Assim que eles entram no escritório, Satan se senta na sua cadeira, e aponta para a cadeira a sua frente, onde Draco se senta.
— Então... O que foi que a minha enteada aprontou dessa vez?
— Como você mesmo sabe, o relacionamento dela com o Foguinho sempre foi marcada por idas e vindas.
— Sim. Eu gosto muito o Foguinho, mas eu não acho resto esse relacionamento que eles vivem. Eu sempre vi a Patrícia com uma filha mesmo, mas ela nunca me viu como um pai. — O homem confessa com um tom triste. — Eu até tentei aconselhar, mas quando eu fiz isso, acabei saindo como o errado de toda a história. Inclusive, eu tive que internar a mãe dela há alguns dias atrás, porque a mãe dela ficou depressiva com alguns problemas que aconteceram envolvendo a própria Patrícia. Ele sempre deu muito trabalho, sabe? A Patrícia nunca foi uma pessoa fácil de lidar, de se conviver, porque ela sempre quis que tudo fosse do jeito dela, no momento dela. Ela nunca foi uma pessoa que soube receber um "não", e sempre prejudicou muitas pessoas no caminho. Aqui no morro mesmo, ela quase matou uma menina de catorze anos, porque a menina simplesmente cumprimentou o marido dela. A menina não tinha malícia nenhuma. Era uma menina que ia de casa pra igreja, e de casa para escola, sem companhia que não fosse a mãe, e só porque a menina os cumprimentou por educação, a Patrícia simplesmente enfiou o canovetev na menina. A minha mulher chorou noite e dia, entrando numa depressão profunda ao ver a filha seguindo os passos do pai biológico, porque ele era exatamente assim com a minha mulher. Infelizmente, não teve como cuidar da minha mulher aqui em casa, porque é uma situação difícil. Agora, vocês me aparecem com a Patrícia, e eu tô com medo de perguntar o que que ela aprontou dessa vez.
— Eu sinto muito por tudo isso que está acontecendo, Satan. Como eu estava lhe falando, o relacionamento deles tem muitas idas e vindas, e em uma dessas idas, o Foguinho começou a se relacionar com uma moça que mora lá no morro, e essa moça acabou engravidando. Desde que eles reataram o relacionamento, o Foguinho não teve mais nenhum envolvimento com essa moça, e inclusive, ele nem sabia que essa moça está grávida. Ele só foi descobrir hoje, porque eu o chamei na minha casa para que ele e a moça pudessem conversar, mas tomei essa atitude, porque eu sei da índole do Foguinho e que mesmo vivendo num relacionamento conturbado, ele jamais iria trair a esposa. Fora que ele também merecia saber do filho, pois a sua enteada começou a ameaçar matar a avó dessa moça que está grávida, chegando a agredir a mesma e hoje a feriu com um canivete. Felizmente, o ferimento foi de raspão, mas do jeito que as coisas estão, não dá mais para continuar.
— Eu entendo, Draco. Pode deixar comigo, pois vou tomar todas as medidas cabíveis a respeito dos impulsos da minha enteada. Eu vou leva-lá nos especialistas que acompanham a mãe dela, e se for necessário, eles poderão dizer uma intervenção. Me dói muito ver minha esposa nessa situação, e agora ter que imaginar a Patrícia é muito mais difícil, principalmente porque eu vou ter que aguentar as pontas.
— Vai dar tudo certo. Sei que nunca fomos muito próximos, mas pode contar comigo pro que tu precisar.
— Valeu, Draco. Digo o mesmo, tá ligado.
— Valeu, irmão. Vou indo nessa... fé pra tu aí.
— Fé, irmão.
Draco se levanta e saindo com Lilith, vão para a maternidade em que Sattyla foi levada. Assim que eles chegam, eles encontram com Foguinho, que está na recepção.
— Como que ela está? — Lilith pergunta.
— Ela já passou pela triagem e acabou de ser chamada lá pra dentro. Eu estou aqui com o coração na mão, com medo de alguma coisa acontecer com ela ou com o nosso filho.
— Calma, irmão! Vai dar tudo certo. Eles vão ficar bem e logo vão sair por aquela porta ali e vão para casa. Depois disso vamos ter uma conversa sobre a Patrícia.
Foguinho assente em afirmação, e alguns minutos depois, a Sattyla sai com um curativo no peito onde o ferimento foi pego de raspão, e alguns papéis em mãos. Foguinho corre até ela, e dá um beijo na testa dela, e a abraça. Em seguida, Lilith a abraça, e ela dá um sorriso.
— Nós estamos bem, graças á Deus! Não passou de um susto, e agora vamos para a ala da ultrassom, porque veremos como está o nosso pinguinho de gente.
Eles caminham para a outra ala da maternidade, e assim que Sattyla faz a ficha e entrega o pedido do exame, sem muita demora, a médica a chama lá para dentro e emocionados, Foguinho e Sattyla vêem o bebê pela primeira vez, e ficam aliviados em saber que tudo está bem.
Os dois saem da sala, e após retornarem para o consultório da médica, Sattyla é liberada para ir para casa. Durante aquela noite, ela fica na casa de Draco, que prepara tudo para ir buscar a avó da moça do morro do Macaco.
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Atualizado até capítulo 68
Comments
Conceiçāo Maia
Muito bom👏
2025-02-21
0
Katia Lannes
estou gostando muito do livro
2023-08-04
7