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O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 15:57]

Capítulo 25

Silvia narrando

Ele queria me intimidar com suas atitudes e reações, mas não sou burra e nem otária, ele me tirou lá de baixo porque recebeu ordem para isso, porque alguém aqui dentro desse morro não concorda com as suas atitudes. Eu tinha que descobrir algo muito sério dele para usar ao meu favor.

Eu faço o que ele me mandou fazer, eu saio de dentro daquela casa e olho para todos os lados, vendo alguns vapores de olho em mim e conforme eu ia caminhando, ia vendo que eles passava rádio um para o outro. Realmente ele tinha colocado gente de olho em mim.

Eu entro dentro de uma marcearia e vejo um vapor entrar atrás de mim, ele realmente queria me deixar coagida, mas não ia deixar ele vencer essa batalha, ele pode até achar, mas ele não ia.

—  Silvia? – A voz de uma garota soa atrás de mim e eu me viro vendo Ana Julia.

—  Ana Julia? – eu falo olhando para ela

—  Então é verdade, você está aqui com Aranha – ela fala se aproximando – você é maluca, aquele homem é o diabo.

—  Quem está falando isso?

—  O morro – ela fala

—  E fora do morro? – eu pergunto

—  Não sei, não saio daqui – ela fala.

—  É melhor a gente não conversar assim, estão todos de olho em mim e não quero te colocar em perigo – eu falo para ela

—  Eu vou para o caixa – ela fala – aqui está a lata de milho que você está procurando – ela fala me entregando.

—  Obrigada, deveria organizar melhor esse mercado para achar as coisas – eu falo – e essa marca de milho é horrível.

—  E você deveria ser mais simpática – ela fala se virando para despistar os vapores.

Ela sai em direção ao caixa e eu fico no corredor olhando as prateleiras e vejo que o vapor passa por mim e fica no final do corredor, eu olho de canto e vejo ele parado me encarando, com um fuzil enorme atravessado nas suas costas mas como disse isso não me dava medo.

Eu conheço Ana Julia da noite, sempre soube que ela morava na Rocinha, mas eu não via ela desde que o pai dela pegou ela se prostituindo em copa cabana e tirou ela de lá arrastada e isso faz uns 4 anos já.

Eu vou até o caixa e ela me encara.

—  Pula fora – ela fala baixo – Aranha é maluco.

—  Já se envolveu com ele? – eu pergunto

—  Em troca de grana para manter a mercearia do meu pai, já – ela fala baixo e eu olho de canto vendo o vapor se aproximar – você escuta histórias, a gente já vivenciou muita coisa que ele fez aqui dentro.

—  Anota na conta do Lorenzo.

—  Quem é Lorenzo? – ela pergunta quando o vapor se aproxima.

—  Aranha? Não sei como que conhece aquele demônio.

—  Coloco na conta dele – ela fala

—  Obrigada, da próxima procurarie outro lugar para ir.

—  Esse é o único querida – ela fala – vai ter que ver meu rosto todos os dias.

—  Infelizmente então – eu falo olhando para ela – porque você me dar nojo.

—  Nada ao contrário de você – ela fala – anda sai daqui sua vadia.

—  E você é o que? – eu pergunto para ela rindo

Eu saio da Marcearia e volto a andar pelo morro, vou andando pelas ruas e vejo as pessoas me encarando , assim como o vapor que estava me seguindo dentro do mercadinho, estava atrás de mim.

Quando eu me aproximo da porta da casa, eu encaro os mesmos homens que estava no baile me encarando, eu apenas entro para dentro da casa e vou até a cozinha, estava morrendo de fome e faço algo para comer.

O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 16:11]

Capítulo 26

Lorenzo narrando

—  Por favor não Aranha – o cara fala implorando pela vida

—  Ele é pai de família – a esposa fala

—  A gente vai pagar a droga – ele fala – eu prometo.

—  São 4 meses já e nada do dinheiro entrar – eu falo

—  Mas agora vsai, a gente promete – a mulher dele fala

—  Homem de família e cadê as crianças? – Leo pergunta

—  No sonho deles – eu falo rindo

—  Por favor, eu imploro pela nossa vida – o homem fala.

—  Eu dei tempo de mais para vocês – eu falo tirando a arma da cintura – agora esgotou o tempo – eu atiro na cabeça de um e depois atiro na cabeça de outro. – Manda limpar essa merda, queima tudo que tem aqui dentro dessa casa e coloca a casa para alugar.  Precisamos girar a grana que perdemos aqui.

A gente estava na baixada do morro na lateral dele, aqui muito pouco a gente frequentava,. Mas a venda era forte e o número de gente devendo também, eu saio para fora e vejo algumas pessoas observando.

—  Vaza todo mundo – eu grito – anda, vaza porra.

As pessoas vão saindo de perto, não tinha paciência para esse povo fofoqueiro.

—  Qual é o próximo da lista? – eu pergunto para MT.

—  Um filho da puta com uma divida de 8mil reais.

—  Bens?

—  Já tiramos a moto e ainda ficou devendo – ele fala

—  O que você acha?

—  Vive na boca pegando grana – MT fala

—  Realmente, ele vive dando trabalho pro aqui – Leo fala

—  Vamos passar ele então – eu falo.

Se aproximamos da casa dele e descemos das motos, tinha umas crianças brincando na frente.

—  VocÊs moram aqui? – Leo pergunta

—  Sim – um deles fala

—  Cadê sua mãe? – eu pergunto

—  Na vizinha. – ela fala

—  Então vai para lá com seus irmãos – MT fala – seu pai está ai?

—  Está. – ela fala

—  Então, vai pega aqui – eu tiro do bolso cem reais – vai até a mercearia e compra doces para você e seu irmão e sobe na quadra brincar.

—  Obrigada obrigada – ela sai correndo feliz da vida, sem imaginar que a gente mataria o filho da puta do pai dela.

A gente entra na casa e o cara que estava olhando televisão, dar um pulo.

—  Leo, Mt e Aranha – ele fala encarando – Por favor , não.

Quando a gente saia cobrar os três juntos, quem recebia nossa visita já imaginava qual seria o destino, eu não ia dar aviso, eu ia matar mesmo.

—  Qual é o valor da divida MT? – eu pergunto

—  8mil reais – ele fala

—  Quanto tempo da divida?

—  3 meses. – ele fala

—  E o que ele continua fazendo?

—  Dando trabalho – Leo responde

—  Agora vai dar trabalho para o diabo.

—  Por favor não, meus filhos, meus filhos – ele fala

—  Não vai sentir sua falta , você é um podre, um lixo humano – eu tiro a arma da cintura e atiro bem no meio da sua cabeça.

Quando saímos a mulher dele entra desesperada e encara o corpo do marido e depois nos encaramos.

—  As crianças estão na quadra comendo sorvete – eu falo – você tem um tempo para jogar o corpo desse lixo em uma vala e limpar a bagunça.

—  Porque vocês fizeram isso? Porque você fez isso? Ele tem filhos, meus filhos – ela fala me encarando

—  Deveria ter pensado duas vezes antes de engravidar de um vermes que nem ele, tem sorte que você não foi junto – eu falo e ela arregala os olhos.

Voltamos para a boca e desemos da moto e entramos, Leo e MT estão dando uma geral nos cadernos ver se tem mais alguém devendo.

—  Você e a Silvia – eu olho para MT e ele me encara

—  O que tem?

—  Já se pegaram? – eu pergunto para ele.

—  Não – ele fala – nunca encostei um dedo na Silvia, porque?

—  Porque ela era garota de programa.

—  Sim – ele fala – mas nunca encostei um dedo nela. Porque está interessado em saber?

—  Queria sabr se você sabia da relação dela com Rogui,

—  Tudo que eu sei , eu te passei – MT fala

Eu olho para ele e assinto com a cabeça.

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