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Quando a intimidade chega, ir embora é uma opção

Permanecer, também

Escolher ficar é para quem entendeu

Que a verdadeira magia não está no destino

Aliás, não há destino; só existe eu e você

O resto é poesia pro nosso amor

Pra nossa dor

Pra nós

Meu talismã — IZA

Connor Lee

Três meses se passaram desde aquela loucura que quase custou as vidas da Alice e da Bianca. Kayla tem fugido de mim nesses meses e não quer me dizer de jeito nenhum como, em tão pouco tempo, descobriu a história da Clara. Felizmente tudo acabou bem. Bianca completou seis meses de gestação, não conseguimos ver o sexo do nosso bebê ainda, ela afirma ser uma menina, e eu, não sei. Não me importo com isso, contanto que venha saudável é só nisso que penso.

Eu e ela nos aproximamos mais conforme o tempo passava, perdi as contas de quantas vezes dormi em sua casa. Com toda essa loucura, ela não conheceu minha mãe e nós também não comemoramos nosso aniversário, porém, tudo ao seu tempo. Alice e Gary ainda brigam muito, ela me disse que não quer se apegar a ele mesmo depois de tudo que lhes aconteceu, Gary também está irredutível em sua decisão. Bianca e eu não sabemos mais como ajudar.

— O que você acha? — pergunta, atraindo minha atenção. Estamos escolhendo os nomes. Ao contrário de mim, que já fui várias vezes em sua casa, essa é a segunda vez que ela vem na minha.

— Me desculpe, fiquei distraído, qual você disse?

— Eu pensei em Valentina.

— Bom, acredito que tenha de ser algo único, com um significado para nós dois.

— Concordo, por isso eu também pensei em Luiza, que significa guerreira. O que acha?

— Perfeito. E se for menino?

— O que você acha de Cael?

— Gostei. O que significa?

— Ele era um guerreiro da mitologia irlandesa, é um nome bonito e pouco popular — ela explica.

— Eu gostei. Finalmente escolhemos os nomes, então?

— Sim. Se for menina será Luiza e se for menino, Cael. — E então parece lembrar-se de algo. — Ah, eu falei com minha mãe ontem. Ela me disse que não pretende deixar a vida dela em São Paulo para ficar aqui, mesmo depois de tudo que aconteceu. — Clarissa ficou um mês aqui com a Bianca, ela lhe contou tudo desde a inseminação até agora, ela ficou assustada, mas reagiu melhor do que esperado e realmente eu vi nessa mulher todas as qualidades que Bianca listou meses atrás.

— Bianca, a vida da sua mãe é no Brasil e nada do que fizer fará com que ela more aqui. Aqueles dois infelizes estão presos e não vão sair da cadeia tão cedo.

— Fico mais aliviada sabendo disso... ainda assim fico com um pouco de medo.

— Não tem com o que se preocupar. Vai, esquece esse assunto. Me diz, o que quer saber sobre mim? — Uns dias atrás conversamos que deveríamos nos conhecer melhor e aqui estamos.

— Hum... Tudo bem, o que te levou a ser arquiteto?

— Desde criança eu via meu pai fazendo projetos e aprendi a desenhar com ele. Conforme o tempo passava, eu me aprimorava mais, então decidi cursar arquitetura.

— Interessante...

— Minha vez. Por que doces? Por que culinária?

— Eu já lhe contei isso uma vez, eu cresci vendo minha mãe fazendo bolos e ela, percebendo meu interesse, me ensinou tudo. Então depois de cursar administração e conseguir abrir uma loja aqui, decidi me aprimorar mais e fiz um curso de culinária.

— Você tem mãos de fada na cozinha, parece que estou no céu comendo seus bolos.

— Sempre que você vai lá em casa você come tudo que for doce — acusa, rindo.

— Isso é verdade. Não resisto aos seus pães de mel, são divinos.

— Vou fazer amanhã na loja, se quiser ir lá buscar.

— Pode ter certeza que eu vou — asseguro.

— Ok, minha vez. O que você sentiu quando acordou do transplante?

— Vivo? Eu me senti completo de sensações que não sei explicar. Minha vez, me conte sobre aquela noite...

— A morte do Nick? — pergunta, e eu balanço a cabeça concordando. — Era uma noite especial, nosso casamento seria em uma semana, e naquela noite iríamos jantar e resolver algumas coisas do casamento que só um casal pode resolver. Só que o Nick se atrasou porque estava em uma reunião, ele me ligou assim que chegou no carro, foi quando ouvi os bandidos. Nick sempre foi uma pessoa que via o bem em todo mundo e dessa vez não foi diferente, ele começou a falar, e o som do tiro foi alto e ensurdecedor. Na hora meu mundo foi ao chão e depois disso foi um desespero total. Ele morreu quase chegando no hospital, e seu coração, assim como todos os órgãos, foram doados. — Ela falou dele e não havia nenhum resquício de lágrimas.

— Você ainda o ama? — Preciso saber a resposta para que eu não entenda as coisas de maneira errada.

— Sempre. Nick foi meu primeiro amor... se o que você quer saber é se eu estou pronta para amar novamente, a resposta é sim! — Seus olhos brilham, ela sorri e eu também.

— Sério? Eu não quero interpretar as coisas errado e acabar brigando com você, nós temos o bebê e isso...

— Só cala essa boca e me beija, Connor. — Bianca, com todo seu autocontrole, me encanta.

Quando nossos lábios se tocam pela primeira vez, é tudo que um dia imaginei. Sinto que estou beijando pela primeira vez, mas de modo experiente, tudo parece maravilhoso e é a primeira vez que me sinto tão vivo assim.

Nos separamos e sorrimos, isso foi perfeito. Com nossas testas ainda encostadas uma na outra, eu lhe digo:

— Minha mãe um dia me disse que o encontro de almas é tão lindo quanto o encontro do amor. Acredito que encontrei essas duas coisas em você, Bianca. — Eu sorrio, e ela me acompanha.

— Ouvi isso também. Talvez eu também tenha me encontrado em você e com você.

— Acha válido tentarmos algo a mais? — pergunto temendo a resposta

— Com certeza. — E lá estávamos nós aos beijos novamente.

O meu celular começou a tocar nos tirando daquele momento mágico, parei de beijá-la e peguei o celular pronto para atender, mas a ligação acabou caindo, estranhei ao ver que era a minha irmã, a última vez em que eu falei com ela foi naquela vez no restaurante, e se ela está ligando isso significa que algo está acontecendo. Antes que eu pudesse retornar o celular voltou a tocar.

— Valerie, o que aconteceu?

— Você tem que me ajudar Connor por favor, o Evan está louco. — ela estava desesperada, sua voz continha medo.

— Onde você está Valerie? — pergunto temendo que o pior possa acontecer.

Bianca me olhava com uma certa preocupação.

— Em casa, me tranquei no banheiro, mas ele vai abrir a porta, por favor me ajuda irmão. — seu choro era desesperador

— Chego aí logo. — desligo o celular e corro a procura da chave do meu carro.

— Ei, o que está acontecendo? Está me deixando preocupada. — Bianca pergunta com medo.

— É a minha irmã, o Evan vai matar ela. Eu preciso ir até lá, se eu não voltar em duas horas, chame a polícia nesse endereço. — digo e lhe entrego um papel com o endereço da casa da minha irmã.

Não digo mais nada e saio às pressas da casa dela a deixando aflita, sei que isso pode ser prejudicial para sua gravidez.

Não sei como consegui chegar a casa da minha irmã tão rápido, entrei na casa e comecei a procurar até que ouvi barulhos no andar de cima, corri até lá e ouvi um grito dessa vez era dela, segui o barulho e a cena que eu vi só me deixou com excesso de raiva, Evan está esbofeteando o rosto da minha irmã, não penso duas vezes antes de de ir até ele passar a socar sua cara como ele merece, ninguém nunca mais vai encostar um dedo na minha irmã ou eu não me chamo Connor.

Não sei quanto tempo passou desde que eu estava socando a cara dele, mas senti alguém me tirando de cima dele, era o meu pai.

— Já chega! — ele disse raivoso, ele me soltou e socou a cara do Evan umas três vezes.

— Para Alex, já chega. Valerie precisa de nós agora. — escuto minha mãe que está agarrada a Valerie que só sabia chorar.

— Se você chegar perto da minha filha outra vez Evan, eu vou te matar, vou esquecer que conheço a sua família e te mato. Vamos embora, depois eu mando alguém buscar as coisas da Valerie.

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Comments

Gislene Moraes Magalhães

Gislene Moraes Magalhães

uns murro bem dado

2023-03-03

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