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O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 15:03]

Capítulo 23

Silvia narrando

Lorenzo me coloca em um quarto na mesma casa onde passei a noite com ele, tinha várias sacolas com um monte de coisa dentro, maquiagem, roupa, calçados, roupas intimas, tudo. Eu tomo um banho demorado e lavo os meus cabelos, eu me olho no espelho e estava com o rosto machucado, cheio de cicatrizes até mesmo porque ele tinha arrastado meu rosto na areia da praia.

Eu sempre achei que Rogui iria me trazer problemas, mas não dessa forma. Eu nunca fiz nada por mal, eu tinha 15 anos quando fui expulsa do orfanato onde eu morava, eu era uma menina, sem família, sem ninguén, Tea tentou me ajudar de tudo que é forma, me deu dinheiro e eu mantive contato com ela por muito tempo, mas ela não tinha muito e depois achei injusto que ela ficasse me mandando dinheiro e tirasse dela para me ajudar. Então eu sumi e nunca mais dei noticias e sempre fiz de volta os depósitos que ela me fazia para sua conta, e ela depositou por anos ainda, até que um dia parou. Ela foi a única pessoa próxima que eu tive um sentimento de ter alguém que se preocupasse e se importasse comigo. Eu também nunca dei importância por ter alguém, eu sempre fui sozinha e sempre gostei de ser.

Mas teria mudado o caminho da vida, se eu soubesse onde eu chegaria e tudo que eu causaria.

Eu pego aquelas maquiagens e coloco em cima de uma bancada que tinha um espelho, antes pego soro fisiológico e limpo os machucados do meu rosto, sinto meu rosto arder e passo levemente com um algodão no meu rosto, mesmo sentindo ardência , eu tinha acostumado com a dor, por isso as agressões físicas de Lorenzo não me fazia sofrer de dor.

—  Está pronta? – ele pergunta

—  Para que? – eu pergunto para ele

—  Preciso te levar em um lugar – ele fala com o tom de voz frio.

—  Para onde? – eu pergunto para ele

—  Só vem – ele fala – deixa ver seu rosto – ele me encara – conseguiu esconder bem, você não vai dizer nada do que aconteceu naquele porão, você entendeu? – ele pergunta – ou você quer que eu desenhe o que eu disse – eu o interrompo

—  Eu não aceitei a sua negociação? Onde só você sai ganhando, então – eu olho para ele.

Ele naõ fala mais nada, ele tinha a arma na sua mão e pega pelo braço me tirando para fora da casa, ele me faz andar alguns metros e entra para dentro de uma casa, ele me joga no sofá e uma mulher sai da cozinha.

—  O que é isso? – ela pergunta e eu reconheço ela do dia do baile – Lorenzo?

—  Ai está ela, não era isso que você queria ver? – ele fala para ela, aquela mulher me olha de cima a baixo e eu encaro ela sem saber.

—  Silvia? – ela pergunta me encarando

—  Sim – eu respondo para ela

—  Meu nome é Heloisa e eu sou a mãe do Lorenzo – ela fala – esposa do Rk dono do morro.

Eu apenas assinto com a cabeça e percebo que esse filho da puta só queria me dar mais medo.

—  Prazer – eu respondo para ela – a senhora é muito bonita.

—  Para de besteira – Lorenzo fala – já viu que ela está viva, agora sai do meu pé.

—  Lorenzo – Heloisa rpereende ele

—  Está viva, não está? – ele fala pegando no meu braço.

—  Você está machucando ela – Heloisa fala me encarando

—  Estou te machucando Silvia? – ele pergunta me olhando bem sério e eu o encaro.

—  Não – eu respondo lembrando de Tea.

A minha vontade era de ir para cima do Lorenzo e falar tanta coisa e sair correndo, mas Heloisa apenas encara o filho e depois ele me tira quase arrastada de dentro da casa.

O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 15:44]

Capítulo 24

Lorenzo narrando,

Eu levo ela de volta para casa e Silvia me encara com um olhar muito estranho e esse olhar dela me deixava louco, porque ela queria me confrontar o tempo todo.

—  Sua mãe é linda – ela fala

—  Se eu fosse você não brincava comigo – eu respondo para ela.

—  Eu tiro tanto a tua paz para você achar que qualquer coisa que eu fale estou tentando te confrontar? – ela pergunta e eu a encaro.

—  O fato da minha mãe querer saber se tu tá viva ou não, não muda nada – eu bato a real para ela – aqui dentro você é uma inimiga para todos, então tem olhos em cima de ti para qualquer lugar.

—  Então é por isso que você me tirou lá de baixo? Com medo da sua mãe Aranha? – ela pergunta e eu a encaro

—  Cala a porra da tua boca – eu falo – eu não preciso ter medo de ninguém, as pessoa sque tem medo de mim e eu acho que já te demonstrei que aqui quem tem que ter medo de mim, é você.

Eu me viro para sair da casa, mas ela me chama.

—  Nessa casa não tem nada a não ser bebida e droga.

—  Vai até o mercado que tem – eu falo olhando para ela – e compra, não sou teu babá. Quer comer, vai atrás e faz os teus corre.

Eu saio da casa fechando a porta e indo em direção a boca, acendo um baseado no caminho e vou olhando os vapores fazendo os seus corre.

Vejo Amanda conversando com Ph e vou me aproximando.

—  Vamos para Portugual – Amanda fala me encarando – todo mundo.

—  Como assim? – eu pergunto sem entender nada.

—  Comprei passagem para todo mundo – Ela fala e Ph faz com a mão no pescoço para concordar.

—  Vamos sim – eu respondo – quando vamos?

—  Não sei – ela fala e Ph se afasta para rir.

—  Como assim não sabe Amanda? Você não comprou as passagem?

—  Comprei, mas não sei o dia,, mas eu vou ver – ela fala – eu vou ver agora.

—  Vai lá e depois me fala – eu falo para ela

—  Precisamos comprar malas.

—  Vamos comprar – eu respondo

—  Uma cor de rosa para mim e posso pintar a sua com uma aranha grande.

—  Vai ficar top – eu respondo – vamos para Portugual.

—  Depois te chamo – Amanda fala e sai.

—  Que viagem é essa que vamos fazer? – eu pergunto para Ph.

—  Amanda tá comprando tudo que ve na frente dela.

—  Mas você deixa cadastrado o cartão? – eu pergunto

—  Depois a Samanta extorna – ele fala – ainda bem que tenho Samanta na nossa vida..

—  Ela deveria voltar a fazer a faculdade, estava ajudando muito ela – eu falo

—  Ela não quer ir.

—  Também depois do que aquele filho da puta do Rogui mandou fazer, a minha vontade é de matar ele.

—  Nós vamos – Ph fala – ele vai se arrepender por ter colocado Amanda no meio dessa história.

—  Podemos usar a Silvia para pegar ele.

—  Não podemos machucar ela – Ph fala me encarando.

—  Não precisamos, mas ele quer ela a todo custo – eu falo – Podemos pegar esse filho da puta e matar ele, usando ela como isca.

—  Vamos ver o que vamos fazer – ele fala

—  Eu colo na tua ronda a noite.

—  Fechou, vou atrás da Amanda – Ph fala.

Eu vou até onde a minha mãe fica no financeiro e entro com a grana que tinha pego da Silvia e ela me encara.

—  15mil – eu falo jogando na mesa e ela me encara – o que foi dona Heloisa?

—  Aquela garota estava cheia de maquiagem porque?

—  Porque ela gosta de usar. Para você ver como está bem cuidada, tem tudo que ela quer.

—  Ela estava coagida.

—  Só se você colocou medo nela – eu falo para ela e ela me encara.

—  Você vai se arrepender se estiver mentindo para mim – ela fala

—  Eu sou seu filho, mas dos meus corre eu que sei, foi você e o nosso pai que me colocaram nesse mundo, se queria algo diferente dona Heloisa, deveria ter me criado bem longe daqui – ela me encara – vou fazer as combranças. – ela me encara mas não fala nada e eu saio.

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