Visita a Sattyla

Lilith e Draco seguem de carro até o bordel de Bernadete e ao reconhecerem o carro de Draco, as moças logo se animam, mas o sorriso delas morrem assim que elas veem o homem dando um beijo de despedida em Lilith, que entra no local.

Assim que entra, Lilith olha para cada uma das mulheres e dá risada.

— O que foi? Esperavam que fosse o meu marido que iria entrar por aquela porta?!

— E que ele costumava a frequentar muito aqui, então achamos que ele resolveu matar a saudade... — uma loira debocha.

— É? Hum... mas, algumas coisas mudaram. Hoje em dia, ele é um homem casado. E, por sinal, casado comigo! — Ela aponta para o próprio corpo. — Se ele pisar aqui para qualquer outro assunto que não seja os lucros que esse lugar traz ao morro, ele vai perder isso daqui. E, pode apostar que ele não fará isso, porque sabe que o prejuízo seria grande! — Lilith dá dois tapinhas no queixo na loira, que não consegue esconder o ódio. — Eu vim falar com a Sattyla. Onde ela está?

— A que devo a honra da primeira dama no meu estabelecimento? — Bernadete aparece com o seu charuto em mãos.

— Eu vim fazer uma visita a Sattyla. Onde ela está?

— A Sattyla? — A senhora franze o cenho.

— Sim. Onde ela está?

— Está lá no quarto. A mulher do Foguinho esteve aqui há alguns minutos atrás, dizendo que iria lá na boca falar com a senhora, porque ela quer a Sattyla fora do morro. Eu até avisei para ela sobre a ordem dada pela senhora, mas ela disse que não tem medo da senhora, porque o pai dela é dono de morro também.

— Deixe que ela venha até mim, porque assim ela me poupa o trabalho de ter que ir até ela. Ela está certa quando diz que não tem medo de mim, mas essa filha da putä vai aprender a me respeitar. O pai dela pode até ser dono de morro, mas aqui dentro ela vai ter que me respeitar. Para ser mais mulher que eu, ela teria que ter duas bucetäs. Como ela não tem, ela não é mais mulher que eu. Ela vai ter que sustentar esse papo dela, mas agora, quero ver a Sattyla. Onde fica o quarto dela?

— O segundo a esquerda. — Bernadete gagueja.

Lilith dá uma última olhada para todas as moças, que agora a encaram com medo e sobe até o quarto que lhe disseram. Ela bate na porta, e uma voz chorosa a autoriza a entrar.

— Sattyla?

— Oi, patroa. — Sattyla se senta na cama.

— Tudo bem? Vim ver como você está.

— Eu não estou muito bem, patroa. A Patrícia esteve aqui de novo, e me ameaçou. Disse que se eu não for embora daqui do morro, ela vai arrancar a cabeça da minha vozinha e me mandar numa bandeja. Eu não fiz nada de errado, patroa! Eu só queria poder ajudar a minha vó, ou ela iria morrer doente e com a barriga vazia! — Sattyla desaba no choro, e Lilith a abraça.

— Calma! Nada vai acontecer com a sua vó, tá bom? Eu prometo isso á você. Tu não precisa se preocupar com isso, porque o teu bebezinho está aí dentro de ti, e tudo o que sentir, ele também vai sentir. Não se preocupe com isso, porque eu vou resolver essa situação. Vamos começar tirando você desse lugar. Você quer continuar morando aqui no morro?! — Sattyla assente em afirmação. — Tudo bem então. Vamos providenciar uma casa para você e vamos trazer a sua vó aqui para o morro. Depois, vamos ter uma conversa séria com o Foguinho, porque ele vai ter que assumir a responsabilidade dele como pai dessa criança.

— E, não tem como dizer que o Foguinho não é o pai do meu bebê, porque nesses três meses, eu só tive ele como meu cliente. Ele pagou a dona Bernadete para que eu fosse somente dele, e que o meu trabalho fosse somente servir as mesas.

— Ótimo então, minha querida. Eu fico feliz em saber disso. Como ele lhe tratava?

— Muito bem, patroa. Ele sempre me trazia um lanche gostoso da rua, e até foi levar alguns pra minha vozinha lá no morro. Ele sempre me dava presentes, mesmo eu dizendo que não precisava, e nem sempre transavamos. Ás vezes eu somente sentava no colo dele e ficava ouvindo como foi o dia dela, fazendo uma massagem, vendo ele jogar e zombando do quão ele é ruim no free fire. — Elas dão risada. — Tivemos bons momentos juntos, mas tudo agora é somente lembranças daquele tempo. Eu não poderia esperar muito, até porque ele só gostava somente da minha companhia. Eu não quero tirar conclusões precipitadas pelo motivo pelo qual ele voltou com a ex, mas com certeza é porque ele ainda a ama, e eu fui sonhadora demais.

— Você não esteve errada em sonhar. Ele criou uma situação que lhe deixou com uma pontinha de esperança. Você acreditou em algo que queria muito, e não é errado! Agora, você precisa ouvir o Foguinho, e ele também vai precisar lhe ouvir para que vocês dois se entendam. Eu não estou aqui para julgar se é certo ou errado ele se separar da esposa para ficar contigo, ou se ele deve ou não fazer isso, porque quando você ficou com ele, ele estava solteiro, e pelo o que sou e, essa ex dele é mega tóxica. Sei que tudo vai dar certo, tá? Não se preocupe com isso. Vamos conversar com o Draco, e agilizar tudo para trazermos a sua vó para cá o mais rápido possível.

Sattyla sorri e abraça Lilith novamente. Minutos depois, ela liga para Draco, que vai busca-lá e ela e Sattyla entram no carro.

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