capítulo 7

Capítulo 7

Layla

Para minha total surpresa, Alexander me pegou em seus braços e me carregou para a cama, me colocando ali e me cobrindo. Depois fez a volta e se deitou, apoiando seu cotovelo no colchão e ficou virado para mim.

Sua mão tocou meus cabelos e agora que minha visão tinha se ajustado um pouco a escuridão, eu vi o reflexo de um sorriso em seu rosto.

- Quer me contar seu pesadelo? - ele perguntou baixo.

- Na verdade, não! - falei tão baixo quanto ele e segurei o edredom até o queixo.

- Sabe, eu também tenho pesadelos às vezes... com a mãe do Nick - ele disse pensativo.

- Ela não quis criar ele? - perguntei curiosa, visto que essa era uma grande dúvida minha desde a sua proposta inicial.

- Briana era uma boa mãe, sabe... - Alexander disse e suspirou com pesar - até o dia em que não foi mais!

O que isso queria dizer?

- Como assim? - me limitei a perguntar apenas isso em um tom normal.

- Ela entrou em uma depressão profunda e logo em seguida... se matou! - falou ele.

- Ah, sinto muito! - disse baixo - foi depressão pós parto?

Alexander me olhou por vários segundos, e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- É, foi isso! - mais um longo suspiro saiu de sua boca - Vamos voltar a dormir? - ele perguntou e puxou o edredom para se cobrir.

- Sim... - falei percebendo que ele queria encerrar o assunto.

Devido ao segundo calmante que tomei em um curto período de horas, adormeci facilmente, sem pesadelo algum.

Acordei com alguns raios de sol, entrando por uma fresta na cortina perto do closet.

- Bom dia! - Alexander saiu de tolha do banheiro e foi para o closet.

- Bom dia! - falei desviando o olhar do seu corpo molhado e bronzeado.

- Espero não ter acordado você! - ele disse de longe.

- Não, acordei agora! - falei.

- Preciso ir ao escritório, mas estarei aqui meio dia para almoçar! Nick ainda não acordou. Ele sempre desperta às nove horas! - Alexander saiu do closet praticamente vestido. Como ele era tão rápido? - espero que se divirtam! Nos vemos depois!

Ele saiu carregando os sapatos e o blazer nas mãos, quase correndo para fora do quarto.

Um pouco confusa e perdida com tudo isso, eu me levantei e coloquei uma bermuda bege e camiseta rosa claro, com uma sandália baixinha. Fui ao banheiro fazer uma rápida higiene e depois fui ver Nick, ele dormia tranquilamente em sua cama, as cobertas estavam na beirada da cama, amontoadas em seus pés.  Conferi a hora e ainda eram oito e vinte então desci e pedi a funcionária da cozinha, para que preparasse o café de sempre do Nick, que logo eu iria acordá-lo.

- Trabalha a muito tempo aqui senhora Nadia? - perguntei me sentando na bancada de mármore da cozinha, enquanto ela servia café preto recém passado do bule, numa xícara a minha frente.

- Faz cerca de um ano e dois meses, se eu não estiver enganada! - falou ela.

- E já viu algo de estranho por aqui? - perguntei curiosa, mas sem querer deixar pistas.

- Se refere a outras mulheres? Por que se for isso, acredite, o patrão só falava em você para o Nick querida!

O que isso queria dizer? Como assim ele só falava em mim?

- Eu fico feliz... - falei sorrindo e me controlando devido a ansiedade que já se formava no meu estômago - sabe me dizer o que exatamente ele dizia ao nosso filho?

- Ah, só coisas boas! Nunca disse ao menino que você estava em uma clínica! Sempre dizia que a senhora logo estaria de volta, que tinha feito uma viagem! Dizia também que a senhora era linda e cheia de vida! - Nadia contava sorrindo e parecia gostar do Alexander - sempre mostrava sua foto ao Nick!

- Minha... minha foto? - perguntei apoiando com força minhas mãos nas pernas, para disfarçar a tremedeira que isso estava me causando.

- Sim! Na gaveta da estante de madeira da sala, tem uma foto que ele sempre mostrava ao menino!

- Eu gostaria muito de ver essa foto! - falei controlando minha respiração que já saia pesada - onde exatamente está?

- Ao lado da lareira, quer que eu pegue para você? - ela perguntou.

- Não! Eu mesma pego, pode fazer o café do Nick! - falei ficando de pé o mais rápido que pude, e ela apenas sorriu e acenou.

Saí da cozinha com meu coração martelando o peito e ao chegar na sala, localizei a estante de madeira embutida na parede, bem ao lado da lareira de mármore escuro. Abri a primeira gaveta e a revirei, não encontrando nada. Na segunda também nada e nem na terceira. Mas na última gaveta quando a abri, havia um porta retrato cinza virado para baixo, um gosto azedo subiu pela minha garganta, enquanto minhas mãos tremiam mais do que nunca.

Peguei o porta retrato com cuidado e o retirei dali, o virando com cuidado.

Meu coração que batia acelerado, pareceu simplesmente parar ao ver a foto que estava ali emoldurada.

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