Me olha diferente
Me abraça e não sinto seu calor
Te digo o que sinto
Me interrompe e termina a frase
Você sempre tem razão
Corre — Jesse&Joy
Bianca Drummond
Três meses se foram e muita coisa aconteceu. Acredito que o mais importante foi Connor ter me beijado, mas nosso dia mágico foi interrompido por que a irmã dele estava sendo espancada pelo então marido, Connor me disse que encheu ele de porradas, ele não me contou muita coisa só disse que o Evan está preso por violência doméstica.
— É tão bom te ver assim feliz — Alice diz rindo para mim.
— Eu estou feliz mesmo, é tudo tão diferente e tem essa garotinha aqui ainda.
— Já escolheram os nomes?
—Se for menina vai ser Luiza e menino, Cael.
— Que nomes lindos, amiga! Não vejo a hora pegar esse pacotinho no colo.
— Se você que é madrinha não vê a hora, imagine eu e Connor.
— Vocês estão ansiosos demais, não é?
— Muito. Hoje temos ultra, tomara que dê para ver o sexo.
— Estou empolgada para decorar o quarto.
— Assim que soubermos, vamos começar. Serão dois quartos para decorar.
— Dois?
— Sim, um aqui e outro na casa do Connor — explico.
— Entendi.
— Como está indo com Gary?
— Mais parado que qualquer coisa enguiçada.
— Achei que dessa vez ia dar certo, ele deixou tudo na Inglaterra para ficar do seu lado no hospital.
— Eu também achei que sim, mas ele quer continuar vivendo a vida de solteiro e querendo todas. Você sabe que quando eu amo, eu amo com intensidade.
— Você o ama? — questiono.
— Acho que não cheguei a tanto, você sabe que eu só amei uma única vez e a experiência foi desastrosa, achei que com Gary seria diferente. Acredito que ele só queria uma coisa de mim e bem, ele conseguiu, por quase quatro anos.
— Eu sinto muito, Ali.
— Não tem problema, tudo acontece por uma razão, não é? — diz triste. Eu a abraço, pois é a única coisa que ela precisa no momento.
…
O consultório da Sandra sempre foi lotado e hoje não está diferente. É minha vez e estou sorrindo igual uma boba para tudo, eu vou ser mãe, isso é de longe o meu maior desejo.
— Como vocês estão? — Sandra pergunta assim que sentamos.
— Estamos bem! — respondo por nós dois.
— Fico feliz que estejam juntos.
— O quê? — pergunto assustada.
— Só um cego não veria a troca de olhares entre vocês e a cumplicidade que existe aí.
— Estamos nos conhecendo melhor — Connor diz.
— Vão se dar bem. Vamos ver esse bebê aí?
— Com certeza. — Caminho até a maca, deito levantando a minha blusa. Esse gel é tão gelado que quando Luiza nascer não vou sentir falta das ultras. Eu tenho plena certeza que será uma menina.
— Bem, está tudo perfeito, está todo formado, a pele ainda é fina e vai engrossar com o passar dos últimos meses. Os olhos também já estão desenvolvidos, mas não é possível ver a cor e acho que isso não importa. Agora você vai senti-lo mexer com mais intensidade, ele vai ficar virando cambalhotas e chutando, está pesando cerca de 650 gramas e medindo 30 centímetros, vai ser um bebê bem gordinho.
— Eu fico tão feliz ouvindo essas coisas, saber que tudo está correndo bem.
— Sua gravidez vai continuar tranquila, então acredito que precise voltar só com sete meses. Vamos começar a te preparar para o parto.
— Conseguiu ver o sexo, Sandra? Estou ansioso.
— Estou vendo. É uma menina — Sandra diz sorrindo para mim e Connor, que sorri emocionado e dá um beijo na minha testa. Ele me confidenciou noites atrás que queria uma menina, mas também não se importava, só queria seu filho nos braços.
— Ai, que felicidade! Está tudo do jeito que eu sonhei um dia e estou feliz demais.
— Compartilho desse mesmo sentimento, Bibi. — Sorrio para ele, Sandra me entrega um lenço para limpar minha barriga. Após isso voltamos a nos sentar de frente para Sandra no seu consultório.
— Em relação ao parto, você prefere cesárea ou natural? Quero preparar algumas coisas e te mostrar as vantagens e desvantagens de cada um quando retornar.
— Com certeza o natural, se possível quero tudo da maneira mais natural que houver.
— Ok. Vou preparar umas coisas bem legais para você. Bianca, queria te agradecer por não ter denunciado a minha irmã.
— Tudo bem, Connor me disse que vocês são parte da família dele e que sua irmã estava passando por problemas.
— Meu sobrinho era casado com a irmã do Connor, ela não ter conseguido engravidar em seis anos de casamento parece que foi trágico. Meu sobrinho insistia que o problema não era ele e sim a esposa, mas foi comprovado em exames que o problema é ele e isso o revoltou, ele passou a culpar Anelise por isso e começou a agredir Valerie. Aliás, eu sinto muito Connor.
— Você não tem culpa de nada Sandra, o único culpado disso tudo é o Evan.
— Eu sinto muito.
…
Estamos indo almoçar com os pais do Connor depois de quase ser intimada pela mãe dele no telefone, ela ligou diretamente para mim, já que Connor fica de marcar o almoço e nunca dá. Chegamos ao restaurante marcado e caminhamos até uma mesa mais ao fundo, onde encontramos um casal muito bem vestido e olhando para eles posso perceber a enorme semelhança que Connor tem com a mãe.
— Boa tarde! — cumprimento ambos com abraços e beijos, eles parecem felizes em me conhecer, sentamos e passamos a conversar.
— Estou tão feliz em conhecê-la, Bianca. Meu filho é um ingrato, se eu não tomasse essa iniciativa com certeza só iria conhecer você quando meu neto nascesse.
— Sinto muito, Victória. Depois de tudo aquilo que aconteceu, não conseguimos marcar e os meses voaram.
— Com certeza, querida. Eu tive que fazer uma viagem urgente naquele dia e Connor não contou nada, só fui saber o que ocorreu quando voltei para casa.
— Eu não queria alarmar mais ninguém do ocorrido, eu estava pensando na reputação da minha loja, isso é tudo que eu tenho. Como a Valerie está?
— Sabemos disso, querida. E só para afirmar mais uma vez, você tem mãos de fada na cozinha. Ela está se recuperando. — Victoria sorri.
— Diz para ela que eu desejo que ela fique bem e que quando ela quiser, adoraria conhecê-la. — O garçom chega e fazemos os pedidos, voltando a conversar. Connor e seu pai falam sobre negócios enquanto Victoria e eu conversamos sobre o bebê e outras coisas relevantes.
— Já sabem se vão ter menina ou menino?
— Sim, é uma menina. — Sorrio orgulhosa, Connor me acompanha.
— E o nome, já sabem? — Alex, pai dele, pergunta.
— Será Luiza.
— Como sua avó, filho. — Alex parece emocionado, disso eu não sabia.
— Não sabia disso — afirmo surpresa.
— Eu não queria que pensasse que aceitei só por ser o nome da minha avó, a verdade é que ela era muito especial. Ela veio fugida para os Estados Unidos e viveu ilegalmente até sua morte, ela fugiu do México, fugiu do meu avô, que era um homem muito abusivo, e viveu ilegalmente aqui criando os filhos da melhor maneira que conseguia. Meu pai e meus tios só conseguiram o Green Card após se casarem, mas acredite, todos eles se casaram por amor.
— Que história triste.
— É sim, mas graças ao esforço dela, eu conheci a mulher da minha vida e sou muito feliz — Alex afirma sorrindo.
— Então eu sou muito honrada em conceber essa Luiza que será tão guerreira quanto a sua mãe e avó — falo para os dois, que sorriem emocionados, Victoria não está diferente.
Nosso almoço está melhor do que eu imaginei um dia, os pais do Connor são pessoas maravilhosas, agora sei a quem ele tem a puxar, espero que Luiza também seja como eles.
— Você é um anjo que entrou em nossas vidas, Bianca. Eu não via meu filho tão feliz há tempos. Obrigada, serei eternamente grata a você — Victoria diz segurando minhas mãos, eu sorrio para ela. O telefone de Connor toca, ele atende e sua feição muda de feliz para nervosa, e eu me assusto, mil e um pensamentos já se passam pela minha cabeça, não demora muito para ele encerrar a ligação.
— O que aconteceu, filho? — Alex pergunta.
— Era Kayla, ela me disse que quer contar umas coisas para mim e Bianca e também que Inácio se recusa a falar com outra pessoa que não seja a filha.
— Como é?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 34
Comments