Sattyla

Lilith chegou à casa da mulher e coletou todas as informações necessárias sobre a criança. Em seguida, elas foram para o posto de saúde para analisar a situação e identificar as melhorias necessárias. Durante a visita, Lilith reconheceu uma das moças que trabalhava no bordel e se aproximou dela.

— Olá, tudo bem? Lilith cumprimentou a moça.

Um pouco assustada, a moça se encolheu, mas acenou com a cabeça em afirmação.

— Oi, senhora. Estou bem. E o que dizer da senhora?

— Estou bem também. Você tem certeza de que está tudo bem? O que aconteceu com o seu braço?— Lilith perguntou enquanto olhava para o braço roxo da moça e sua carteira de gestante na mão.

— Eu acabei caindo, patroa. Nada sério... — explicou a moça.

— Caindo? Entendi. De fato, a boate é cheia de degraus, e o piso fica escorregadio ao molhar, o que não é nada apropriado para uma gestante. — Lilith observou.

A moça ficou surpresa com a declaração de Lilith, que a confortou com um sorriso caloroso e colocou a mão na barriga ainda plana da moça.

— Está tudo bem! Eu só quero ajudar você, tudo bem? Mas para isso, preciso que me conte toda a verdade.

— Podemos ir para um lugar mais reservado? — Perguntou a moça, olhando ao redor em pânico.

— Claro, vamos. — Respondeu Lilith, conduzindo a moça para uma sala de medicamentos e trancando a porta.

— Bem, senhora, meu nome é Sattyla e venho do morro do Macaco. Vim para cá porque Bernadete me convidou para fazer programas para pagar o tratamento da minha vó. Somos só nós duas no mundo, sabe? Como ninguém no morro sabe quem eu sou e a necessidade de ajudar minha vó é grande, eu aceitei a proposta. Mas quando cheguei aqui, acabei ficando com um vapor. Fiz programas com ele várias vezes, mas agora descobri que estou grávida dele e, de alguma forma, ele retomou seu relacionamento com a ex-mulher. A mulher dele descobriu que ele ficava comigo e entrou no bordel e começou a me bater. Se não fosse Bernadete, as coisas teriam sido piores. Ela me ameaçou dizendo que não tem medo da senhora e que não sabe que estou grávida. Estou com medo que ela descubra e tente machucar meu bebê. Não tenho muitos meios de subsistência, mas nunca considerei o aborto. Nunca imaginei isso.

— Lamento muito que esteja passando por isso. Vou ajudá-la. Qual é o nome do pai do seu bebê? — Lilith perguntou.

— Foguinho. — Respondeu a moça.

— Tudo bem, vou resolver isso e ajudá-la. É inapropriado que uma mulher grávida fique naquele lugar. Passarei mais tarde para conversarmos melhor. — Lilith assegurou a Sattyla.

— Obrigada, patroa— Agradeceu a moça.

As duas saíram da sala e foram para a creche, acompanhadas por Draco, Gazela e Pica Pau. Ao entrar, Lilith ficou com a testa franzida e perguntou para o grupo:

— O que é isso? Como é possível que recebam crianças e bebês nessas condições? Amor, quanto tempo faz que você não vem aqui?

— Já faz um tempo. Deixei a gestão nas mãos da Magali, a esposa do Kikito, um antigo vapor de Az de Ouro que agora é o diretor da creche, mas a esposa está no lugar dele, porque ele tá preso.

— Pelo visto, ele escondeu muitas coisas. Eu sempre perguntava como estava a situação aqui e ela mentia. Dizendo o tempo todo que estava cuidando de tudo. Paguei para reformar isso daqui e veja como está... Tudo em ruínas. Ela deve ter embolsado o dinheiro. Mas ela me pagará. Ah, ela pagará!.

Draco se irritou e entrou na sala, colocando a baixo a porta, que estava trancanda. O homem então dá de cara com Magali, que estava transando com um vapor.

— Por favor, Draco... — Magali tentou argumentar.

— Pare por aí, sua vadia! Pago para que você administre a creche, mas quando eu venho aqui, tudo está pior que na última vez e você ainda trai o seu marido que está PRESO! O pior de tudo é que você está fazendo isso em uma creche! Se fosse um pai ou uma mãe, ou uma criança entrando aqui, sua desgraçada. — Draco gritou furioso.

Ouvindo os berros de Draco, os três saíram correndo e Lilith colocou a mão na boca, chocada com a cena. Para evitar que a esposa visse o vapor nú, Draco coloca a mão no rosto dela.

Gazela derrubou o vapor no chão e o espancou juntamente com Draco e Pica Pau. Rapidamente, Lilith se abaixa, e puxou os cabelos do homem e o fez encará-la em um sorriso malicioso.

— Vapor? Quanto tempo ele trabalha no morro?— Lilith perguntou.

— Há cerca de três meses. Por quê? — Draco perguntou desconfiado.

— Porque eu me lembro desse rosto. — Lilith respondeu. Então, ela deu um tapa forte e enérgico no rosto do homem. — Esse filho da puta é um policial!

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