VOU SAIR ESPECIALISTA EM MATAR BARATAS

♡LYANA NARRANDO♡

Encaro a paisagem pela janela do carro, o vento bate no meu rosto ajudando a secar as lágrimas silenciosas que escorrem pelo meu rosto e nessa hora peço a Deus que me ajude a me livrar desse maldito infeliz, esse tal de Rafael parece que veio do inferno para tirar a minha paz, ele nem precisava ser tão bonito assim.

Dou uma olhada nas três mulheres que estão no banco de trás e deixo escapar um sorriso amargo, “ Fique tranquila mamãe, eu vou cuidar muito bem da Lyana, eu prometo, bla,bla,bla, cretino, mentiroso", bufo mentalmente enquanto relembrava as palavras de Rafael, ele acabou de quebrar a sua promessa, estou sozinha a mercê desse macho escroto que não para de olhar para as minhas pernas, ainda tem essas três jararacas que parecem que vão me comer com os olhos, maldição de vida.

A cada segundo que passa, eu vou perdendo ainda mais as esperanças de um dia voltar para casa, um tempo depois enfim chegamos a um grande imóvel, os muros são enormes, tem muitas câmeras de segurança e cercas elétricas, se assemelha a uma prisão de segurança máxima, que maravilha, acabou a minha liberdade.

Logo adentramos o grande portão, aqui é assustador, há homens armados trafegando pelo pátio, antes da casa principal tem árvores altas por todos os lados, ao longe vejo uma grande mansão, mais parecia um castelo, deu vontade de gritar:abram as alas, a escrava Isaura está chegando rsrs.

Ao sairmos do carro, fico ali, esperando que alguém me diga o que fazer, não gosto disso, mas essa casa é tão grande que certamente eu iria me perder nesse labirinto.

—Venha comigo Lyana, eu vou te levar para o quarto do seu futuro marido-disse Suely e foi logo entrelaçando o seu braço no meu e saiu me puxando na direção da entrada principal.

Nesse momento, eu dei uma olhada para trás, vi as duas mocreias olhada para mim e rindo de alguma coisa, tenho certeza de que eu sou o motivo do riso delas, uma delas ousou até mesmo mostrar a língua para mim, que maravilha, eu vou amar a minha estadia por aqui, vou sair especialista em matar baratas.

Continuo a caminhar na força do ódio, logo adentramos a sala, os móveis são luxuosos e muito bonitos, mas as paredes internas são de tons escuros tornando o ambiente um tanto assustador, sinto como se eu tivesse acabado de adentrar o inferno, Suely continua agarrada a mim e juntas subimos as escadas.

O quarto do Rafael é bem maior do que o meu apartamento no centro, quer dizer, quando eu ainda tinha alguma coisa, além de saudades das minhas irmãs e da Nana, hoje eu não tenho mais nada, nem mesmo esperanças.

Ao adentrar o quarto, sento-me numa poltrona no canto direito e fico observando tudo com muita atenção, tudo aqui é escuro e emana tristeza, as paredes, as cortinas, os lençóis, o tapete e até mesmo a cerâmica são de cores escuras.

Vi um quadro na parede, havia uma foto do Rafael, ele está usando um jaleco branco com seu nome, um médico que mata pessoas, até parece uma piada.

Suely sentou-se no cantinho da cama e disse:

—Eu não quero ser quem sou: a filha de uma mafiosa, por isso fui viver uma vida que não me pertencia, eu queria viver de forma digna, sabe? Eu tenho vergonha de ser uma integrante da família Smith, e por isso menti para vocês, me desculpe-disse ela e daí saiu do quarto rapidamente, certamente ela quer me dar tempo pra pensar.

Estando sozinha no quarto, eu fico pensando se a Suely pode ter corroborado para a destruição do grupo Mancini, tudo aconteceu rapidamente e também ninguém conseguiu descobrir nada sobre o assassinato do meu pai, pode ser coincidência, mas já sinto um aperto no peito.

Com medo de ser abusada por o idiota do Rafael, deito-me na cama e se enrolo com quase todos os lençóis, cobri até mesmo o meu rosto e daí caí num sono profundo.