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O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 16:29]

Capítulo 27

Silvia narrando

Era bem tarda da noite quando ele chega em casa, só tinha uma cama nessa casa e eu tinha arrumado uma no sofá, não queria dormir ao lado dele, ele entra e me encara deitada no sofá.

Ele não fala nada, apenas entra para o quarto e tranca a porta, sinto o barulho do chuveiro e depois o silêncio toma conta e eu acabo adormecendo, acordo com o sol passando pelas cortinas e olho a hora vendo que era 6h da manhã, eu sento no sofá e encaro aquela casa que era simples e ao mesmo tempo sombria.

A porta do quarto dele abre e ele me encara.

—  Bom dia – eu respondo para ele que me encara.

—  Não é um dia bom – ele fala saindo do quarto que nem um furacão.

E eu acredito que tenha acontecido algo, eu me levanto e vou até o quarto dele onde estava as roupas que ele tinha pego e era uma pior que a outra, então eu pego uma das camisetas e vou até a cozinha e procuro uma tesoura e corpo a camiseta fazendo um cropped, mexo no guarda roupa dele, e pego um cinto e arrumo o shorts que ficava enorme, faço uma leve maquiagem para esconder os machucados, como um pão que tinha comprado um dia antes e dou uma organizada no lugar.

Eu olho a hora e era umas 10h da manhã. Ele acha que iria ficar trancada dentro dessa casa, ele está muito enganado, eu vou arrumar um jeito de sair daqui.

Eu saio da casa e começa a mesma coisa, os vapores estão atrás de mim, me perseguindo para onde eu vou, eu começo entrar nas lojas e vou separando tudo que eu gostava, desde roupa, maquiagem, comida, eu passo em quase todas as lojas do morro e ainda peço para o vapor que estava de olho em mim, levar as coisas para casa e ele fica totalmente sem reação quando me aproximo dele para isso, mas ele leva. Tudo na conta do filho da puta do Lorenzo.

—  Ei – eu olho vendo a Samanta que me deixou subir para o camarote me chamar – você é a Silvia, não?

—  É – eu falo sorrindo, eu sinto algo bom olhando para ela e ela devolve o sorriso – Sim, Silvia e você é a Samanta?

—  Isso mesmo – ela fala – eu fiquei sabendo que estava no morro, não sei porque, mas fiquei sabendo.

—  Meu nome deve está rolando para tudo que é lado.

—  Mais ou menos – ela fala sorrindo – eu tenho um consultório aqui no morro, tem várias coisas lá, se você precisar se consultar, pode ir até lá.

—  Consultar? Consultorio? – eu pergunto

—  É, se precisar fazer algum procedimento, exame, consulta, tem várias especialidade, vai lá para a gente conversar.

—  Quem sabe apareço.

—  Até mais , tenho paciente marcado – ela fala sorrindo.

Aquela mulher vai se afastando e acho estranho ela ter me parado do nada e ainda me chamando para o seu consultório, mas confesso que eu me simpatizei com ela, ela parecia ser legal e diferente de todos.

Eu dou uma volta no morro para conhecer melhor ele , já que conhecia pouco e vejo Flávia, ela me encara.

—  Silvia, meu Deus – ela fala se aproximando.

—  Me ajuda a sair daqui – eu falo para ela – ele vai me matar, ele é um monstro.

—  Ele te machucou? – ela pergunta encostando em meus ombros.

—  Estão de olho em mim – eu falo

—  Calma, comigo não tem problema – ela fala

—  Eu preciso falar com MT – eu falo

—  Ele não pode fazer nada Silvia – ela fala

—  Por favor, diz para ele vir falar comigo – eu falo – eu não tenho ninguém por mim, Flavia e a única pessoa que um dia cuidou de mim, ele está ameaçando.

—  Calma – ela fala

—  Ele está ameaçando Tea.

—  Quem é Tea? – Flavia pergunta

—  A mulher que me cuidou no orfanato – eu respondo – eu não posso deixar que nada aconteça com ela.

—  Calma, eu vou falar com MT, mas é melhor você sair das ruas do morro – ela fala

—  Porque?

—  Aconteceu algo no asfalto – ela fala – e o clima está tenso e tem haver com Rogui, vai que sobre para você.

—  Não, eu não tenho culpa de nada.

—  Mas está zanzando pelo morro – ela fala – volta para onde ele mandou você ficar e fica lá

—  O que Rogui fez?

—  Eu ainda não sei certo, mas a coisa está feia – ela fala – bem feia. – eu a encaro.

O herdeiro do morro da Rocinha, [14/06/2023 16:40]

Capítulo 28

Rogui narrando

Flash black onn

—  Ei – eu chamo ela e ela arruma as coisas dela e começa a se vestir – eu não mandei você se vestir.

—  VocÊ não manda em mim Rogui – Silvia fala me encarando – você não é meu dono.

—  Pode parar com isso agora, eu estou mandando você ficar – eu empurro ela de volta na cama.

—  Eu não vou transar com você – ela grita

—  E vai transar com quem? Com aqueles velhos nojentos que te paga para isso? Sua piranha! – eu grito com ela

—  Sou piranha com orgulho, mas não sento nunca mais nesse teu pau fedido – ela grita – e podre.

—  Cala boca – eu dou um tapa forte em seu rosto quando ela tenta levantar e ela cai de volta na cama – estou mandando você me respeitar.

—  E eu já disse que você não manda em mim, seu idiota – ela fala – você vai se arrepender por esse tapa, não esqueça que eu sei muita coisa sobre esse morro.

Flash black off

Eu olho para o meu morro aqui do alto e fico pensando onde essa piranha está, porque ela sabe de mais, e se ela tiver no lugar errado ela podia abrir a boca.

—  Nossos homens invadiram – Santo fala

—  E ai?

—  Muitos mortos – ele fala – tanto nosso quanto da Rocinha

—  E a policia?

—  Em cima.

—  A mídia?

—  Em cima – ele responde

—  Plano com sucesso. Algum sinal da Silvia?

—  Nada – ele fala

—  E da Sara?

—  Muito menos dela – ele fala – mas consegui descobrir quem foi que foi no apartamento.

—  Quem? – eu pergunto

—  Tinha uma tatuagem de Aranha no pescoço, familiar? – ele pergunta

—  Filho da puta. Ele deve ter matado a Silvia – eu falo

—  E agora? – ele pergunta

—  Vamos esperar que ele tenha matado porque se ela tiver viva, ela vai nos trazer problemas e muito.

Santo assente com a cabeça. Eu tinha que mandar alguém infiltrado para dentro do morro da Rocinha para ver se ela está lá ou não e se tiver dar um jeito de dar um fim nela, porque se ela está nas mãos deles e ainda está viva, a qualquer momento ela poderia abrir a boca sobre muita coisa , principalmente sobre o cara que foi mandado abusar da Amanda.

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