“Professora de dia e a noite stripper"

⚜️|Capítulo 05|⚜️

Por volta das dez, eu estava me arrumando no meu camarim, quando vesti lingerie sensual que escolhi com cuidado, sabendo que hoje seria uma noite especial.

Ao me olhar no espelho, a maquiagem realçava meus olhos expressivos e ressaltava meus lábios rosados. Estava pronta para dominar o palco e fazer uma performance memorável.

Por trás das cortinas o meu coração batia mais rápido. Percebi imediatamente que a casa estava cheia, as luzes coloridas e vibrantes iluminavam a multidão animada.

O som da música pulsante ecoava por todo o ambiente, criando uma atmosfera de excitação e antecipação.

Subi no palco com confiança e graciosidade, sentindo a energia da música percorrer cada célula do meu corpo.

Cada movimento era calculado e cheio de sensualidade. Eu me deixava levar pela melodia, permitindo que ela me guiasse em uma dança cativante.

Os holofotes brilhavam sobre mim, destacando cada curva do meu corpo enquanto eu me movia com destreza e fluidez.

O Pole dance se tornou uma extensão de mim mesma, um instrumento que eu dominava com maestria. Subindo, girando, deslizando e invertendo, eu desafiava a gravidade e encantava a plateia.

Os olhares famintos dos espectadores seguiam meus movimentos com admiração e desejo. A cada giro perfeito, cada extensão de pernas e cada movimento sinuoso dos quadris, eu os hipnotizava. A atmosfera estava eletrizante, cheia de expectativa e aplausos.

Enquanto recolhia as gorjetas jogadas no palco, sentia a gratidão e o reconhecimento dos presentes.

Os aplausos e os gritos de aprovação preenchiam meus ouvidos, alimentando minha autoconfiança e impulsionando minha performance a um nível ainda mais intenso.

A dança fluía em perfeita harmonia com a música, criando um espetáculo envolvente e sedutor.

Cada movimento era uma expressão da minha feminilidade e poder, cativando a atenção de todos na casa. A energia contagiante do ambiente se misturava à minha própria energia, criando uma conexão mágica entre mim e a plateia.

Enquanto a dança se aproximava do fim, sentia uma mistura de êxtase e exaustão. Sabia que havia dado o meu melhor, deixando tudo no palco. Os aplausos ensurdecedores e os assobios entusiasmados ecoavam pela boate, mostrando o quanto minha performance tinha sido apreciada.

Desci do palco com um sorriso satisfeito nos lábios, sentindo-me realizada e orgulhosa do que havia conquistado. Aquela noite tinha sido especial, uma celebração da minha arte e da minha capacidade de seduzir e encantar.

— Pago o dobro, dance miss Bela! Quero vê-la dançando novamente.

Quando outros dois homens falaram:

— Eu também pago!

— Eu dou o tripo, se você mostrar os peit'os!

Quando uma soma de dinheiro foi colocada no balcão, eu suspirei fundo e fechei os olhos, era como ter uma contagem regressiva na minha mente.

Retirei a lingerie mostrando os meus preciosos, mas me cobri logo e quando o homem disse que pagaria mais se eu tirasse a parte de baixo e ficasse numa posição ousada.

Eu não aceitei e recolhi todo aquele dinheiro saindo de cena, vejo que Marcos não veio hoje, era um alívio!

— Isa, você arrasou, deveria ser mais liberal como as outras meninas, viu o quanto de dinheirama você ganhou só por mostrar os peitos.

Digo que fiz por necessidades, mas não posso repetir, eu apenas danço!

— Certo, agora passa minha parte e já pode ir, sabe que as coisas funcionam assim, você tem privilégio de ser a mais desejada e famosa da casa!

[...]

— Droga, você sabe que preciso do dinheiro, eu faço extras, mas me deixe levar essa grana, vai ajudar em uma parte da dívida...

— Acha que sou mãe caridade! Eu quero a parte que cabe a essa casa, caso contrário, vou demitir você, entendeu bem!

Quando digo entregando parte do dinheiro para ela que deu um sorriso oportuno.

— Ok, velha oportunista de uma figa! Essa boate não foi a falência por minha dança, sabe disso, e não diga que não!

— Sei que escondeu a outra parte, vamos, eu não sou burra. Passe para cá!—Ela disse estendendo a mão e esperando.

Dei o dinheiro sair de lá puta de ódio, mas com dois mil no bolso, pago mil por mês, com o atraso, devo nove mil, estou ferrada!

Ao chegar em casa, fui direto para meu quarto e deitei na cama, nem quis comer, só capotei e o sono foi rápido. Acordei no dia seguinte. Heleno não voltou para casa, novamente dormiu na casa de um dos amigos.

Ele havia ligado e Alice escreveu no bilhete que Heleno disse que iria dormir na casa do melhor amigo dele e que eu não me preocupasse.

Estava estressada e cansada demais para ir atrás dele. Para completar. Heleno novamente faltou na escola, quando senti minha barriga roncar, peguei uns biscoitos na bolsa.

Alice saiu cedo para o trabalho, levou os gêmeos, minha tia estava cuidando da higiene de minha mãe, ela só mexeu os olhos e não deu sinal de mais nada.

Meu pai certamente estava no quarto ao lado, ele chega tarde do bar, eu me banhei e fiz o desjejum.

Coloquei minha calça jeans e blusa branca com botões. Fiz o velho companheiro rabo de cavalo e fui trabalhar, o sol ardia na pele e o protetor solar é o meu fiel companheiro de todas as horas.

O dia passou e eu dei aula, os alunos como sempre uns amores, quando almocei e voltei a sala de aula, então o último assunto de revisão teste surpresa, sair após finalizar.

No ponto de táxi, olhei novamente o celular, o horário em que esperava o táxi do senhor armado, estava demorando e ele estava atrasado, o senhor Armandinho não veio.

Hoje fui tranquilo na escola, mas o mau-humor da diretora, era terrível. Haverá outra reunião e com o aviso aos pais, espero que dessa vez não tenha brigas.

Após pagar o rapaz do moto táxi, eu dei o meu melhor sorriso e exausta e senti novamente os meus pés doloridos.

Lá vou eu adentrando no Morro do Corcovado, estreitos becos de paralelepípedos se estendiam à minha frente.

Suspirei fundo e seguir em frente sabia que teria um longo caminho. As ruas estreitas e sinuosas do morro me levavam em direção à minha casa, localizada no topo da comunidade.

A cada passo, sentia a energia e a vibração única do lugar. No entanto, também podia sentir a tensão que pairava no ar. As famílias buscavam desesperadamente pela paz, mas infelizmente, não podíamos fazer muita coisa.

Marcos, o líder temido por todos, exercia seu poder e influência sobre a comunidade. Durante o dia, ele se mostrou presente, caminhando pelas ruas e visitando as casas aqui no morro. Mas, à noite, ele se retirava para sua luxuosa moradia em algum lugar distante.

Às vezes ele fazia algo pela comunidade, eles sim merecem o verdadeiro valor, pois sei que apesar da violência, tem muitas favelas que protegem os seus.

Soube que ele matou a esposa com uma surra, após a bebida e por vê-la em cima de outro na cama dele e com o subi capo do morro.

Eu já havia ouvido algumas pessoas comentando sobre isso. Marcos, o homem enigmático e poderoso que parecia controlar os rumos do morro.

Seu nome era mencionado com medo e respeito, e sua presença afetava a vida de todos nós. Ele impunha suas regras, exercia sua autoridade e não tolerava desobediência.

Enquanto caminhava pelas ruas, eu mantinha minha cabeça baixa, evitando chamar qualquer tipo de atenção. Eu sabia que era importante não cruzar o caminho de Marcos e de sua influência sombria. Ele parecia ter olhos e ouvidos por toda a comunidade, e sua palavra era lei.

No entanto, era frustrante ver minha comunidade sendo dominada por dar a importava com o bem-estar das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, eu entendia que a realidade do morro era complexa e que nem todos tinham escolha senão se submeter à vontade do líder.

A voz dele é lei, conhecida como presidente do Morro, o mais temido entre todos seus inimigos que são muitos.

Enquanto perdia o fôlego subindo as escadas íngremes e passava pelas casas coloridas, eu olhava ao redor, observando o rosto das pessoas que cruzavam meu caminho.

Havia tristeza e resignação em seus olhos, mas também havia uma chama de esperança. As pessoas lutavam diariamente para sobreviver, para proteger suas famílias.

Continuava caminhando cansada e com os pés doendo por ter que caminhar de salto pelo morro, segurando minha bolsa e as pastas com relatórios escolares, e as provas dos meus alunos, deparei-me com dois homens associados a Marcos.

Eles se aproximaram de mim com um ar de riso e um olhar malicioso e quando eles começaram a fazer comentários inadequados Sem perder minha postura.

Mantive a cabeça erguida e olhei diretamente nos olhos deles. Com firmeza na voz, declarei que não era para o bico deles e que esperava ser tratada com respeito.

— Saiam do meu caminho, idiotas!—digo a olhar para eles.

Quando o maldito Cardoso colocou a arma na minha cabeça e disse:

— O que você disse, porra? Repete se tem essa coragem!

— Acho que você quer morrer, não é mesmo? Ouviu isso Cristiano?

[...]

— Sim, ela perdeu a total noção do perigo e o que devemos fazer com ela?

— Hoje não é seu dia de sorte, professora, você vai para cidade dos pés juntos...

Nervosa e com medo, eu estava tentando sair do cerco que eles fizeram, ambos conheço desde que eram moleques.

Quando Cristiano dos cabelos tingidos de pingo de loiro, segura meu braço e o outro, encosta em mim tentando puxar minha bolsa.

Cardoso, é o mais feito e tem mais piercing na cara do que se pode contar, cabelos pretos e riscos com siglas, mas até então pedi para me deixarem em paz!

— Professora gostosinha e cheia de marras, achando que tem um rei na barriga.

Não me importava se me chamavam de "professora gostosa" ou qualquer outro termo desrespeitoso, eu sabia o meu valor e não permitiria que eles me diminuíssem!

Cardoso gargalha ao falar que ao menos desse um beijinho, ele liberaria o caminho, quando digo que não estou com paciência e quero ir para casa!

— Ei, professora gostosa, por que está com tanta pressa? Quero um pouco de diversão, você não poderia nos proporcionar?— Cardoso fala muito próximo do me rosto.

[...]

— A noite uma stripper e ao dia uma professora, acha que vai enganar a quem? Você é só uma puta qualquer!

Quando Cardoso me puxa tentando me beijar a boca e lambe minha bochecha com aquele bafo de bosta e esgoto fedido.

— Por favor, pare com isso. Eu não tenho tempo e nem paciência para suas brincadeiras de mau gosto, Cardoso!

— Se não me soltarem agora mesmo, vou relatar ao líder! Marcos, ele certamente vai punir vocês dois...

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