Capítulo 16

Ela vem toda linda, parece até estar em câmera lenta, e o perfume dela já se espalha, me fazendo puxar o ar com mais força.

Nem vou comentar o corpo lindo vestido num shortinho jeans curto e um top amarelo justo. E eu aqui me pergunto...faltou pano na hora de fazer essa roupa?! Porque não um moletom ou sei lá, um vestido longo...tinha que ser um shortinho tão justo, que marca tanto as pernas e o quadril? E aquela barriguinha de fora? Minha nossa! Toda retinha...e o colo...? Firme, redondinho...que mulher!

E o sorriso tímido? Isso é o que arremata, junto com o olhar de menina travessa. Essa moça linda é o combo pra tirar o juízo de qualquer marmanjo, e eu já estou até vendo que vou passar o fim de semana inteiro babando e passando raiva, vendo ela desfilar toda gata e eu tendo que me segurar porque não quero deixar meu lado macho predador falar mais alto.

Eu quero conhecer a Isis de verdade, entender essa sensação nova que vai além do tes@o. Porque eu sei que a desejo, isso é nítido pela forma como meu corpo reagiu assim que percorri o corpo maravilhoso dela com meu olhar...e eu não sou cego!

Mas as outras nunca me fizeram querer mais do que alguns beijos e uns amassos, que terminavam em um lugar qualquer, e eu me sentia estranho depois, mas não me importava com essa sensação de faltar algo, porque eu fui criado assim, ensinado a não ter ou demonstrar sentimentos por mulher nenhuma.

E a Isis me faz questionar tudo isso, tudo o que fui instruído a ser, tudo o que meu pai me ensinou como o certo. E o certo, na concepção do Major Carter, é se casar apenas para ter herdeiros. Amor nos enfraquece e distrai, e um soldado não pode ter distrações com esse tipo de coisa.

Minha mente e meu coração continuam numa batalha para ver quem vence e grita mais alto, mas o sorriso tímido da morena que para toda sem jeito à minha frente me faz calar essas vozes dentro de mim...pelo menos por hora.

- Oi...você veio...- os olhinhos dela brilhando por me verem me fazem querer apertar ela nos meus braços e não soltar mais, e isso me deixa muito mais confuso, assim como esse instinto que grita dentro de mim, me dizendo que eu tenho que protegê-la, que eu preciso dessa morena...

- Eu disse que viria, não disse? - ela assente, parecendo uma criança toda feliz, o que me faz sorrir de lado. - Vem cá! Eu não mordo não. - estendo minha mão e ela pega, meio sem jeito e as bochechas ficando ainda mais vermelhas. - Fica ainda mais linda com o rosto corado desse jeito, morena. - puxo ela e a abraço, puxando o ar com força, matando a saudade que eu estava desse perfume suave e gostoso que ela tem. - Sempre tão cheirosa...- digo, baixo, apertando ela ainda mais. - Vai soar estranho se eu disser que senti saudades?

Ela se afasta, sem sair do meu abraço e me olha com carinho, com os braços ao redor da minha cintura.

- Então somos dois estranhos...- aqueles olhos verdes cravam nos meus. - Porque eu também senti saudades, Tenente...

Puxo o ar com força novamente, me segurando para não beijar essa boca que parece me chamar, mas somos tirados desse momento pela voz da Cameron, que me grita...

- Brandon! Não vai nos ajudar aqui não?!

- Ah...acho que...é melhor você ajudar...- ela se afasta, me fazendo bufar, frustrado.

- É, acho que sim. - respondo desanimado, mas seguro sua mão e ela me olha, receosa. - Não precisa ficar nervosa. Quero te apresentar minha mãe, minha irmã e minha estrelinha. - ela sorri discretamente e acena, concordando.

Damos a volta e eu abro a porta do carro, ajudando minha mãe a sair, com minha mão livre.

Faço o mesmo com a Cameron, que eu vejo olhar a Isis de cima à baixo, depois nossas mãos unidas, com uma cara que me irrita na mesma hora, me fazendo olhar pra ela com repreensão.

- É um prazer receber vocês, senhora Carter. Obrigada por vir. - minha doutora princesinha cumprimenta minha mãe primeiro. - E é um prazer receber você também, Cameron. - sorri, educada.

- O prazer é nosso em estar aqui, obrigada pelo convite. - minha mãe abraça a Isis, que não rejeita o abraço e solta minha mão, abraçando minha mãe com carinho, o que me faz sorrir de lado, em aprovação...as duas se deram bem. - Muito obrigada por nos receber. - ela olha pra mim. - Brandon, meu filho, mas que preciosidade é essa moça! Olha que linda! E parece tão doce...- ela faz carinho no braço da minha pequena, que já fica toda corada. - Ai que bonitinha, ela ficou vermelhinha.

- Nossa, que impressionante né mamãe?! - Cameron revira os olhos. - Esse lugar é enorme! É de vocês mesmo? - pergunta, olhando em volta.

- Sim. Esse sítio está na nossa família há algumas gerações. Minha bisavó quem comprou e desde então nossa família sempre se reúne aqui. Gostamos dessa sensação de estar no lugar que eles construíram pra nós. - Isis diz e suspira. - Meus bisavós foram os pilares da nossa família por década e nos deixaram ensinamentos pra uma vida toda...

- É, e deixaram uma fortuna incalculável também né? - ela pisca pra Isis, que tensiona o corpo, visivelmente incomodada.

- Uma curiosidades sobre os Donartti, Cameron...- ela assume uma postura séria e fria, encarando minha irmã com a cabeça erguida. - Pra todos nós, o caráter, o amor, o respeito e a humildade valem muito mais do que qualquer outra coisa. Essas coisas simples que o dinheiro jamais poderá comprar são o verdadeiro legado de Felipe e Larissa Donartti. Já as riquezas e bens materiais, são frutos de trabalho e esforço diários de cada um de nós, e por isso nos orgulhamos tanto do legado que carregamos, e sim, nós desfrutamos da fortuna da nossa família, mas trabalhamos duro, cada um no seu ramo, para conquistar o que queremos. - ela respira fundo. - Agora se estiverem prontos, vou mostrar a casa onde vão ficar e seus respectivos quartos.

Minha irmã a encara com desdém e eu tenho vontade de esganar o pescoço dela!

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