Capítulo 20

Dada a chegada do príncipe, o rei ordenou a preparação para um banquete. Como era de se esperar, seria realizado à noite, pois os viajantes acabavam de chegar de sua longa travessia e, por pouco, não foram atacados por bandidos, não fosse por Leonard e a proteção de Isaac.

Além disso, o príncipe e seu general foram chamados pelo rei. Então ambos se dirigem ao seu encontro privado com sua majestade. Ao chegarem, Leonard faz a reverência, a qual Isaac apenas segue para não ter problemas logo na chegada.

— Espero que tenham tido uma viagem segura… — expressou o rei com uma voz indiferente. — … Ainda assim, o rei de Arnol enviou-me a notificação de que a aliança já está feita sem nenhum problema… Como bem disse, a aliança foi o primeiro passo para que nossa nação se torne mais forte, agora… O segundo passo é, Isaac, você…

— Sei o que vai me pedir e não concordo com isso, pai… — expressou Isaac com frieza.

— Sabia que reagiria assim, mas acabou de chegar, então falaremos sobre isso depois.

— Não… Tem que ser aqui e agora, já que está a tocar no assunto. Não obrigarei minha esposa a ter um filho só porque você o quer para o seu poder. Entenda isso, pai.

— Vejo que se apegou muito a essa donzela em tão pouco tempo. Mas o que você não entende é que esse seu filho poderia nascer com sua magia ou até com seus olhos, o que sem dúvida seria alguém poderoso. Nosso reino deixaria de ser reino para se tornar um grande império com grandes herdeiros…

— Pois deixe-me dizer-lhe que não será assim. Meu filho não nascerá para o poder político… Nascerá para dar felicidade a mim e à minha esposa… Então você menos que ninguém deve se intrometer no meu relacionamento… — Os olhos ameaçadores de Isaac foram suficientes para que seu pai não insistisse por enquanto.

O rei apenas cerra os olhos, mas não comenta mais nada e apenas solta uma risada.

— Entendo… Desta vez não discutirei com você, filho. Você é tudo o que tenho e a última coisa que quero é me afastar de você… — Isaac apenas desviou o olhar um pouco irritado. O rei continua. — Recebi a mensagem de que uma convidada a mais chegaria ao meu reino… Quero que a mandem de volta, não permiti que ela estivesse aqui. Somente a jovem Giselle, por ser esposa do meu filho, mais ninguém…

— Pai…! — Antes que Isaac pudesse discutir com o pai, Leonard intervém com grande seriedade.

— Majestade, se me permite, não creio que possa fazer isso…

— Ah… Gostaria de saber o porquê, general.

— Porque Lady Margareth não é uma simples convidada, embora seja a mãe da princesa Giselle, ela é… Minha prometida.

Isaac fica paralisado ao ouvir o que Leonard disse. Havia um interesse da parte dele, mas que as coisas fossem tão rápidas deixou o príncipe um pouco em choque.

— Sua prometida?

— É assim… Como não podia ficar lá em Arnol, decidi trazer a mulher a quem pedi em casamento e por isso enviei uma mensagem dizendo que traria uma pessoa a mais… Espero que isso não vá contra o meu compromisso.

— Ah… Mas o que é que eu ouço?… O general e arquiduque mais temido por seu caráter frio e distante, casando-se com uma dama por quem se apaixonou há tão pouco tempo, é interessante… Além disso… Onde está o anel? Não estou vendo o seu.

Leonard responde calmamente:

— Preferi fazer o anúncio aqui, no meu reino, após a recepção de boas-vindas ao príncipe…

O rei abre um sorriso perverso.

— … Leonard, só espero que isso não seja uma desculpa para proteger essa mulher, senão ela pagará as consequências por tudo… Disse que seria depois da recepção?… Prefiro que o faça esta mesma noite. Imagino que já deva ter tudo preparado, certo? — Ele tentou pressionar seu general, mas Leonard respondeu bem.

— Assim é. Ela será minha esposa e viverá comigo em meu ducado, não haverá nenhuma razão para tirá-la do reino… — Essas últimas palavras, ele anunciou com profundidade, como se estivesse ameaçando o rei sutilmente.

— Está bem… — disse ele, com um pequeno sorriso. — … Fico feliz em saber que você conseguiu esquecer Lady Camila, sei que foi duro para você ela ter rompido o noivado, mas pelo visto você já deixou o passado para trás e está olhando para o futuro com essa donzela estrangeira, espero vê-la no banquete… Podem se retirar, descansem e os verei mais tarde na recepção.

Já longe do escritório do rei, Isaac leva Leonard a uma sala privada sem ninguém para que pudessem conversar.

— Eu ia brigar com meu pai para que Lady Margareth pudesse ficar, não iria desistir até ele dizer que sim… Mas…

— Por enquanto, não é conveniente que brigue com seu pai, fiz isso por esse motivo e foi a última coisa que me passou pela cabeça, já que não sabia que Sua Majestade se oporia dessa forma, mas ele não a expulsará se ela se casar comigo, se ela se casar aqui em Rember, poderá facilmente ficar sem que Sua Majestade faça algo…

— Leonard… Faz tempo que você não faz isso. Deveria ter me deixado falar com meu pai.

— Mais do que falar seria discutir, eu o conheço, Sebastian Isaac Rember, você é como um filho para mim. Por enquanto, concentre-se em sua esposa e nos próximos passos para ser o próximo rei e tirar seu pai do trono. Temos que melhorar sua imagem para que isso aconteça…

Suspirando um pouco, Isaac concorda com Leonard.

— E você, para mim, é mais pai do que aquele que tem laços de sangue…

— Não se preocupe, comunicarei tudo a Lady Margareth… Sei que ela tem um interesse por mim, mas se não concordar em se casar comigo, podemos chegar a um acordo. Eu disse tudo isso porque não sabia que Sua Majestade rejeitaria Lady Margareth imediatamente, por isso falei sobre o noivado…

— Leonard… Estou realmente grato. Sei que isso é difícil para você voltar a toda essa questão do noivado, mas sei que faz isso para que todos nós estejamos bem. Prometo que em breve meu pai não estará mais no trono e tudo mudará…

Leonard apenas acena com a cabeça. Casar-se com Lady Margareth garantiria um lugar para ele neste reino, pois embora o humor do rei mudasse drasticamente, ele não esperava que ele rejeitasse a dama, mas se fosse por um compromisso, ele não teve escolha a não ser aceitá-lo. Principalmente, Leonard sempre protege Margareth e esta não era uma exceção, ele só espera que esta decisão precipitada não incomode a dama.

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