♤RAFAEL NARRANDO♤
Batidas frenéticas na porta, quebram o silêncio que tanto preso, eu bebo um gole do café frio que ainda está sob a mesa, me ajeito na cadeira e logo autorizo a entrada, é Jaqueline, a minha secretária.
—Boa tarde senhor Rafael, eu trouxe alguns documentos que precisam da sua assinatura-disse ela e logo me entregou os papéis
Ela se inclinou tanto que os seus seios quase pulam fora da blusa, Jaqueline estava tentando me seduzir, eu tive vontade de rir da cara dela, mas sou um homem de princípios e jamais faria tal coisa.
Peguei a caneta e assinei tudo rapidinho, mandei Jaqueline sair do escritório pois precisava fazer uma ligação importante, antes de sair, Jaqueline se aproximou de mim e disse com uma voz melosa:
—Amanhã é feriado e estaremos de folga, se você quiser a gente pode sair para se divertir, eu iria adorar-disse Jaqueline já bem perto de mim.
Ela é uma ruiva muito bonita, 1, 65 de pura beleza, mas não faz o meu tipo. Tossi levemente e logo a respondi:
—Eu não gosto de misturar as coisas, além disso, amanhã é dia de visitar a minha mãe no hospital, sabe como é, a minha mãe vem em primeiro lugar-falei e fui logo me afastando dela, Jaqueline é muito bonita, mas é superficial demais e isso me deixa enjoado.
A mulher apenas acenou positivamente e daí saiu do escritório, nessa hora eu peguei o meu celular e logo fiz uma ligação, liguei para o Pietro e ninguém atendeu, então resolvi ligar para Suely, essa não larga o celular e por isso atendeu rapidamente.
—Oi Rafa-disse ela com uma voz embargada, talvez esteja chorando.
—Oi irmã, é impressão minha ou você andou chorando?-perguntei Já sentindo o meu sangue ferver, ninguém faz a minha família chorar.
—Eu estou voltando para casa, a empresa que trabalhei por 5 anos faliu, vou aí me embrenhar nesse ninho de cobras-disse Suely me fazendo sorrir, ela estava se referindo a minha tia e a nossa prima, a Raquel.
—Amanhã é dia de visitar a mamãe, ela vai gostar de te ver-falei fazendo ela soltar um longo suspiro.
Mamãe está com câncer em estado terminal, isso me deixa sem saber o que fazer, essa é a pior sensação que existe, saber que ela vai partir a qualquer momento me faz querer ir primeiro só para não sentir a dor de sua partida.
—Eu amo muito vocês, mas essa vida não é para mim, mamãe mesmo estando doente é muito insistente, você vai vê, daqui a pouco a dona Sandra surta e obriga a gente a casar, poxa, eu nem gosto de homens e nem tenho namorada, então desse mato aqui não sai cachorro, então a bomba vai cair no seu colo-disse ela e logo sorriu de forma calorosa.
Continuamos a falar ao telefone por um tempo, enfim chegamos a um acordo, Suely vai comigo visitar a mamãe, liguei para o Pietro e após o telefone tocar pelo menos 10 vezes enfim ele atendeu:
—Diz aí-disse ele me deixando irritado, ele estava alcoolizado.
—Amanhã vamos visitar a mamãe, nós precisamos nos unir para convencê-la a voltar para casa, não faz sentido ela ficar ali sozinha-falei e logo encerrei a chamada.
Eu sinceramente não tenho paciência para lidar com as criancices de Pietro.
Nesse momento, o meu telefone tocou, era o assessor da mamãe, já pensando mil coisas, atendi rapidamente:
—Oi Felipe, aconteceu alguma coisa com a minha mãe?-perguntei nervoso Já sentindo um aperto no peito.
—A sua mãe está muito mal, ela solicita a sua presença aqui agora mesmo-disse ele me deixando ainda mais nervoso.
“As coisas vão se complicar por aqui”, pensei enquanto procurava as chaves do meu carro e daí saí rapidamente do escritório.
Sai correndo da empresa, entrei no carro e os seguranças sempre na minha cola, vivo na corda bamba, machuco pessoas todos dias, mas tenho medo da morte, isso parece uma piada sem graça.
Muito nervoso, dirigi feito um louco, ao chegar no hospital fui direto para o quarto da mamãe, abro a porta rapidamente, nessa hora os meus olhos encontram a minha mãe, tão magrinha e sem forças.
Só se passaram 5 dias após a minha última visita, nesse tempo mamãe perdeu muito peso, agora os seus olhos estão sem brilho, me esforço um pouco para esconder o medo que estou sentindo agora, mamãe está morrendo.
—Boa tarde mamãe-falei e fui logo me aninhando nos braços dela, ela me abraçou com todas as suas forças e deu um beijo na minha testa e nessa hora eu não aguento e daí começo a chorar.
—Vamos para casa mamãe, eu vou tirar umas férias e daí eu cuido da senhora, por favor fique comigo-falei e daí dei um beijo no rosto dela.
Embora eu esboçasse um sorriso, meu coração está doendo muito, mamãe deu um sorriso fraco e disse:
—Você precisa ser forte filho, eu te chamei aqui porque eu quero te pedir uma coisa-disse ela com uma voz fraca, ela parece estar com dificuldade para respirar.
—Não se esforce tanto, eu vou ficar aqui com a senhora e quando a senhora tiver melhor daí a senhora faz o seu pedido-falei e logo arrastei uma cadeira e sento-me bem perto da minha mãe e seguro a mãozinha dela, mamãe definhou em tão pouco tempo que isso me deixa intrigado, maldito destino.
Mamãe balança a cabeça negativamente e diz:
—Não há o que esperar, os conselheiros ameaçaram tirar a nossa família da máfia, querem lhe dar funções secundárias, tudo isso porque nós não temos uma boa estrutura familiar, eu mandei cobrar algumas dívidas antigas...eu quero que você se case com umas das mercadorias e dê continuidade ao meu legado, por favor meu filho-disse mamãe pausadamente, ela estava chorando e aquilo acabou comigo.
Apenas balancei a cabeça positivamente, nem tive tempo de dizer nada, os aparelhos que estão conectados à mamãe começam a apitar sem parar, chamei os médicos e enfim eles conseguiram estabilizar a minha mãe, ela foi sedada e parece estar bem.
Nesse momento o médico me chamou, ele me explicou que a dona Sandra só ainda está viva por que ela é muito forte, mas os seus dias estão contados, muito triste eu coloquei uma mensagem no grupo da família.
“Boa tarde, eu estou aqui no hospital, a mamãe está muito mal, ela pode morrer a qualquer momento, por isso eu preciso de vocês, por favor venha para cá, não quero passar por isso sozinho.”
Após escrever a mensagem, deito-me perto da minha mãe, encosto a minha cabeça em seu peito e fiquei ali conversando com ela:
—Ei dona Sandra, trate de ficar firme, pois eu quero que a senhora assista ao meu casamento, não serei hipócrita de dizer que eu estou feliz com isso, mas eu vou casar, cumprindo assim o teu último desejo.
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Deisy Ribas
essa sensação de impotência acaba com a gente, passei isso com a minha mãe /Frown//Frown/
2024-12-09
0
Ana Alice
Essa sensação de perder alguém é muito triste, imagina, uma mãe? 😢 coitado
2024-10-29
1
Fatima Gonçalves
não sei
2024-09-08
0