A SUA MULHER COME FEITO UMA PORCA

♤RAFAEL NARRANDO ♤

Depois que o casamento acabou e a tal festa começou, deixei a Lyana explorando o ambiente e fui conversar com uma amiga da faculdade, ela disse que estava feliz por estar assistindo aquele casamento, ela chamou isso de milagre, já eu chamo de: efeito Sandra rsrs.

Logo a Raquel acenou para mim, parece que ela estava com algo entalado na garganta e queria dividir comigo, então eu fui até ela, Raquel sorriu tentando fazer charme pra mim, ajeitou os cabelos e desatou a falar:

—Veja aquilo Rafa, a sua mulher come feito uma porca, ela está comendo pela segunda vez, certamente vai te fazer muita vergonha nos eventos que você precisa se fazer presente-disse Raquel e logo sorriu de forma zombeteira, olhei na direção de Lyana e daí constatei que ela estava exagerado na comida, ridícula.

“Será se ela está querendo ficar com dor de barriga só para não se entregar pra mim, eita que eu agora estou com a frente ocupada”, pensei enquanto continuo a olhar para Lyana, ela também não parava de olhar pra mim, se ela estiver com ciúmes da Raquel eu só lamento, mulher nenhuma vai mandar em mim.

Nessa hora, tocou uma música romântica, Lyana fechou os olhos e parecia estar fazendo uma viagem no tempo, depois ela sorriu levemente para mim e caminhou na minha direção, o meu coração acelerou de repente e por impulso acabei chamando a Raquel para dançar.

O sorriso que antes iluminava o belo rosto Lyana simplesmente sumiu, ela disfarçou e logo caminhou na direção da cama aonde mamãe estava, ela sorriu levemente para mamãe e disse:

—A senhora me concede essa dança?-ela perguntou e logo segurou nas mãos da mamãe.

A dona Sandra sorriu do jeito doido Lyana querer dançar, mas mesmo assim ela entrou na brincadeira, inclinou a cama, ficando parcialmente sentada, segurou as mãos daquela jovem e Lyana se movimenta levemente, mamãe parece feliz e nessa hora, me afastei de Raquel e fui assistir de perto aquela cena, era lindo ver a minha mãezinha feliz.

Ao me ver ali, Lyana parou de sorrir, mas ainda sim continuo a dançar, quando aquela música romântica acabou, eu chamei a Lyana e junto com a mamãe e os meus irmãos nós tiramos muitas fotos, depois eu liberei o fotógrafo e ficamos ali, perto da mamãe ouvindo os conselhos dela, ela olhou para cada um de nós e disse o que estava fazendo o seu peito apertar.

—Olha Pietro, já está na hora de você tomar um rumo na vida, ajude o seu irmão a cuidar dos negócios da família, já você Suely, para de querer negar as tuas origens, essa é a sua família, seja grata por ela, e você Rafael, quero que cuide da nossa família, você é o mais jovem, mas também o mais capacitado para essa missão-ela falou fazendo os meus irmãos revirar os olhos de pura irritação, mas ninguém disse nada, logo se despediram da mamãe e foram embora.

Pela fisionomia de mamãe, pude perceber que ela estava cansada, dei um beijo no rosto dela e disse:

—Nós também precisamos ir agora mamãe, a senhora precisa descansar, eu volto amanhã pra te buscar-falo com uma voz carregada de receio, depois de pensar por alguns segundos, mamãe sorriu e logo acenou concordando com as minhas palavras, isso me deixou muito feliz.

Logo a Lyana e eu saímos do hospital, entramos no meu carro e dirigi por muito tempo sem dizer uma palavra, mas o que eu deveria dizer? Lyana olhava pela Janela do carro com um olhar vazio, num certo momento, senti uma gota cair na minha mão, Lyana estava chorando e vento jogou aquela lágrima em minha mão.

—As suas irmãs são choronas como você?-pergunto enquanto tentava manter o foco no trânsito.

—Só estou sentindo um pouco de dor nos meus pés-disse ela sem se dar o trabalho de olhar para mim, aquilo estava me deixando louco, essa mulher vai me deixar louco, eu não posso enlouquecer tão jovem.

Pensando nisso, logo parei o carro no acostamento, claro que aquilo chamou a atenção dos seguranças, eles vieram até mim, encarei um deles e disse:

—Levem a minha mulher para casa-falo e vou logo fazendo cena para que Lyana saia do carro, eu só quero ficar sozinho, eu só preciso de paz.

Ouvindo aquelas palavras, Lyana parou de olhar para em outra direção e olhou para mim, ela estava neutra, nenhuma emoção podia ser constatada, sem dizer uma palavra, Lyana saiu do meu carro e pelo espelho retrovisor eu pude ver ela entrar no carro com os seguranças sem nenhum questionamento.

“É assim que eu quero você, totalmente submissa a mim”, penso e logo saiu dali rapidamente, eu só quero entrar no primeiro bar que eu encontrar, vou beber até esquecer o meu nome.