luís.

_Aí tá bom.

_Depois de contar-lhes tudo, eles me olham sem acreditar.

_E como é lá em cima? _ Fernanda pergunta.

_É lindo, ‘designer’ moderno com escritórios que parecem daqueles filmes de executivo.

_Quando estiver lá, não se esqueça de nós._ A Fernanda fala abraçando o Luís, os dois fazendo cara de pobre coitados, reviro os olhos.

_Nem se eu quiser, consigo esquecer vocês, vocês são chatos, mas eu amo._ Falo me juntando a eles num abraço coletivo.

_ Vamos almoçar juntos? _ Pergunta Fernanda. 

_Sinto muito, mas hoje vou almoçar com o Ricardo, amanhã almoçamos juntos._ Falo.

_Aí não sei como uma mulher linda como você perde tempo com esse cara, vive a dar bolo em você, prefere os amigos ao invés de estar com você._ Luís fala e, no fundo, sei que ele tem razão. Namoro o Ricardo há quase um ano, no início ele era super atencioso, mas depois ele começou a estar mais com os seus amigos e deixar-me de lado.

Luís

Esse mês só o vi três vezes, ele viajou a trabalho e quando voltou, a primeira coisa que fez foi convidar os seus amigos para assistir jogo, eu fiquei de garçonete servindo cerveja e preparando comida para dez marmanjos. Chego ao restaurante e peço um suco enquanto espero ele chegar, e após quase meia hora do meu almoço perdida ele chega.

_Perdão, amor, estava esperando a Carol._ Ele fala, e a cara de ratazana da Carol abriu um sorriso falso ao me ver.

_Não tem problema!_ Falo, mas a vontade que tenho é de estrangular aqueles dois folgados.

O almoço foi como eu imaginei, era como se eu não existisse ali, a nojenta da Carol ria feito uma hiena das piadas sem graças do Ricardo, parecia mais que eles eram o casal e eu uma intrusa, chegou um momento que parecia mesmo que eles estavam a sós, não suportando mais aquela situação peguei a minha bolsa e fui ao banheiro, ali me olhando no espelho eu falei para mim mesma, não ficaria nem mais um segundo na mesa com aqueles dois, e melhor vou dar, um basta nessa porcaria de namoro, saio do banheiro decidida, vou até à mesa pego o copo de suco e despejo sobre a cabeça do Ricardo, ele olha-me sem entender o meu comportamento.

_Está ficando louca?

_Não, eu estava louca quando aceitei por meses as suas migalhas, e quer saber, você é um péssimo namorado, eu quero que você e todos os seus amigos, incluindo essa rata que rir feito uma hiena das suas piadas de merda, vá para o inferno, vão se ferrar todos vocês.

_Olha aqui, você não me chama de rata...

_Com certeza, ratazana combina mais com você, o almoço é por sua conta._ Saí dali às pressas.

_Saio do restaurante me sentindo livre, o Ricardo parecia um fardo que eu carregava, e agora me sinto livre e leve, foram meses aguentando tudo isso.

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