Capítulo 7

— Giselle!...— pronunciou seu pai, com um tom preocupado. Não por ela, mas pelo que ela acabou de demonstrar.

“Garota desajeitada... Você está envergonhando nossa família"

Rapidamente, Henrique vai para o lado da filha para estabilizá-la.

— M-muito me desculpe, príncipe. Giselle é um pouco tola.

— Eu não diria isso. Foi apenas um pequeno acidente que eu pude evitar... Acontece com qualquer um... Não é, Barão?

— A-ah, sim... Eu...

O rei fala para mudar um pouco de assunto. Tossindo disfarçadamente.

— Bem... A pedido da Srta. Whitney, o príncipe Rember veio até aqui para conhecê-la. Barão, sugiro que já possa se retirar, ambos ficarão em meu palácio como meus convidados de honra.

— De acordo, Majestade... Com relação ao título...— o príncipe não demonstrava qualquer emoção, ainda assim não pôde evitar olhar fixamente para o Barão por dizer aquilo...

— Oh... Barão Whitney, não se desespere. Deixe que tudo aconteça no seu tempo.

— Como ordenardes, Majestade...— então ele se dirige ao príncipe.

— É uma honra conhecê-lo, Príncipe, deixo minha filha em suas mãos...— com uma reverência ele se despede, mas para para olhar fixamente para Giselle.

“Não estrague tudo, garota... De você depende meu título de duque"

“Não se preocupe, pai... Vou levar mamãe comigo em breve, não nos veremos mais... E você saberá que perdeu o que realmente importa por um mero título"

Ela olhou desafiadoramente para o pai. E com isso, o Barão finalmente se foi.

— ... Realmente não aguento mais...— sussurrou ela, tão baixo que parecia um suspiro. Ainda assim, o príncipe ouviu, mas fingiu que não.

— Srta. Giselle... Gostaria de caminhar um pouco?...— ele oferece a mão, Giselle para de pensar e a pega.

— Me desculpe... Não esperava incomodá-lo com minha falta de jeito de agora há pouco.

— Não incomodou. Na verdade... Foi um prazer segurá-la. Para uma primeira impressão, deixe-me dizer que jamais me esquecerei disso.

Giselle ainda olha envergonhada para o lado, embora tenha ficado surpresa por ele ter dito que foi um prazer, quase cair na frente do seu futuro marido não é algo para se orgulhar.

— O rei estava me contando que no jardim ele tem flores únicas... Gostaria de vê-las?

— Claro...— já alguns passos à frente, Giselle fala com grande ânimo— A propósito... Concordei em conhecê-los antes do casamento, gostaria de saber mais sobre você... Mas posso me apresentar primeiro... Giselle Whitney, filha única dos meus pais e é uma honra ser sua futura esposa...

Embora no início não quisesse agir com tanta liberdade, prefere ser ela mesma para quebrar o clima tão pesado.

“Ela está tão feliz em me conhecer?... Será que não tem medo de mim pelos rumores?... Se fosse esse o caso, ela estaria tímida por se casar em breve com alguém que consideram um monstro... No entanto, aqui está ela, me observando como se eu fosse alguém único"

Pensou ele, que observava o sorriso genuíno dela. Deixando de lado esses pensamentos, ele decide acompanhar o ritmo da garota para socializar entre eles.

— Se é assim, eu também me apresentarei... Isaac Rember, também sou filho único... E fico feliz em saber que está feliz em se casar comigo apesar de tudo.

— Apesar de tudo?... Suponho que se refira aos rumores...

— Está bem que pensem assim de mim. Não dê importância às palavras de outras pessoas... Simplesmente ignore isso.

— Mesmo assim... Não me parece justo, Isaac.

“Ela pronunciou meu nome, sem qualquer hesitação... Percebe-se que tem uma grande confiança"

Giselle continua.

— As pessoas não te conhecem, nem têm o direito de te criticar apenas por seguirem esses rumores sem sentido...

“Sem sentido?... Ela não me vê como alguém mau?"

— Giselle... Deixe-me fazer uma pergunta... A que você se refere quando diz que os rumores são sem sentido?

— Ah, claro que são... Como as pessoas podem dizer que você é alguém horrível se é o contrário?... Digo, você é um anjo com lindos olhos carmesim, essa é uma combinação magnífica... E-...

“Um momento, o que estou dizendo?— tenta olhar para o rosto do príncipe, mas ele estava olhando para outro lado, Giselle pensa que o aborreceu— O que eu disse?!... Sem querer falei o que pensei!"

— Eu... O que eu quis dizer é...— Isaac segue mais à frente, o que faz a jovem se sentir mais envergonhada...— Eu o aborreci...— disse ela, um pouco decepcionada.

Mas a verdadeira razão pela qual o príncipe se adiantou um pouco mais foi porque ele estava corado. Ele não queria que ela visse suas bochechas rosadas. Com uma mão cobrindo os lábios, ele continua pensando.

“Ela disse que meus olhos são lindos... Ao contrário do que eu ouvi quando as pessoas me veem pela primeira vez... Ela pensa que não são os olhos de um demônio, mas os de um anjo..."

— Peço que me perdoe... Não foi minha intenção aborrecê-lo com o que eu disse...— Giselle expressou com sinceridade, ao lado dele.

— Para nada... Não me incomodou o que disse, apenas me surpreendeu ouvir que meus olhos não são assustadores... Muitas vezes costumo ouvir que me pareço mais com um...

— Vilão?— ele assente um pouco distante—... Não nos conhecemos bem para eu dizer como você é... ainda assim, você me mostrou que é o oposto dessa palavra... Por isso gostaria de continuar te conhecendo.

Sem perceber, ambos chegaram ao jardim que ele havia mencionado.

Mesmo assim, na entrada do local, o príncipe apenas comenta o seguinte.

— A data do nosso casamento será em breve... Tem certeza de que quer se unir a mim? Você deixará seu reino assim que nos casarmos.

— Não tenho nada para deixar... E sim, estou mais do que certa de me casar com você, por isso me esforço para te conhecer, talvez não haja um casamento romântico com o qual toda mulher sonha, mas seria um prazer ser alguém que mostre aos outros que você é alguém diferente do que dizem os rumores... Vamos continuar caminhando... Ali há umas flores lindas.

— Sim...

Ao ouvir isso, Isaac compreendeu que ela apenas tentava consolá-lo pelos rumores de que, embora ele não sinta nada, ela sente que são um peso que sempre o faz ficar sozinho, que ninguém se aproxime dele por medo e que sempre termine em solidão.

Ainda assim, a garota demonstrou o oposto do medo, e é uma grande curiosidade por ele, o que o deixou um tanto comovido.

“Entendo...— sorri fracamente— acho que nosso casamento será algo interessante de se ver..."

— Então... Seremos como amigos, certo? Giselle...— ele perguntou sem mudar seu tom sério.

Giselle, com um sorriso, responde:

— Sim... Amigos.

Enquanto ela continuava sua conversa com o príncipe, ambos conseguiam conversar entre si com fluidez, é claro que Giselle demonstrou grande confiança e segurança ao falar, o que agradou Isaac.

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