⚜️|Capítulo 01|⚜️
Morro do corcovado 16 Horas- ano 2019, Rio de Janeiro.
Era uma tarde muito cansativa e um dia lindo e ensolarado estava voltando para casa dentro do táxi de volta para casa no morro. Sentindo meus pés doloridos, estava satisfeita por concluir meu trabalho.
Navegando nas minhas postagens no Instagram e olhando no meu celular, as notificações tocam sem parar. comentários e curtidas. Havia bons comentários e ou abusivos, bloqueio.
Sou Isabela e tenho vinte e sete anos, os cabelos longos e castanhos cairiam em cascatas pelos ombros se estivessem soltos, meus olhos são castanhos.
Durante o dia eu sou professora e trabalho por amor aos meus alunos, mas à noite eu sou uma stripper.
Mantenho minha vida sobre o segredo, apenas poucos sabem da minha rotina a noite, os que moram na minha casa sabem sobre.
No entanto, eu gosto de dançar e a dança me traz uma sensação boa de paz e me conecta com algo que eu não sei explicar além da sensação de energia positiva para o meu dia, que é na maioria das vezes estressante.
Tenho três irmãos. Heleno de dezessete anos, Alice, 25. Camila, 26. Apenas dois deles ainda vivem no morro comigo e somos meus pais e todos os meus parentes.
Camila, minha irmã foi embora do morro e nunca mais deu notícias de que esteja bem ou não, sua ausência ainda era uma ferida aberta. Ela sumiu e fez mais de seis anos. Odiava a pobreza e tinha vergonha da nossa família humilde que não dava a ela o lixo que desejava. Deixou para trás e suas raízes no morro, esquecendo-se de nós e de tudo o que compartilhamos nas dificuldades e com a pior de todas as tragédias, o acidente de nossa mãe.
Não sei do paradeiro dela e nem como vive hoje, eu sinto falta dela, queira vê-la.
Penso no Heleno, eu queria que ele entendesse que suas escolhas não eram apenas sobre ele, mas também sobre todos nós.
Voltei a atenção no celular e li alguns pedidos de encontros, outros bem mais ousados, eu bloqueio e vejo algumas fotos do meu perfil. O sono quer me pegar, mas não me dou por vencida, embora seja mais forte que eu.
— Dia difícil. Professora Isabela?—perguntou Armandinho, o taxista. Ele sempre está me ajudando toda vez que eu saio da faculdade.
É um amigo querido, ele é como um pai para mim, mencionei sobre a minha mãe e ele uma vez disse que não era minha culpa.
No entanto, eu não me sinto desse jeito, toda vez que vejo ela na cama, vou lembrar do acidente e do infeliz e dos homens do Marcos, graças a ele a minha mãe esta paraplégica!
— O mesmo de sempre, estou preocupada com o meu irmão, acredita que Heleno não foi à escola hoje?
— Não sei o que fazer com aquele moleque! Juro que vou ficar velha antes do tempo!— digo ao desabafar.
Ele sorriu e falou que os jovens são assim, o melhor era conversar com ele.
— Os jovens passam pela puberdade, mas você tem que ficar de olho nas amizades dele.
[...]
— Eu faço o possível para manter o meu irmão na linha, quando era criança, conseguia contornar as coisas e agora que cresceu.
— Está cada vez mais complicado, mas eu sei que ele é um bom menino e que sente falta da nossa mãe, eu me sinto esgotada e estressada, sei que sou a irmã mais velha e a única que pode colocar ela no bom caminho, mas às vezes tudo isso foge muito do meu controlem.
— Espero que com o tempo Heleno mude, pois da última vez fui parar no juizado de menores. Tudo por conta de um roubo, se tiver algum conselho eu estou aceitando!
Ele sorriu e disse que era complicado e que eu teria que conversar com ele, nunca pressionar e sempre mostrar que o caminho não era aquele.
— Você disse que precisava de dinheiro para pagar a dívida atrasada e então conseguiu?
— Se quiser, eu não tenho muito, mas posso conseguir um empréstimo para você?
A proposta de Armandinho, o taxista, era tentadora, mas eu tinha que recusar.
— Armandinho, eu agradeço de coração a sua generosidade, mas não posso aceitar. Já tenho muitas dívidas penduradas no meu nome e não me sentiria bem em dever mais dinheiro a alguém, mesmo a você, meu amigo.
Ele olhou para mim com compreensão em seus olhos enrugados e assentiu.
— Você é uma mulher forte, vai encontrar uma maneira de resolver essa situação.
Suspirei e continuei a desabafar com ele.
— Tenho medo de colocar a mim e minha família em perigo. Por culpa dessa dívida.
[...]
— Isabela, precisa ser corajosa e encontrar uma solução, antes que as coisas piorem.
— Você tem razão, Armandinho. Não posso me render. Preciso ser corajosa e lutar por mim e pela minha família.
Armandinho sorriu, mostrando apoio e confiança.
— É isso aí. Isabela!
[...]
— Sabe, você é como um pai, pois o meu nem fala comigo como antes, ele me evita e trabalha o dia todo naquele bar.
— Ainda bem que ele esqueceu das drogas, isso é bom. Esse é o meu maior medo, sinto falta do apoio dele, eu queria dizer, que o amo...
Ao perceber a tristeza em minhas palavras, ele olhou para mim com uma expressão de compaixão.
— Isabela, sei que não é fácil lidar com a falta de apoio de um pai. Mas lembre-se de que você não está sozinha.
Suas palavras tocaram meu coração...
— Obrigada, Armandinho. É bom ter alguém em quem posso confiar e contar, mesmo quando meu próprio pai não está presente.
Ele sorriu gentilmente e colocou a mão sobre a minha.
— A vida nem sempre nos dá as pessoas que desejamos, mas nos presenteia com aquelas que precisamos.
— Seu se culpa pelo acidente de sua mãe, ele te ama, e vocês vão se entender logo. Tenho plena certeza disso, minha querida!
— A dívida que tem, conseguirá esse dinheiro e pagar a eles e ir...
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Atualizado até capítulo 55
Comments
ana
amando
2023-07-25
1
Stella Assimos
Glei , estou gostando. que pai é esse em.😩
2023-07-17
0
Ravigna Silva
estou Amando conhecer a Isabela 🤩❤️
2023-07-14
0