Em estado de choque

— O que você está fazendo aqui, Patrícia?! — Foguinho coloca Sattyla atrás dele e encara a esposa.

— Você me deixou em casa para poder se encontrar com essa putą aqui na casa do dono do morro?!

— Abaixa o tom de voz, porra! Ninguém aqui é surdo. Você não está na sua casa pra já chegar fazendo baixaria! Aqui não tem nenhuma putą e está bem mais do que na hora de tu começar a se comportar, porque ninguém aqui nesse morro aguenta mais os seus xiliques. — Foguinho a repreende.

— Vai defender essa mulherzinha agora e ficar contra mim?! É isso?

— Eu vou defender a mina sim, porque tu sabe bem que o que eu tive com ela foi no passado, quando você e eu já não tínhamos mais nada. Então, pode ir largando de patifaria, porque ninguém aqui é pută, e nem estávamos fazendo nada de errado!

— Tu tem que defender mesmo essa vadia, não é? EU VOU MATAR VOCÊS DOIS!

Patrícia vai para cima de Foguinho, começando a dar tapas no homem, que segura os pulsos dela e nesse momento Draco e Lilith descem...

— O que está acontecendo aqui?! — Lilith grita.

— O que está acontecendo aqui, é que os dois trouxeram essa vagabunda para dentro de casa, só para que ela pudesse se encontrar com o MEU MARIDO! Vocês vão apoiar essa putä embaixo do teto de vocês? É isso?

— FALA BAIXO, PORQUE TU NÃO ESTÁ NA SUA CASA, PORRA! — Draco se altera.

— EU FALO DO JEITO QUE EU QUISER, PORQUE VOCÊS ESTÃO ACOBERTANDO O SAFADO DO MEU MARIDO COM ESSA VÄDIA! ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM, PORQUE EU VOU MATAR ESSA VADIA E A AVÓ DELA.

— Fica longe da minha vó! — Sattyla dá alguns passos a frente, ficando cara a cara com Patrícia.

— A vagabunda agora criou boca pra falar? Achei que precisasse da primeira dama pra ser sua porta voz. Eu vou lhe matar, sua vådia! Eu vou acabar com a sua raça, para que aprenda a nunca mais se meter com homem casado! O que tu merece é uma surra bem dada. Eu vou matar a sua vó. Eu vou mandar a cabeça daquela velha imunda numa bandeja pra tu, e tu vai aprender a nunca mais me desafiar, sua püta, sua vą...

Nesse momento, Patrícia sente o seu rosto ardendo, e sem acreditar, ela olha para Sattyla, que estava encarnando-a.

— Você ficou maluca? Perdeu o medo de morrer, desgraçada?!

— Eu já aguentei os teus desaforos por tempo de mais, Patrícia! Eu nunca fiz nada de errado, e o motivo de eu ter vindo parar aqui no morro nunca foi da sua conta, mas eu vou lhe dizer! Eu vim para cá, só pra buscar uma vida melhor para a minha vó e para mim, porque eu estava cansada de ver a minha vó sem nada para comer! Já cansei de ver a minha vó tirando da própria boca só para me alimentar, e eu vi tentar o que eu pude, após tentar todas as outras oportunidades. Quando eu me envolvi com o seu marido, ele estava SOLTEIRO! Desde que ele voltou contigo, nós nunca mais tivemos nada, sua maluca! Você é uma doente, desequilibrada! Você tem que se tratar, isso sim!

— Eu vou me tratar sim, mas o meu tratamento será ver você morta, sua maldita! — Patrícia puxa um canivete e tenta golpear Sattyla, mas Foguinho consegue puxar a moça, que acaba sendo ferida de raspão no peito.

Nesse momento, Lilith vai para cima de Patrícia e consegue desarmar a moça. Quando toma a faca de Patrícia, Lilith a imobiliza e olha para a moça...

— Juro que eu estava disposta a lhe dar surra que você merece, mas você somente é digna de dó. Logo se nota que é uma pessoa que sofre de um grave desequilíbrio, e precisa de um tratamento sério! Não dá mais para que fique aqui nesse morro. Eu vou lhe levar para a favela da Abadiânia e lhe entregar para os seus pais, pois aqui no Az de Ouro não dá para você ficar. — Lilith diz e se levanta com a mulher, que agora está em estado de choque.

— Preta, eu vou com você na Abadiânia. Foguinho, leve a Sattyla no hospital. Ela está ferida, precisa de atendimento médico.

— Leva ela, que quando voltarmos da Abadiânia e vocês ainda estiverem no hospital, nós vamos para lá. — Lilith diz olhando para Sattyla.

— Eu estou bem, pessoal. Foi somente um susto e um ferimentos de raspão.

— Mesmo assim... é necessário procurar atendimento médico e fazer todos os procedimentos pelo bem do seu neném.

— Tudo bem... eu vou.

Ela se levanta ainda pressionando o local da ferida e junto com Foguinho, ela pega os seus documentos e vão para o hospital enquanto Lilith e Draco seguem em direção a favela da Abadiânia.

Assim que o carro chega na entrada do morro e eles se identificam, o carro é autorizado a entrar no morto e o padrasto de Patrícia já fica esperando-os em casa, onde um vapor os guia até o local.

— Grande Draco! O que devo a honra? — O homem, que aparenta ter mais de quarenta e cinco anos diz.

— Salve, Satan! Será que nós podemos ter u. papo séro?

— Claro. Pode dizer.

— Eu trouxe a sua enteada aí... Tivemos uns problemas lá no morro, e infelizmente não tá dando para manter ela por lá...

— Entendo... vem... vamos ao meu escritório e tu me explica melhor tudo que tava rolando.

Draco entra no escritório junto com a Satan, deixando Lilith sentada na sala juntamente com Patrícia, que ainda está em estado de choque.

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