Capítulo 8

Depois de um bom tempo conversando, Isaac comenta algo sobre o casamento.

— Meu pai me deu permissão para vir aqui apenas para conhecê-la, porém, me pediu em troca que tivéssemos nosso casamento o mais rápido possível... Dentro de alguns dias será o casamento, espero que não se importe com a ideia de que seja tudo apressado.

— Eu entendo perfeitamente, Isaac. Mas eu não vejo dessa forma. Sinto que tudo flui em seu ritmo...

— Prometo que quando nos casarmos não lhe faltará nada em Rember. Sei que você faz um sacrifício se casando comigo e se afastando do seu país...

Caminhando um pouco além do jardim, Isaac e Giselle cruzam com um homem peculiar, seu tamanho era o dobro, grande físico, mas com um detalhe, sua pele tinha cicatrizes de batalhas ferozes, principalmente em seu rosto.

— Quem é ele? — Perguntou Giselle.

Já estando na frente de ambos, Isaac o apresenta.

— Giselle... Apresento-lhe o meu general e meu braço direito. Leonard de Aram... — Este general mostrava uma expressão fria, mas ainda assim era educado.

— É um prazer conhecê-la, senhorita... — Ele se curvou com uma saudação educada... — Como em breve você fará parte de nossa família, espero servi-la adequadamente.

Giselle não julga antes de conhecer e muito menos pela aparência. Então ela se apresenta com um sorriso.

— Igualmente, general, meu nome é Giselle Whitney. Você é muito gentil.

O príncipe comenta.

— Leonard é meu acompanhante nesta viagem, ele se ofereceu para isso. Embora eu tenha pedido que ele ficasse.

— Por quê? — Perguntou ela.

— Além de general, ele é arquiduque, tem uma grande extensão de terra para cuidar e a deixou apenas para me acompanhar.

Leonard fala com grande seriedade.

— Entenda que você é minha maior responsabilidade, Vossa Majestade. As terras estão bem cuidadas com meus soldados. Então, estou tranquilo por um motivo.

— Leonard, se você está aqui é por algo, não é?

— Sim... Recebi uma carta do seu pai. Acho que é urgente.

— Entendo, mas agora estou ocupado, então-...

Giselle interrompe educadamente.

— Isaac... Não se preocupe comigo, se ele diz ser urgente acho que você deveria ler. De qualquer forma, virei ao palácio amanhã.

— Está bem, pelo menos deixe-me acompanhá-la. Leonard, espere-me em meu quarto, lá você me dará informações sobre a carta.

Assentindo, o general é o primeiro a virar as costas. Leonard se lembra de como Giselle o observou, ela não demonstrou qualquer desgosto por seu rosto e sorriu genuinamente.

“Agora eu entendo porque o príncipe não queria se separar dela. Ela não é como as outras que têm medo de nós por causa da nossa aparência... Eu gosto dela.”

Já do lado de fora do palácio, uma carruagem os aguardava com destino à residência de Giselle. Antes de subir, Isaac pega a mão dela, deixando a jovem um pouco surpresa.

— Vou esperar por você amanhã. Como sou convidado do rei, tenho permissão para ficar aqui até depois do nosso casamento...

Com um beijo nas costas da mão dela, Isaac se despede.

Giselle estava corada, mesmo sendo apenas aquela parte do corpo, ela podia sentir os lábios tão macios e quentes que ele possuía.

Subindo finalmente na carruagem, Giselle se despede com a mão. Com a carruagem em movimento, Giselle não conseguia parar de pensar naquele acontecimento.

“Não pensei que ele se despedisse assim, ele disse que seríamos apenas amigos, mesmo assim... Ele é tão imprevisível... Mas... — Ela esboça um pequeno sorriso — Eu gosto...”

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No palácio, perto do corredor do quarto de Isaac, Leonard o esperava com os braços cruzados e encostado na parede.

— Por que você teve que interromper? — Perguntou Isaac, um pouco irritado.

— Não entendo porque você está irritado. Se foi você quem disse que seriam apenas amigos... — Leonard olhou para Isaac com um sorriso.

Isaac desvia o olhar.

— Desde quando você estava ouvindo?

— Apenas aquela parte, eu estava apenas de passagem para lhe dar a notícia da carta, mas não encontrei o momento até agora...

Isaac abre a porta do seu quarto e entra, seguido por Leonard.

— Seu pai lhe enviou isso — Ele entrega um envelope lacrado com o símbolo da família real — Eu o recebi com o falcão, por isso presumi que era importante.

Isaac o pega, lê e, quando termina de ler, solta uma risada, mas não de alegria, mas de aborrecimento.

— Que estupidez... — Ele queima o papel com seu próprio poder de fogo... — Eu faço isso pelo bem do reino, e mesmo assim ele me exige mais, e isso que eu só estou fora do palácio há um dia. Estou um pouco cansado das regras do meu pai, Leonard. É por isso que estou um pouco preocupado em levar Giselle para o meu reino... Lá, as coisas são muito diferentes.

— Meu único conselho que posso oferecer é que você a proteja, se ela se tornar sua futura esposa, você deve cuidar dela acima de tudo se estiver tão preocupado em levá-la.

— E é isso que eu farei, Giselle é a única que me viu sem me discriminar, prometi a ela que não lhe faltaria nada em Rember e cumprirei com isso.

— Mesmo assim, eu tenho uma dúvida.

— Se... Qual é?

— Tem certeza de que você só vai ficar com ela como amigo?... Eu te conheço desde que você era criança, Isaac, eu sei como você é... — Leonard pergunta isso pela confiança que ambos têm.

Aquele homem com os olhos brilhando como sangue, esboça um pequeno sorriso.

— Eu disse isso apenas para que ela se sentisse confortável, para que ela não tivesse qualquer pressão para cumprir seu papel como minha esposa... Ela é mais nova que eu, embora já seja maior de idade, mesmo assim, devo ser respeitoso com minha futura esposa.

“A menos que ela não queira nada, eu não vou forçá-la, nem vou desrespeitá-la estando com outra.”

Pensou ele, que sai do quarto para tomar um banho.

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