Capítulo 12

Maria Isis

Quando deixei o Tenente Carter no estacionamento do hospital, algo me disse que aquele não er nosso último encontro.

Mas no caminho prcasa eu fui conversando com Deus, isso mesmo, eu converso com Ele assim como minha mãe me ensinou, desde criança. E acredite, ele me ouve e me responde, seja com sonhos, através de pessoas que Ele usa...

E nessa conversa, senti meu coração se acalmar, ir se aquietando, até uma paz me invadir e me deixar mais leve.

Minha mãe sempre me disse que quando entregamos nossas inquietações e aflições nas mãos de Deus, tudo se torna mais leve, mais fácil de entender e suportar.

Estranho que, pensando com calma, eu acho que estive reticente ao que a voz do SENHOR me dizia.

Ignorei tantos sinais de que meu casamento não era algo bom pra mim, de que o Joshua não era o companheiro certo. Ignorei os conselhos dos meus pais...eu realmente me deixei cegar!

E com esses pensamentos, eu cheguei em casa, desci da moto e entrei sem enxergar ninguém, subindo direto para o quarto dos meus pais, pois sabia que encontraria minha mãe ali, fazendo o que ela sempre fazia em situações adversas.

E ao bater na porta, ouvi a voz doce da minha mãezinha.

Assim que entrei ela estava lá, exatamente onde imaginei, de joelhos pois era assim que ela vencia nossas batalhas...de joelhos!

Me aproximei devagar, deixando a mochila na poltrona e me ajoelhando na frente dela, que me olhou com carinho, e me envolveu num abraço apertado e cheio de amor. Apertei minha mãezinha como se aquele abraço pudesse curar tudo dentro de mim e colocar cada peça em seu lugar novamente.

E como se tudo realmente estivesse se encaixando, senti o perfume do meu pai, e logo ele abraçou nós duas, daquele jeito que só ele sabe, com o aconchego que só ele tem.

- Perdão mãezinha, perdão paizinho! - digo, entre o choro. - Me perdoem por não ter enxergado...me perdoem por não ter ouvido seus conselhos...por achar que eu estava certa...me perdoem...por favor...

- Não peça perdão, minha princesinha. - minha mãe afaga minhas costas, sem me soltar do abraço. - Você não tem culpa da maldade alheia, da falsidade dos outros... E você teve um grande livramento hoje, então o que devemos fazer é agradecer por Deus ter aberto seus olhos e te dado forças para se afastar daquele homem que nunca te amou, que só queria se aproveitar de você. Não chore por ele, minha filha, ele não merece uma única lágrima sua. Mas se quiser chorar para pôr suas frustrações e medos pra fora, chore! Eu e seu pai estaremos aqui para te abrigar e te ajudar.

- Nós sempre estaremos aqui, minha Isy.- meu pai diz, nos apertando em seu abraço de urso. - E nosso abraço e colo serão sempre seus!

- Vocês...podem...orar comigo? - pergunto, me afastando e olhando pra eles.

- Bom, eu não sou muito de orar, você sabe...- meu pai coça a nuca. - Mas convivendo tantos anos com sua mãe e vendo o agir de Deus na nossa família, a gente aprende a ter fé, né?! - ele sorri, meio sem jeito.

Minha mãe sorri e faz carinho no rosto dele.

- Sempre tão sincero...por isso que te amo tanto, meu bem. - diz, carinhosa.

- Sabe que também te amo, minha morena. - ele responde, todo derretido.

- E eu amo vocês, heeeee. - bato leves palminhas e os dois sorriem.

- Morena, acho que eu acabei de ter um dejavú. - meu pai franze a testa.

- Só você? - ela meneia a cabeça, sorrindo discretamente. - Ela cresceu, mas os gestos e manias não mudam...

Meu pai sorri e beija minha testa.

Damos as mãos e fechamos nossos olhos, elevando nosso pensamento ao único que nos dá força para enfrentar as provas e nos sustenta em meio às adversidades da vida!

.

.

.

Já passava das 10 da noite quando me joguei na minha cama, depois de ser muito, muito paparicada pela minha família, assistirmos um monte de filmes juntos, comer besteiras e ouvir meu pai e meu irmão combinando de soltar fogos no domingo pra comemorar o cancelamento do meu casamento, o que não me deixou chateada, só me fez rir da ideia deles e da animação dos dois.

Também recebi mensagens de TODOS da nossa imensa família, me dando força e me mostrando o quanto sou amada.

Confesso que a mensagem da minha dinda Maya me arrancou muitas risadas..." Se aquele verme do cocô do cavalo do bandido, cruzar meu caminho, ah eu vou mostrar pra ele que os coreanos também sabem rodar a baiana, e vou fazer ele pular miudinho e gritar feito uma franga sendo depenada!" ...palavras gritadas por ela no fim do áudio. Minha madrinha torna nossas vidas mais leves e bem mais divertidas...amo ela demais!

E nesse clima bem família, nós decidimos que, já que todos estão aqui e alguns vieram de longe, inclusive de outros países só para o meu casamento, nós vamos nos reunir para celebrar a vida e os recomeços!

E não teria lugar melhor para isso...sim, o nosso amado sítio!

Lugar de tantas histórias lindas, de tantos casais que hoje permanecem juntos e felizes. Esse sítio que foi um presente da bisa Lari para toda a nossa família, assim como o legado e ensinamento que ela e o biso Felipe nos deixaram e o exemplo de amor, altruísmo, honestidade, humildade e valorização à família.

Respirei fundo e só então me lembrei que fiquei de mandar mensagem para o Tenente. Peguei o cartão na mochila e quando vi já estava discando o número ao invés de mandar mensagem...e agora?!

No segundo toque eu já ia desligar, mas a voz rouca do outro lado da linha me fez estremecer...

- Alô...- Nossa, eu nem sabia que senti falta dessa voz, até ouvi-la novamente.

- Ah...é...eu...

- Olá doutora princesinha. - diz, irônico como sempre. - Demorou pra chegar em casa. Estava afogando as mágoas em algum bar pelo caminho? - reviro os olhos, mas me surpreendo com o comentário dele. - Não revire os olhos...

Sento na cama, assustada e olho em volta. Esse cara colocou câmeras na minha casa?!

- Como...como sabe que...

- Eu sou militar, portanto muito observador. E gosto de observar você, suas reações, então apenas deduzi. Mas me conta, como você está?

- Melhor. - respiro fundo. - Estar em família me faz bem. Me sinto acolhida, sabe?!

- Entendo. - responde, também respirando fundo.

- Tenente...

- Brandon! - a voz soa grave e faz meu coração bater mais forte. - Quero que me chame pelo nome, então Brandon à partir de agora.

- Você é sempre mandão assim mesmo? - questiono, com um tom irônico.

- Sim e não. Dentro da base e com meus subordinados eu tenho que ser assim.

, mas por motivos diferentes. Fora da base sou assim apenas com três pessoas...

- Entendo...E porque comigo sempre é? Ou pelo menos parece...

- Porque você estranhamente significa algo importante pra mim.

Wow...tipo, assim? Na cara mesmo?! Ou melhor, na ligação né?

- E eu quero te ver de novo, Isis! - diz, sério. - Minha folga termina em três semanas, mas eu quero te ver antes de voltar.

- Você vai embora...- murmuro mais pra mim, sentindo algo apertar meu peito.

- Não! Eu vou ficar na base. Mas volto depois de alguns meses. Só que eu quero te ver, Isis! Não vou voltar sem te ver antes. - afirma. - E mesmo que me diga que não quer, eu vou te ver mesmo que seja de longe.

- Vem pro sítio da minha família. - digo, num impulso. - Quer dizer...se quiser...ou se...

- Eu vou! Se você quer que eu vá, eu vou estar lá. Mas seria indelicado pedir para levar alguém especial comigo?

Eu dou um suspiro triste, e ele parece notar.

- Claro...se quiser levar sua namo...

- Eu não sou moleque, Isis. Não tenho namorada, ficante, ou nenhum tipo de relacionamento. Não seria leviano em querer estar com você se tivesse outra pessoa na minha vida.

- Não...me desculpe..eu não quis...

- Eu sei que não quis, não se preocupe. - me tranquiliza. - Só que tenho uma sobrinha que ama sítio, natureza, e ela é muito apegada à mim, por isso queria levá-la, se não houver problema.

- Não, não tem problema algum! - digo, rapidamente. - Inclusive, se quiser levar seus pais ...

- Somos só eu, minha mãe, minha irmã e sobrinha.

- Então estão todos convidados. Temos espaço e acomodações suficiente para todos. Sabe, minha família é bem grande e cresce mais à cada ano, então temos que nos adaptar.- eu ouço ele sorrir. - Gosto do som da sua risada...- murmuro baixinho, só pra mim.

- E eu gosto de te ver sorrir, morena! - diz, com a voz rouca e baixa.

Ai, ai Brandon! Morena é pra balançar a estrutura meu filho!

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Comments

Luzia aparecida Araújo

Luzia aparecida Araújo

Apaixonada pelo Brandon e Maria Isis! /Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool/

2025-02-27

1

Emely

Emely

É assim que seu pai chama a sua mamis hehehe 🤭🤭🤭. Soa familiar não é??

2024-12-09

1

Emely

Emely

👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

2024-12-09

0

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