“Uma conexão”

⚜️|Capítulo 12|⚜️

— Eu não sou uma ladra!—digo perdendo a paciência.

— Vamos à delegacia agora mesmo, eu vou fazer com que você pague pelo seu erro em ter me roubado!

— Desculpa, mas acho que está cometendo um equívoco. Eu não sou...

Sem tempo para explicar e ele sem paciência, fui rapidamente conduzida ao elevador pelo homem, que, além de bonito, parecia ser extremamente rude. Ele afirmou que eu seria levada à delegacia para responder por um crime que eu não havia cometido.

Enquanto o elevador descia, o meu coração era um caroço de feijão, meu coração acelerava pior que as escolas de samba que tanto amo.

A incerteza do que seguia se misturava com a esperança de que tudo fosse esclarecido e que Heleno estivesse seguro.

Estava pensando no Heleno e esperava que essa experiência o ajudasse a crescer e se tornar uma pessoa mais intrigante, no entanto, aquelas amizades no morro...

Quando percebi que o homem alto que mantinha os olhos no celular dele lendo mensagem no WhatsApp, ele nem olhou para mim.

Olhando para ele e ainda dentro do elevador, eu vejo o quanto era mais bonito de perto, aquela mordia de lábios e seu olhar tão distraído.

Vejo que é totalmente meu tipo, mas está vestido com uma camisa preta e uma calça militar. Ele é extremamente forte...

Diabos, porque estou tão encantada com esse ser tão desagradável? Tinha que apagar qualquer pensamento e mantive a concentração.

No entanto, o cheiro forte de perfume dele era tão delicioso, quando de costume iria perguntar que marca ele usava.

Me calei e mantive os meus olhos voltados para os meus pés... Então, eu lembrei da carteirinha dele com o selo do exército Brasileiro.

Lucas Bradel, um oficial do exército, um tenente. Quando seu olhar direcionou para mim, ele olhou estranho para mim e me perguntou, o que me levou a roubar?

Seus olhos percorreram meu rosto enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso irônico. Eu podia sentir seu olhar intenso sobre mim, examinando cada traço do meu rosto.

Quando meu boné azul caiu no chão, então fui pegá-lo, perdi o equilíbrio e quase caí no chão, por pouco não ralei o joelho sentindo as mãos grandes segurando minha cintura.

Olhei para nervosa, os meus cabelos longos e sedosos se desfez de meu coque pude sentir a surpresa estampada no rosto do homem.

Seus olhos percorreram cada fio de cabelo castanho que caía suavemente pelos meus ombros. Em um instante, tudo pareceu parar enquanto nossos olhares se encontravam.

A atmosfera ao nosso redor ficou carregada de tensão, uma mistura intrigante de desconfiança e curiosidade.

Ficamos nos encarando, incapazes de desviar o olhar. Parecia que algo inexplicável estava acontecendo naquele momento, uma conexão misteriosa e intensa que era impossível de ignorar.

Meu coração começou a bater mais rápido, e uma leve cor subiu pelas minhas bochechas. A reação do homem diante da minha aparência me surpreendeu.

Era como se algo dentro dele tivesse despertado, algo que eu não conseguia compreender plenamente.

Ele parecia momentaneamente perdido em seus próprios pensamentos. Seus olhos azuis intensos tão bonitos permaneceram fixos nos meus.

Como se estivesse buscando respostas na minha expressão. Naquele instante, havia uma intensidade magnética entre nós, como se estivéssemos conectados de alguma forma além do entendimento.

No entanto, a realidade da situação logo nos trouxe de volta acusação de roubo ainda pairava no ar, e ambos sabíamos que tínhamos questões a resolver.

Aquele momento fugaz de conexão deixou uma marca, despertando em nós uma curiosidade mútua e uma vontade de desvendar os segredos que se escondiam entre nós.

Lucas desviou o olhar por um instante, seu rosto endureceu e ele retomou a conversa, trazendo à tona novamente o assunto do roubo.

— Você precisa entender. Isabela, que as evidências estão contra você - disse ele, sua voz carregada de desconfiança.

Eu mantive meu olhar firme nos olhos de Lucas, determinada a transmitir minha sinceridade.

— Lucas, eu entendo que as evidências possam apontar na minha direção, mas juro por tudo que é mais sagrado que sou inocente!

Lucas pareceu relutante, seus olhos azuis fixos nos meus. Ele ponderou minhas palavras por um momento antes de responder.

— Isabela, entenda que minha responsabilidade é investigar esse caso de forma imparcial. Não posso simplesmente ignorar as evidências que te comprometem!

— Ainda assim, estou disposto a ouvir sua versão dos fatos. Tem algo a dizer em sua defesa, agora é o momento, se você não tem culpa, então quem tem...

Houve uma pausa no ar enquanto o silêncio se instalava entre nós. Eu podia sentir a tensão no ambiente, um misto de desconfiança e curiosidade.

Eu tinha que proteger meu irmão, afinal ele provavelmente não agiu sozinho... por isso me mantive calada.

Dentro do elevador, após o momento de silêncio, a tensão se transformou em uma discussão, ele quebrou o silêncio e disse:

— Olha, se tem filhos e precisou fazer isso, eu vou compreender. Só que você não tem cara de mãe, se precisava de dinheiro, era só pedir ou buscar um trabalho. Você até socou meu rosto com a bolsa quando a puxou. Veja o corte no meu supercílio.

Nessa hora revirei os olhos, eu tentava falar e ele não deixava...

— Peça dinheiro e não roube, ou melhor, trabalhe!

Dei risada, era só o que me faltava...

— Você não entende! Eu não sou uma ladra, isso é um engano. Eu vim aqui justamente para devolver os seus pertences!

— Foi um mal-entendido, eu juro que não sou a ladra!

Com expressão cética, ele diz:

— Ah, é mesmo? Então por que você queria sair correndo quando me viu?

— Fiquei assustada com a sua reação! Não era óbvio? Eu queria devolver a bolsa ao dono, mas você não quer me escutar!

Seu olhar fixou-se em meus lábios, hipnotizado pela sua forma delicada e convidativa, ele sorriu e eu fiquei mais nervosa.

— Por que você está tão perto do meu rosto, eu não tenho a menor paciência.

Ele encarou os meus lábios e disse:

— Como tem...