Capítulo 14: Emergência

Nova Jersey…

_ Não fique tanto tempo sem vir nos visitar! _ fala a minha mãe.

_ Farei o possível, estava morrendo de saudades de vocês!

_ E nós de você, se dependesse de mim ficaria aqui para sempre!_ fala o meu pai.

_Ah! Papai, amo tanto vocês!_ Falo abraçando os dois em simultâneo.

_. Mas agora preciso ir, no próximo mês venho visitá-los novamente.

 Visitar os meus pais foi ótimo para mim, por um momento esqueci a minha decepção com o Giovanni. 

Fui mimada pelo meu pai, a minha mãe tão carinhosa com aquelas comidas deliciosas que, no mínimo, devo ter engordado uns três quilos. Confesso que por um momento pensei em deixar tudo em Nova York e ficar em Nova Jersey com os meus pais.

Nova York…

Chego no apartamento, vou para o quarto, coloco as minhas malas, tomo banho, coloco um vestido e vou até o quarto da Natália para ver ela.

_ Nati?

_Natália está aí?_ Chamo, mas não responde, o que é bastante estranho, já que ela disse que estaria em casa hoje.

_ Natália? _Chamo mais uma vez, mas ela não responde, preocupada, decido abrir a porta.

Abro a porta e deparo-me com ela caída no chão corro até ela, vejo a sua pulsação e está bem fraca; desesperada ligo e peço uma ambulância.

_Por favor, venham rápido!_ Falo e desligo.

Enquanto a ambulância não chega tento reanimá-la mais sem êxito; fico desesperada em ver a Natália naquela situação.

_Ficará tudo bem!_ Falo em voz alta para tentar me acalmar.

Dez minutos depois, a ambulância chega e os paramédicos começam todo o procedimento de primeiros socorros.

The Brooklyn Hospital Center…

_ Quem é a acompanhante da Natália Davis?_ Assim que a enfermeira perguntar me levanto rapidamente.

_ Sou eu, ela está bem?

_ Veremos como ela reagirá nas primeiras 24 horas. O Dr. Derik quer conversar com você, por favor me acompanhe.

Após acompanhar a enfermeira até o consultório do médico, fico meio apreensiva, pois temo que a Natália tenha algo muito grave.

_ Boa noite!_ Uma voz grave ecoa na sala.

_ Boa noite!

_ Sou o Dr.Derik Jones.

_ Prazer Luana Rodrigues.

_Sente-se, por favor._ Ele pede, apontando para a cadeira de frente para sua mesa.

_ Você é irmã da paciente Natália?

_ Não, somos amigas e dividimos apartamento.

_ Bem, o caso da sua amiga é sério, ela tem um quadro de anorexia, fizemos vários exames e ela está desnutrida, as plaquetas estão muito baixas, fizemos uma transfusão de sangue e agora veremos como ela reagirá nas primeiras 24 horas.

_ Ela ficará bem, Dr. Derik?

_ Creio que sim!

_ Até desconfiei; faz um bom tempo que não vejo ela se alimentando, está sempre bebendo apenas água. Quando pergunto se ela comeu, ela diz que comeu fora.

_ Sua amiga precisará de ajuda, ela terá que passar com um psicólogo e começar a fazer terapias.

_ Farei o possível para ajudá-la.

_ Se ela aceitar toda ajuda, com certeza ela ficará muito bem. _Ele fala.

Após conversar com o médico e receber toda a orientação, sigo para o quarto da Natália, fico ali com ela o tempo todo. 

Ligo para os pais dela e aviso que ela passou mal sem contar o verdadeiro motivo, pois sei que cabe a ela contar sobre. A mãe dela chegará pela manhã.

Sentada de frente para a janela que dá vista para o jardim do hospital, me perco nos meus pensamentos, lembrando-me do dia do meu aniversário, do momento especial que passei com Giovanni.

 Por mais que tento esquecê-lo, não consigo, queria odiá-lo e devia odiá-lo por ter me beijado e ter feito me apaixonar por ele; quando ele já tinha um relacionamento com aquela mulher.

 Faz quase dois meses que não o vejo, as últimas notícias que tivemos foram através dos jornais sobre a morte do patriarca da família Trajano, e em todas as reportagens lá estava ela ao lado dele. 

Que burra!  Também, quem manda ser emocionada demais hein, Luana?

_ Lu… _A voz fraca da Natália me chama, me tirando dos meus pensamentos.

_Nati que bom que acordou._ Falo feliz em ver que ela está bem.

_ Que bom que está aqui…

_ Fique quieta, não fale muito, precisa descansar.

_Me perdoe, amiga; eu queria apenas ficar perfeita._ Ela fala chorando.

_ Fique tranquila, ficará tudo bem.

_ Não sei como deixei chegar nessa situação; sempre vi outras modelos passarem por isso, e pensei que jamais aconteceria comigo.

_ Agora, o importante é você se cuidar, você é linda, tem o corpo perfeito e uma carreira brilhante pela frente.

_ Quero sair dessa.

_ E você vai, agora avisarei o médico que você acordou.

Saio do quarto e assim que abro a porta esbarro-me com o Dr. Derik.

_Perdão, Dr. Derik!_ Falo envergonhada.

_Tudo bem. _Ele fala de uma forma tão gentil, que me faz lembrar do primeiro dia que conheci o Giovanni, que foi totalmente o oposto.

_ Já ia chamá-lo, a Natália acordou.

_ Que boa notícia, vim trazer sua bolsa, esqueceu no meu consultório.

_Ah sim! Obrigada.

O Dr.Derik examina a Natália mais uma vez e fala que ela está bem. Depois de alguns minutos, ele sai, deixando sozinhas.

_ Que médico gatinho; viu como ele olhava para você?_ fala a Natália.

_Até mesmo doente, você não tem jeito, hein._ Falo e ela sorri.

_ Estou fraca e não cega, vi muito bem que ele é bem gatinho e te olhou de um jeito nada inocente.

_ Como você é terrível!

Na manhã seguinte, a mãe da Natália chega ao hospital, despeço-me das duas e vou para casa; estou na frente do hospital esperando o táxi, de repente começa a chover; um carro para na minha frente.

_ Quer uma carona?_ Pergunta o Dr. Derik

_ Não, obrigada.

_Vamos, vamos, te levo em casa; essa chuva engrossará, quer pegar um resfriado?_ Ele pergunta, sem muita escolha e morrendo de vergonha, aceito a carona.

_ Obrigada pela carona!

_Não precisa agradecer, para mim, é um privilégio._ Ele fala e isso começa a dar-me a ideia de que a Natália tinha razão.

O trajeto até o apartamento parecia mais longo do que o normal, às vezes pegava ele olhando-me de canto e, para evitar conversar, fingi estar dormindo.

_Chegamos!

_ Luana acorda… _ Ouço a voz bem longe e, quando abro os olhos, me assusto.

_ Quem é você? _ Pergunto no susto e só então me dou conta, que vergonha fingir tão bem que acabei dormindo de verdade.

_Sou o Derik. _Ele fala se divertindo com a situação.

_Sim, você , deve pensar que sou doida, mas tenho esses repentes quando estou muito cansada.

_ Doida não, mas amnésia me passou pela cabeça._ Ele fala sorrindo.

_ Nossa, que vergonha! Obrigada pela carona, Dr. Derik. _ Falo doida para sair dali o mais rápido possível.

_ Disponha; esse é meu cartão, precisa de cuidados médicos, pode ligar-me._ Ele fala me oferecendo o seu cartão de visita.

_ Ah, sim, obrigada!

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