O plano B

Conforme Cabuloso e Ruivo tinham combinado esperaram a madrugada e para dar reforço ele pediram a ajuda de Zoio para conseguir fazer a transferência de parte das armas para um novo esconderijo.

Porém enquanto eles escondiam as armas no posto de saúde, Manuella e Ana Júlia aproveitaram o momento calmo para dar uma volta pela comunidade e conseguiram encontrar um local onde levariam as armas sem comentar nada.

Para isso Ana Júlia se ofereceria para buscar os medicamentos e depois entregar para Manuella, com a ajuda de um amigo ela conseguiu a liberação da prefeitura para fazer isso, foram disponibilizados caixas para transportar as vacinas de forma segura.

Por mais que isso não fosse uma prática normal, nem todo mundo queria entrar na comunidade dominada pela facção, era muito mais seguro que o serviço fosse feito por alguém da confiança deles.

Ruivo: Júlia, você vai hoje buscar o carregamento para o postinho?

Ana Júlia: Sim, já tenho a lista e a autorização para isso.

Ruivo: Vou mandar um dos nossos para te escoltar de moto.

Ana Júlia: Está bem, posso usar o carro blindado?

Ruivo: Pode sim, toma a chave.

Enquanto isso no posto, Manuella fazia milagres com o pouco que Cabuloso tinha enviado, a fila de pessoas parecia interminável, quando um moça aparece se oferecendo para ajudá-la.

— Doutora, minha mãe pediu que viesse te ajudar, a senhora a ajudou com minha irmã.

Manuella: Qual seu nome?

— Cássia.

Cássia

Manuella: Ótimo, pode por favor fazer o cadastro das pessoas, enquanto atendo essas pessoas, você já fez curso de enfermagem?

Cássia; Sim, mas ainda não consegui um trabalho.

Manuella: Está contratada.

Cássia: Nossa sério muito obrigada. Não vai se arrepender eu prometo.

Manuella: Então bora trabalhar rsrsrs.

***Narrado por Manuella***

Aquele dia trabalhei super tensa, pois saber que haviam armas escondidas ali no potinho estava me deixando muito nervosa ainda mais que via qualquer pessoa como suspeito, não via a hora de Ana Júlia chegar para tirarmos aquilo dali, mas também seria um risco que estávamos fazendo.

Se algo desse errado, Cabuloso e Ruivo iria nos colocar na berlinda isso era fato, mas eu confiava no instinto de Júlia, pois também tinha um mau pressentimento em relação aquele esconderijo, nossa sorte era que logo Giulia chegaria e poderíamos contar com ela.

Cássia foi sem dúvida um achado, desde o minutos que entrou aqui, não parou um minuto, estava tão concentrada que nem percebeu quando "Nego" a mando de Cabuloso entrou e ficou parado a sua frente.

— Algum problema, Nego?

Nego: Quem é essa?

— Minha nova assistente, achei que conhecia todos que moram na comunidade?

Cássia: Eu não morava aqui, doutora, estava na casa de uma tia, só vim quando minha me pediu para ajudá-la, mas agora acho que devo me mudar.

Fala Cássia quando se deu conta de Nego, mesmo porque ele entrou com um fuzil pendurado no pescoço, com receio ela logo se justificou.

— Não se preocupe Cássia todos aqui andam desconfiando de tudo, mas o que você veio fazer aqui Nego?

Nego: Patrão pediu para ver estava tranquilo, eles estão querendo fazer um churrasco na casa de Cabuloso para receber Verdade.

— E o que tem isso? Eu já entendi, avisa pro seu patrão que está tudo tranquilo e para de dar em cima da minha assistente, vaza daqui.

Nego caminha em direção à saída e olha para Cássia e a cumprimenta com um sorriso.

Nego: Satisfação princesa.

Gabriel - Vulgo (Nego)

Depois que sai, olho para Cássia que fica paralisada, me aproximo dela e aviso como uma mulher experiente.

— Esse tipo de rapaz não respeita uma moça como você, então não se iluda, menina é ainda muito jovem, não faça besteira.

Cássia: Não se preocupe doutora não pretendo me envolver com esse tipo de rapaz.

— Acho bom!

Era final do dia, tínhamos terminado o expediente, estava exausta, um carro para nos fundos do potinho, Ana Júlia desce atrás dela estava um rapaz armado em numa moto.

Ana Júlia: Calma, Manu esse rapaz é um dos homens do Ruivo, estava me escoltando, vamos levar essas caixas lá para dentro?

— Eu ajudo dona.

Tínhamos levado quase cinco caixas entre elas duas com vacinas que precisamos organizar nas geladeiras, após terminar de colocar as caixas dentro do posto o rapaz vai embora, fechamos as portas e guardamos tudo, depois olhamos se tinha alguém nos observamos e começamos a colocar as armas nas caixas para colocar de volta no carro.

Ana Júlia: Vamos logo com isso, precisamos levar isso para casa, pois preciso entregar o carro para Ruivo ou ele vai desconfiar.

— Tomara que esse plano dê certo, está sabendo de um churrasco que querem fazer na casa de Cabuloso?

Ana Júlia: Churrasco para quê?

— Para receber Verdade e Giulia.

Ana Júlia: Sinceramente estou ansiosa pela volta dela, precisamos mesmo de ajuda. Giulia é a única que pode nos ajudar, conhece esses caras e conheceu o ex delegado.

Depois que colocamos tudo no carro, levamos para casa, Ana Júlia foi entregar o carro para Ruivo, porem para levar essas coisas daqui teríamos que fazer isso de madrugada e num carro comum.

***De volta a Narradora***

Era madrugada quando Ana Júlia e Manuella saem para o local onde pretendiam esconder as armas, ao saírem de casa um dos seguranças as questionam.

— Aonde vão dona?

Ana Júlia: Pelo que sei não somos prisioneiras, podemos sair quando bem entendemos certo?

— Foi só uma pergunta, não precisa se ofender.

As duas saem em direção à saída da comunidade, dão a volta por fora, Ana Júlia tinha um mapa devido ao dia que fizeram os transporte, ela pode ver um caminho alternativo para chegar no local que escolheram para armazenar as armas.

Quando retornaram era quase três horas da manhã, ao entrarem na sala estava Ruivo e Cabuloso sentados as esperando que levaram um susto ao vê-los.

Manuella: Que fazem aqui?

Cabuloso: Eu que pergunto onde as moças foram? Esqueceu que estamos monitorando tudo?

Manuella: A gente foi sair um pouco, algum problema nisso?

Cabuloso: Está armando alguma coisa pelas minhas costas?

Ana Júlia: Posso saber porque estão desconfiando de nós? Já demos muitas provas de que estamos do mesmo lado, não estou entendendo o que vocês querem com isso?

Ruivo: Alguém entrou no postinho levaram nossas armas, passamos lá pois um dos nossos avisou estar com as portas abertas, vasculhamos e não encontramos nada.

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