Belas De Armadura.
É oficial. Os outros povos estão se fortalecendo e temo pelos nossos reinos! Por conta disso estou abrindo a Guilda. Nobres líderes, a Guilda é um centro de treinamento para todas vocês. É território sagrado e não aceito que tratem de suas diferenças nesse lugar - fala a figura masculina mais respeitada por aquelas terras, o filósofo Euscribo.
- Nós, em nome dos bárbaros, aceitamos - afirma Brenda.
- Digo o mesmo para nós, magos - completa Ras.
- Nós, os mais equilibrados, naturalmente aceitamos - Kira, líder dos rangers, fala.
- Naturalmente quem aceita somos nós - a líder dos pacificadores, Malika, fala.
- Cuidado com esse tom... e também aceitamos - Amélie, líder dos paladinos, fala.
- Ótimo... e também nas nossas terras centrais temos a nossa líder - Euscribo apresenta uma nova liderança.
Inicialmente aquela sala contava apenas com uma mesa circular e as seis cadeiras devidamente ocupadas, Euscribo deixa a cadeira que estava e uma outra mulher entra e senta-se como as demais e fala:
- Eu me chamo May e sou a líder dos mestiços. Também aceito as condições - a novata se apresenta.
Todas se olham e começam a discutir entre sí... até que finalmente uma impõe sua voz e fica mais claro o conteúdo da discussão:
- Então aí está o golpe, não é?! Esse território central é composto por mestiços, não deveria haver um reino aqui, não tem unidade - Amélie fala seu ponto.
- É, mas não devemos tratar com essa grosseria - Malika concorda do conteúdo e discorda da forma.
- Estou achando que estão nos enrolando - Brenda comenta balançando a cabeça negativamente.
- Nem minha magia poderia prever algo assim - Ras comenta em surpresa.
- Tenho certeza que há uma explicação para isso, vamos deixar a novata falar - e Kira dá fim a discussão.
Euscribo, de pé ao lado delas, faz sinal com a mão em pedido de calma e May fala:
- Ora, os reinos são compostos por características em comum... e mesmo Euscribo sendo uma figura respeitada cabe a uma mulher, em condições iguais a todas vocês, tratar desses assuntos - aborda com alguma tranquilidade e nervosísmo interno ao mesmo tempo, afinal era sua primeira reunião.
- Você? Não seja ridícula - Ras zomba.
- Tirou as palavras de minha boca, maga - Amélie também provoca.
- Uma mestiça acha que está em igualdade conosco? - Brenda nem sequer entende.
- Eu não aceito isso, não assim - Kira também fala.
- É melhor você explicar isso, May - pede Malika.
- Deixarei vocês a sós em confiança da paz, que é o nosso grande objetivo... não esqueçam - Euscribo faz um último alerta e, jogando sua capa, deixa o local.
Na porta estava uma guerreira de cada reino, com suas próprias armas e também guardando as armas das líderes que discutiam naquela mesa circular, agora com seis reinos, seis membros e a novata trata de explicar:
- É verdade que, nós, frutos de relações entre reinos distintos, somos diferentes. Eu tenho em meu sangue a linhagem dos bárbaros e também a linhagem dos paladinos... e há outras, em meu comando, com sangue dos rangers, pacificadores e magos. Vocês possuem liderança em seus reinos porque há unidade. Nossa unidade vem exatamente das nossas diferenças. Isso que nos une - May explica.
As líderes se olham... e uma a uma preparam um discurso:
- Da parte do nosso reino eu aceito sua liderança, May... convém que todas aceitemos, já que é aqui que fica a Guilda - Malika é a primeira em se posicionar.
- Sim. O objetivo da Guilda é a paz para os cinco reinos, não vejo problema a criação desse reino central, já que foi criado em torno de ideias pacíficas - Kira mostra-se favorável.
- É verdade... Euscribo estava certo. Nossos reinos são bem diferentes dos vizinhos mais distantes que só se fortalecem... já que isso vem para o bem eu não me oponho - Ras também opina com propriedade.
- Bom... pesa o fato de ter uma parte do meu sangue em sua líder... aceito - Amélie demora, porém também aceita.
- Estava pensando em não aceitar, porém prometi a todas do meu reino que teria boa vontade e vou lhes dar esse voto de confiança. Não desperdicem isso - Brenda, apesar das duras palavras, também aceita.
- Então é isso. Sejam oficialmente bem vindas ao reino dos mestiços - May fala com empolgação.
- É, talvez tenha que mudar o nome - Ras fala com seu bom humor habitual.
Todas as mulheres caem na risada, mesmo as mais calmas e as mais bravas.
- Bem, talvez... por enquanto esse é o nome que fica. Aguardo vocês amanhã lá em baixo para o treinamento - May dá por encerrada a reunião, que fica no andar de cima daquela construção.
Uma a uma, as líderes vão saindo e pegando suas armas com as guardacostas que ficaram aguardando. Um novo amanhã promete paz para os reinos daqueles tempos.
Euscribo soube que tudo ocorreu muito bem e aquilo serviu ainda mais para que ele fosse uma figura respeitada por todos os povos. Nesse tempo os homens são os grande responsáveis pela espiritualidade e religião, além dos trabalhos braçais nos campos e cidades e as mulheres são as guerreiras que protegem e comandam seus territórios. Somente elas, naqueles territórios, podem usar armaduras e armas, contudo há o temor de povos distantes que não possuem tal cultura de invadir e derrotar aqueles reinos tão pacíficos entre si.
O território central era a única exceção de paz daquele lugar, pois os reinos sempre disputavam entre si um aumento de seu território, porém agora há um novo reino, o reino dos mestiços, que abriga uma construção conhecida como Guilda, que será como um templo para a paz de todos os povos da região.
No dia seguinte as mulheres vestem suas roupas de batalha e pegam em suas armas e partem para a Guilda. Será mesmo que a paz será mantida? Ou as diferenças físicas e de personalidade de todos os distintos povos tornará impossível tal acontecimento? Só mesmo o futuro dirá.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Aline
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2023-08-20
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