Capítulo 19

Após deixar vários homens mortos, Leonard já não sente o perigo ao redor, mas sente o corpo trêmulo de Margareth.

“Droga... Ela está assustada por causa do que aconteceu. Não— pensou ele, com firmeza, olhando para os cadáveres com seriedade —... Ela deve estar com medo de mim, matei esses homens sem piedade. Ela deve ter nojo de mim... Será que vai me chamar de monstro?"

— Senhora... Eu...— ele solta Margareth mas ela se agarra novamente a ele— ...!

— Você está bem?!... Não se machucou nem nada?!...

— Está preocupada comigo?— perguntou ele, desconcertado.

— O quê?... Claro!... Me protegeu para que eu não saísse ferida por aqueles malditos bandidos e pode ter se machucado por minha culpa!— Margareth examinava cada parte dele para ver se ele não tinha nenhum ferimento, quando Leonard a deteve.

— Não me vê como um ser monstruoso?... Não sente medo de mim?...— perguntou ele, ainda em branco pela situação que Margareth havia criado.

Então, a voz feminina de uma mulher é ouvida na mente do homem, era uma voz fina mas rígida.

“Você é um ser asqueroso, deveria ter morrido na guerra, Leonard. Não quero mais ficar com você... Espero não te ver nunca mais"

A voz de Margareth suaviza esses pensamentos tão pesados.

— Jamais pensaria assim de um homem tão incrível como você e muito menos o chamaria de monstro por ter me salvado. Só estou preocupada que tenha se machucado...

Imediatamente, Leonard tira o casaco de Margareth para colocar o seu, já que o dela estava manchado de sangue.

— Lorde-...— mas o mais surpreendente foi que ele a abraçou com tanto carinho.

— Pode ficar na minha casa, é mais que bem-vinda lá. Só... Peço que não vá embora, Margareth...

A dama apenas o abraçou e assentiu com a cabeça, afinal, as palavras eram supérfluas naquele momento.

___ no acampamento.

Um homem encapuzado e com uma faca, entra em uma tenda sem ser notado pelos soldados, já que como era um deles foi fácil se infiltrar.

— Se o plano funcionar, os outros já devem ter acabado com o grandalhão ou o distraído, assim me dá tempo de procurar as coisas valiosas deste lugar.

Ao que parece, o plano era todos irem contra o mais forte, exceto um, que iria saquear os pertences dos outros.

— Hein?... Esta não é a tenda onde guardam os objetos de valor...— ele olhou confuso, porque diante dele estava uma jovem donzela dormindo profundamente.

O bandido errou de tenda e entrou na de Giselle. A única coisa que ele via era a dama roncando, e sua baba escorrendo de sua boca.

— Ui... Que mulher dorme assim?...— pelo menos pensou em roubá-la e talvez vendê-la, era muito bonita e daria um bom dinheiro por ela, até que...— ....!

Alguém aparece atrás do bandido e tapa sua boca imediatamente. Então sussurra com um sorriso malicioso.

— Minha esposa fica tão linda dormindo, que eu não gostaria de acordá-la...— então sua voz muda para um tom ameaçador— faça um único barulho e eu o queimo vivo.

Ele assentiu rapidamente e o levou para fora do acampamento. Lá, Isaac jogou o bandido no chão e o ameaçou com sua espada.

— Diga-me onde estão os outros...— o bandido responde com grande nervosismo, que seus companheiros estão em um só lugar e era onde seu líder estava, ao que Isaac responde com um sorriso— seus companheiros já devem estar mortos...

— Não acredito... Meu grupo está em maioria, então por mais forte que ele fosse, não poderia ter vencido...— o bandido fica sem palavras ao ver Leonard se aproximando.

— Príncipe... Está bem?

— Já acabou?...

— Acho que sim... Só falta um.

— Não... Deixe-me cuidar dele... Escute...— ele se dirige ao bandido— ... O que pensava fazer com a minha mulher?... Não havia nenhum objeto de valor ali, mas para mim sim, e é o mais valioso que tenho em minha vida...

— Eu... Eu...— sem deixá-lo falar, Isaac acaba com ele o queimando completamente.

Seus gritos são silenciados pelo próprio fogo, que foram diretamente para a garganta dele. Isso ocorre porque o príncipe pode controlar seu fogo com grande precisão. Deixando seu cadáver em cinzas.

— Leonard... O acampamento está seguro?

— Sim, não há mais bandidos por perto nem nas proximidades. Mas suponho que eles eram apenas ladrões que não sabiam quem éramos por terem atacado assim.

— Parece que sim... Voltemos.

Na tenda de Giselle, Margareth entra ainda com o casaco de Leonard, ele pediu que ela voltasse para sua filha, lembrando que estava tudo bem, ela concordou e voltou.

Margareth viu que Giselle ainda dormia profundamente, embora fosse sua filha, ela nunca tinha visto ninguém com um sono tão pesado. No entanto, Margareth apertou o casaco, pois ele tinha o cheiro de Leonard, a pinheiros e a floresta fresca...

“O que será que aconteceu para ele me perguntar aquilo...?... Ele também tem um passado que ainda não consegue esquecer?... Gostaria de saber mais sobre você, Leonard"

Pensou Margareth antes de ir para a cama.

___ ao amanhecer.

Leonard havia repreendido seus subordinados por não terem percebido que um intruso havia entrado na tenda da esposa do príncipe, muito menos que os bandidos iriam atacar, mas felizmente, ele conseguiu resolver a situação. Os soldados se desculparam e prometeram ser mais cuidadosos e atentos da próxima vez.

Giselle ficou um pouco perplexa por não ter acordado com tudo aquilo. Então Isaac se aproxima e diz que ele está lá para protegê-la até em seus sonhos mais profundos.

Antes de partir da floresta, Margareth se aproxima de Leonard e o agradece por ter lhe salvado a vida e também por emprestar seu casaco. Então ela tenta devolvê-lo, ele a interrompe e com um pequeno sorriso, diz.

— Pode ficar com ele. Seu casaco está sujo com o sangue dos bandidos e o meu está limpo, até chegarmos em Rember eu me certificarei de comprar um melhor para você...

— Lorde... Não precisa... Não foi sua culpa que ele tenha se danificado... Mas...— segurando suas mãos, Margareth diz— agradeço por isso, não poderia recusar sua gentileza

Leonard não soube o que responder, mas fazia anos que ele não sentia aquele calor dentro de seu coração, então, um soldado vem lhe dizer que as coisas já estavam prontas para partir. Leonard se despede rapidamente para organizar tudo.

Como tudo estava pronto, eles partiram novamente para chegar à fronteira de Rember. No caminho, dentro da carruagem, Margareth explica a Giselle o que havia acontecido na noite com Leonard, e que ela iria morar com ele em seu ducado para não incomodar seu casamento.

— Mãe... Você sabe que para mim sua presença jamais seria um incômodo. Mas respeito sua decisão.

— Obrigada por me entender. Prometo visitá-la. Mas também gostaria... de conhecê-lo melhor, nunca me interessei tanto por um homem como por ele. Ele deve se sentir sozinho, então, gostaria de lhe fazer companhia em seu ducado...— Giselle apenas sorriu, pois sua mãe parecia feliz, algo que ela sempre quis depois que se separou do barão.

Várias horas depois.

...ΩΩΩΩΩΩ. Reino de Rember .ΩΩΩΩΩΩ...

As trombetas do palácio real são tocadas para anunciar a chegada do príncipe herdeiro do reino de Rember, não apenas por sua chegada, mas pela de ambos, o príncipe e a agora princesa Giselle. Também para anunciar que a aliança havia finalmente se concretizado.

De uma sala que tinha vista para toda a entrada do palácio, alguém observava as carruagens entrando com Leonard e o príncipe à frente da caravana.

— Hum... Você finalmente chegou, meu filho... Sebastian Isaac Rember.

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