“Heleno, seu pirralho!”

⚜️|Capítulo 04|⚜️

Fiquei muito surpresa com a proposta do senhor Armandinho, ele demonstra sinceridade no que fala e principalmente preocupação em relação à minha situação.

Eu sabia que ele estava disposto a me ajudar, mas sua sugestão de fugir trouxe uma mistura de emoções dentro de mim.

Olhei para ele por um momento, ponderando suas palavras. A ideia de fugir parecia tentadora, uma forma de escapar temporariamente dos problemas e das pressões que eu enfrentava diariamente. No entanto, algo dentro de mim me impedia de seguir por esse caminho.

Respirei fundo e agradeci pelo seu apoio incondicional.

— Armandinho, sua preocupação e amizade são muito importantes para mim. Eu entendo que você está disposto a me ajudar, mas fugir não é a solução que procuro.

— Eu tenho responsabilidades e pessoas que dependem de mim. Preciso enfrentar os desafios de frente e encontrar uma maneira de resolver as coisas dentro das minhas possibilidades.

Ele assentiu, compreendendo minha posição.

— Entendo sua decisão. Isabela. Saiba que estou aqui para apoiá-la, seja qual for o caminho que escolher seguir. Se precisar conversar ou se precisar de qualquer ajuda, não hesite em me procurar.

Acontece que ainda não tenho e estou com medo de que aconteça novamente. Três mil a cada mês é tudo que não tenho, pois o que recebo paga as despesas e medicamentos, no entanto, dançar as noites estava rendendo alguma grana.

O movimento tem enfraquecido com uma boate rival que está chamando atenção, porque tem novas mulheres com apresentações, mas com a prostituição de dança, essa não é nem de longe a minha especialização.

Nada contra a quem sobrevive vendendo o corpo e topa tudo, mas eu prefiro dançar e ganhar esse dinheiro sem envolver o sexo. Voltei a atenção no senhor Armandinho, eu digo que em uma grande precisão certamente vou me lembrar dele.

— Se cuide, professora, você é uma mulher que merece respeito e toda prosperidade! Sabe, eu não sou seu pai, mas me sensibilizei com a sua história e você tem um amigo que está disposto sempre disposto a ajudá-la.

— Além do maís, é tudo graças a você que estou lindo melhor a minha filha que quase não falava comigo e os seus conselhos me ajudaram muito.

— Até amanhã!— disse ele acenando na janela do carro.

Assenti com a cabeça, sentindo um misto de gratidão e determinação. Armandinho sempre me transmitia palavras de encorajamento que me inspiravam a seguir em frente, mesmo nos momentos mais difíceis.

Com meus cabelos presos em um rabo de cavalo desgrenhado, meus olhos castanhos refletindo determinação, essa minha blusa longa e calça jeans salto alto. Eram minha armadura diária, mostrando minha resiliência em meio à adversidade, na maioria das vezes sentia-me solitária, com essa idade sou uma solteirona sem experiências em relação.

Estava pronta para adentrar o Morro do Corcovado, meu lar. Os estreitos becos de paralelepípedos se estendiam à minha frente, mergulhados na sombra da noite. As vielas sinuosas, repletas de vida e história, escondiam segredos e perigos iminentes. Tudo que me resta agora só me resta chegar em casa e ter uma conversinha com o rapazinho que faltou a aula hoje.

Cheguei à minha casa, uma modesta casa, onde morava com meus irmãos. Ao entrar, fui recebida pelos risos e brincadeiras de Heleno, o irmão mais novo, e pelos olhares preocupados de Alice, minha irmã mais velha.

— Isabela, que bom que você chegou! Estávamos preocupados. Como foi seu dia? — perguntou Alice.

Sorri cansada, mas, ao mesmo tempo, com um brilho de determinação nos olhos.

— Foi desafiador, como sempre. Mas estou aqui, pronta para enfrentar o que vier. Temos muito trabalho a fazer.

Minha irmã sorriu ao lado dos gêmeos, com a cópia fiel dela, mas os olhos verdes do pai e os cabelos loiros dela, meus amores.

— Vai trabalhar hoje, você vai trabalhar hoje irmã?

—Falando nisso, como foi o trampo de ontem você dormiu no trabalho e aí conseguiu falar com seu chefe sobre o aumento do seu salário?— digo brincando com os gêmeos, toquei no cabelo de Pietro e de poliana. São tão fofos, eu quero apertar essas bochechas.

Quando Alice desliga a TV e fala:

— Ainda não tive tempo para conversar com o meu chefe, você sabe que ele viaja, deixa alguém para cuidar do meu pai dele, mas na próxima vez eu estou certa de que vou falar com ele sobre o aumento do meu salário.

— Você acredita que ontem o irmão dele chegou do trabalho bem tarde e entrou no quarto dele com uma mulher bonita e em seguida, a mulher saiu xingando ele de todos os nomes.

— Me fiz de egípcia, continuei trabalhando e em seguida fui dormir em seguida fui dormir.

[...]

— Aquele? O fez sexº com você, e disse que não lembrava no dia seguinte?— digo querendo saber mais da fofoca.

Ela deu risada e disse que sim, mas o cara é um galinha rico sem compromisso com a vida, Alice já saiu de muitos trabalhos por motivos de assédio.

O chefe pediu perdão e jurou não lembrar de nada...

Ela disse que até gostou, mas voltou a pisar no chão, pois aquele relacionamento era só uma pegação da noite em que ela foi para cama com ele.

Sentei ao lado de minha irmã Alice, ela fala que nossa mãe teve uma crise, mas foi mais fraca e está dormindo, sinto meu coração tão angustiado e Alice também demonstra que tem uma tristeza.

Perguntei sobre Heleno, disse que o moleque faltou na aula e eu estava uma arara da vida.

Ela iria responder, quando heleno passou por nas duas tão apresado e saiu rapidamente ao montar na moto de um amigo e colocou o capacete e os dois saíram em alta velocidade.

— Heleno, eu vou te matar! Volte aqui, você vai se arrepender seu rebelde filho da gota serena que nos pariu!

— Perdão, mãe ....

— Seu filho quer me enlouquecer e nem tenho filhos, mas para onde esse menino foi, cada dia que passa juro que vou enlouquecer com esse pirralho!

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