Sattyla e Foguinho

Assim que chegam na casa de Draco elas descem do carro, e Draco liga para Foguinho, pedindo para que o homem vá até a sua casa. Enquanto esperam pelo homem, Sattyla vai esfregando as mãos na sua calça, ainda bem nervosa, até que o homem toca a campainha e Draco abre a porta. Assim que o homem vê Sattyla ali, ele estranha a presença da moça, mas logo lhe dá um sorriso fraco.

— Foguinho, eu pedi para que você viesse aqui, porque você é a Sattyla precisam conversar. — Draco diz, e o rapaz assente em afirmação.

— Vamos deixar vocês sozinhos para quem possam conversar melhor. — Lilith se levanta e junto com Draco, eles vão para o quarto, deixando os dois no andar de baixo.

No quarto...

— Amor, quem é dono do morro do macaco?

— O Paulin, preta. Por que?!

— Ele é aliado do morro?

— Não, meu amor. Ele não é aliado, mas também não é inimigo. Eu sou neutro aos assuntos do morro dele, e ele é neutro aos assuntos do meu. Por que, preta?

— Porque, a mulher do Foguinho disse que é filho de um dono de um morro, e que a Sattyla teria que sair aqui do morro, e mandaria para ela a cabeça da vó dela. E, elas são do morro do macaco.

— Ela não é bem filha do dono de um morro. A mãe dela se casou com o dono da favela da Abadiânia, só que nunca foi segredo para ninguém que a Patrícia nunca se deu bem com o padrasto, porque ele nunca concordou com a postura toda errada da enteada. O Satan é um homem honesto, e gosta de tudo pela ordem e decência.

— Entendi, momô. Vida, a moça já desocupou a casa? Ou surgiu alguma outra? Eu estou pensando em tirar ela do bordel, e trazer a avó dela aqui para o morro.

— Olha, amor, surgiu uma casa aqui hoje. Ela é bem pequena, mas como é somente as duas, então dá para ficarem de boa.

— Tudo bem, amor.

Lilith se senta no colo de Draco, e vai dando beijos no rosto do homem, que logo inicia um beijo calmo e apaixonado.

No andar de baixo...

Sattyla encara o homem ali em pé, e Foguinho caminha em direção a Sattyla, se sentando ao seu lado.

Sattyla

Foguinho

— E aí, como você está?

— Podemos dizer que eu estou levando. E, você?

— Estou bem melhor agora. Acho que temos que conversar, não é? — Sattyla assente em afirmação e ele respira fundo. — Sabe, eu queria lhe pedir perdão por ter sumido assim, sem lhe dar nenhuma notícia. Eu passei por um péssimo momento, tive que voltar com a minha ex, e eu não quero que isso pareça papo torto de comédia que quer lhe enganar, porque não é. Eu acabei me afastando de tu, porque eu voltei com a minha ex depois dela ter tentado se matar. Eu já tentei colocar um ponto final na relação há muito tempo, mas sempre que eu tento, ela começa a ameaçar se matar, ou então, ela tenta alguma coisa contra a própria vida. Nessa última vez que nós nos separamos, o morro todo foi testemunha da patifaria que ela fez. Eu tava no plantão, e quando chego de manhã cedo, só vejo minhas roupas queimadas e ela surtando dentro de casa, dizendo que eu tava com putā, mas durante todo o nosso casamento, eu nunca traí. Eu frequentei lá a casa da Bernadete, quando já estava solteiro, te conheci, começamos a ficar e rolou todos aqueles momentos. Eu de verdade, me senti muito em paz contigo como eu não me sentia há muito tempo. Você me ajudou, me trouxe a felicidade novamente, e a cada incentivo teu, parando somente para me ouvir falar sobre o meu dia, o seu sorriso... tudo foi me conquistando, e eu passei a pensar em você, em querer estar com você, mas me perdoe por eh estar sendo fraco, e não poder deixar a louca da Patrícia.

— Eu... — Sattyla engole o choro — confesso que eu fiquei muito decepcionada quando soube que você tinha voltado com a sua ex mulher. Eu amei cada um dos nossos momentos e todos eles vão estar eternizados já minha memória. Eu sempre quis muito poder estar com você, cuidar de você, ouvir sobre o seu dia, e me doeu muito quando soube que não voltaria mais. Os meus dias tem sido bem tristes sem você, e o dinheiro que você deixou com a dona Bernadete é a minha garantia de que eu não precisarei me deitar com nenhum outro homem, até porque, eu não quero, e pretendo arrumar outro trabalho. A patroa tem me ajudado muito e ela vai me ajudar a arrumar uma casa aqui no morro e trazer a minha vozinha para cá. Mas, uma coisa que eu lhe peço, é que mantenha a sua mulher longe de mim, porque eu não posso passar estresse e ultimamente isso é tudo o que ela tem me causado! Eu não fiz nada de errado para ser tratada como ela me trata.

— Eu fico muito feliz em saber que a sua coroa vai vim morar aqui no morro. Vai ser melhor para vocês duas, e podem contar comigo para o que precisarem. Mas, referente ao que disse a não poder passar estresse... O que você quis dizer?

— Eu estou... g-grávida.

Foguinho arregala os olhos, e coloca as duas mãos na boca, mas logo em seguida abraça Sattyla, tirando-a do chão, e dá um beijo na barriga da moça.

— Bonito! Eu vou acabar com a sua raça, sua vagabunda!

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