Se cercar, vira hospício, se cobrir, vira circo

Assim que eles entram na boca, eles cumprimentam os vapores na contenção e Draco logo recebe uma nova informação, sobre uma pequena confusão que está se formando no bordel no morro.

— De novo? Eu nunca vou ter paz? Jacaré, que que tá pegando dessa vez?

— As cunhadas estão boladas com a presença dos maridos lá no bordel, e querem que o senhor feche o bordel. Elas estão ameaçando até mesmo de colocarem fogo no lugar.

— Fogo no bordel, somente porque o marido delas frequentam o local?! — Lilith cruza os braços. — É cada uma, que parece duas!

— Eu estou muito ocupado aqui agora. Avisem que depois eu vou lá.

— Se você quiser, eu posso ir.

— Tem certeza, Lilith?!

— Absoluta!

— Beleza então. Jacaré, acompanha ela até a casa da Bernadete.

— Já é, chefe.

Draco dá um longo selinho em Lilith, e Jacaré acaba levando-a até o bordel. Assim que eles entram, logo podem ver uma discussão, onde as mulheres estão quase saindo na porrada, e algumas estão com máquinas de cortar cabelo, tesouras e até pedaços de pau.

— O que está acontecendo aqui?!

Lilith pergunta, ficando de frete para toda as mulheres.

— Quem é você?! — Bernadete pergunta.

— A primeira dama. — Jacaré responde e todas olham surpresas.

— Vou perguntar de novo... o que está acontecendo aqui?!

— Queremos que esse lugar seja fechado! — Uma mulher grita.

— Eu posso saber por que vocês querem que fechem o lugar?!

— Porque, desde que essas pütas chegaram aqui no morro, os nossos maridos só vivem aqui! Não fazem outra coisa, a não ser vim para esse lugar. Eu mesma, tenho um bebê de oito meses em casa, mas o meu marido não sai daqui. Todo o salário dele fica nesse lugar, na mão dessas vagabundas. Ainda chegam em casa, com cheiro de püta barata! Ninguém aqui é obrigada a aturar isso não.

— Calma! Deixa eu ver se eu entendi... o que querem me dizer, é que o mais correto é retirarem o bordel do morro, porque o marido de vocês passam mais tempo aqui do que em casa?

— Sim, patroa! É exatamente isso.

— Mas, por que ao invés de quererem tire o bordel do morro, por que não tiram o marido de vocês da vida de vocês?! Do que que vai adiantar vocês quererem tirar o bordel do morro, se o marido de vocês vai continuar traindo? Até onde eu sei, a culpa deles serem inféis, não é culpa do bordel, e sim, deles mesmos! Do que é que vai adiantar vocês quererem colocar fogo nisso aqui, ou baterem nas meninas, rasparem os cabelos delas, fazerem isso e aquilo, se vão voltar para os maiores errados dessa história? Escolhas são escolhas! Cada uma aqui nesse lugar, fizeram suas escolhas. Tem aquelas que escolheram casar, e tem outras que decidiram levar a vida de outro jeito, e cada uma tem os seus motivos para terem escolhido levar a vida de tal maneira, mas poxa! Querer condenar umas as outras por escolhas de um homem que não vale nada? Aí já é demais, não acham? Vocês tem filhos, e o homem não escolhe o filho? O que fazem com um homem desses? Não venham me dizer que é porque jurou que vai mudar, ou que está esperando Deus mudar a pessoa, porque não vai adiantar. Parem de sacrificar a saúde mental de vocês, e de ficarem tentando empurrar algo com a barriga. Quantas vezes vocês já perdoaram traições, humilhações, mas continuam sendo motivos de chacota por onde passam, porque o marido faz de novo, de novo, e de novo? Está bem mais do que na hora de colocarem a cabeça de vocês no lugar e recuperarem o amor próprio! De onde vocês tiraram que TRAIR É NORMAL? De onde vocês tiraram, que o importante é que eles sempre voltam pra vocês? Me diz? Tanto sofrimento a troco de que?! Homem não é tudo na vida não, minha gente! Vamos parar de colocar homem como o centro da vida de vocês, se eles não fazem por onde! Se fossem maridos dedicados, leais, que ajudassem vocês, que as tratassem como merecem, tudo bem. Mas, homens que não fazem nem o terço por vocês? Pelo fé! Me poupem, se poupem e nos poupem!

Nesse momento, as meninas do bordel começam a fazer expressões de deboche e Lilith olha para elas, com o semblante ainda mais fechado.

— Eu não sei o motivo pelo qual vocês escolheram levar essa vida, e de fato, nunca foi, nem nunca será da minha conta. Porém, uma coisa eu vou dizer a vocês... nunca achem que podem fazer o que fazem, e que nunca terá consequências. E, eu não estou falando da vida que escolheram levar, e sim, desse deboche, de saber o que causam e causam de modo proposital.

— E, vamos por acaso negar um programa, por que o homem é casado?!

— Ok. Vamos supor que um programa saia há 100,00. Esse dinheiro compraria a felicidade de vocês? Se alguém machucasse vocês. Esse valor iria fazer bem? Por acaso, esse valor iria causar a cura para a dor causada?! Não, né? Então! Porque, vocês não podem negar algo, que vai machucar alguém? A empatia de vocês costumam ser muito seletiva! Não venham com essa de que não sabem que é casado, porque eu sei que vocês conhecem bem alguns clientes que frequentam esse lugar, porque todos são aqui desse morro, e vocês debocham das esposas. O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória! É melhor que escolham muito bem o que vão fazer hoje, porque no futuro, as consequências vêm. E, TUDO O QIE FAZEMOS EM VIDA, PAGAREMOS EM VIDA! Isso daqui é demais, já. Se cercar, vira hospício, se cobrir, vira circo!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***