Na casa de Manuella, Cabuloso estava febril, ela precisava dar um jeito pois ele precisava levar pontos, então o ajudou a se deitar na cama.
***Narrado por Manuella***
— Venha, vou te colocar na cama e pegar medicação que tenho na minha maleta.
Cabuloso: Dona eu tô fudido não tô?
— Aí cala boca meu filho, nunca deixei ninguém morrer por coisa muito mais grave, acha que vou permitir você morrer devido a um tiro como esse?
Confesso estava apavorada, mesmo porque nas minhas mão não era uma pessoa comum, era um dos membros da facção, não sou nenhuma inocente para saber que se ele morresse ali eu estaria perdida.
Então peguei minha maleta, olhei o que tinha era o suficiente para resolver, mas eu não tinha anestesia ou nada que pudesse usar para evitar a dor que iria causar.
— Put@ que pariu.
A única opção era falar a verdade, fazer o quê, ele não era casca grossa, agora era hora de saber se era mesmo. Respirei fundo e fui lá, me aproximei dele, coloquei a maleta no chão e falei logo.
— Senhor Cabuloso temos um problema.
Cabuloso: Sabia eu vou bater com as botas.
— Não é isso, eu preciso abrir seu ferimento, saturar e fechar novamente, caso contrário o senhor terá uma bela infecção, aí sim irá morrer ou bater com as botas como disse.
Cabuloso: E qual o problema?
— Não tenho nada para evitar a dor que o senhor certamente irá sentir.
Cabuloso: Tem alguma coisa com álcool?
— Isso eu tenho.
Cabuloso: então me dá uma garrafa dessa e manda bala.
— Ok.
Peguei um pedaço de pano e coloquei na boca para evitar que ele mordesse a língua ou gritasse, entreguei na mão dele com a garrafa de uísque.
— Pronto?
Cabuloso: Não.
— Que ótimo.
Troquei os lençóis, coloquei minhas luvas, e tirei tudo da mesinha e coloquei minhas coisas todas ali, fechei a porta, respirei fundo.
Comecei abrindo a ferida e o homem tremia de dor, fechei minha mente totalmente para qualquer som, e comecei a fazer o que precisava.
Por alguns minutos eu o olhava e via lágrimas escorrerem por seu rosto, limpava o mais rápido possível, sabia que a dor era grande, até que ele desmaiou, então corri para costurar e fechar quanto antes, usei o próprio uísque para desinfecionar a ferida.
Demorei quase 40 minutos, mas enfim consegui, fiz um curativo, Cabuloso estava apenas de cueca box, com muito custo troquei os lençóis e descartei o tudo que usei em sacos de lixo, mas joguei num tambor e coloquei fogo.
Quando achei que estava tudo bem, escuto alguém bater na porta, com certeza não era Ana Júlia, pois ela tinha a chave.
Fiquei pensando no que fazer, pois se fosse algum bandido que estivesse naquele baile e invadisse minha casa encontrariam Cabuloso aqui.
— Pensa Manuella.
Retirei minha roupa, fiquei apenas de lingerie, coloquei uma camisola e um robe, soltei os cabelos, mas escondi meu bisturi e minha arma embaixo da mesa da cozinha.
Encostei na porta e perguntei quem era.
— Abra a porta, estamos procurando uns caras que invadiram a comunidade durante o baile.
Abri e fiquei olhando pela fresta, respondi.
— Invadiram o baile, que baile?
— Quando a senhorita se mudou?
— Agora a tarde, só pediram para não sair depois das 22 h.
— Tá certo.
Fechei a porta e respirei fundo, graças a Deus não era nada de mais, voltei no quarto e troquei de roupa, Cabuloso dormia, não apresentava febre, pelo jeito deu certo o que fiz.
As horas passavam e estava preocupada com Ana Júlia e Ruivo que não voltavam, não conseguira dormir, pois ele poderia ter febre e eu precisava estar atenta.
Logo ele começou a abrir os olhos, mas também estava delirando, peguei uma bacia com água e comecei a colocar na testa dele, era o máximo que podia nas condições que estava.
— Mais que merda, mas nem para esses dois chegarem para buscar medicação, era só o que me faltava.
***De volta a narradora***
Já era madrugada, quando Ana Júlia e Ruivo entram na casa. Corro até eles e peço que vá a uma farmácia urgente.
Ruivo: Como tá meu camarada?
Manuella: Tive que abrir a ferida dele, está com febre, preciso que vá buscar uns medicamentos agora, mas antes me ajuda a colocar ele na banheira.
Ruivo ajuda Manuella a retirar a roupa de Cabuloso, eles colocam ele na banheira, depois com uma lista em mãos ele sai para buscar os remédios que ela pede.
Aproveitam para conversar sobre a demora de Ana Júlia.
Manuella: Por onde esteve?
Ana Júlia: Amiga, olha se te contar o lugar que estive, quase morri de medo, me senti num filme de terror, sinceramente, mas acho que o negócio aqui é muito pior que imaginei. Vamos precisar ficar mais tempo que imaginei aqui.
Manuella: Sério isso? Tão grave assim?
Ana Júlia: Vou te ajudar com o posto, mas preciso de sua ajuda.
Manuella: Pode contar comigo amiga.
Ruivo retorna com a medicação, Manuella retira ele da banheira com a ajuda de Ruivo e o colocam na cama de novo.
Ruivo: Eu preciso ir para minha casa, vou deixar dois de meus homens aqui na porta, qualquer coisa pode me chamar, Ana você vem comigo? Assim já te mostro os livros quem sabe não consegue achar alguma coisa.
Ana Júlia: Está bem, amiga, qualquer coisa me chama.
Os dois saem, Manuella ela se senta ao lado de Cabuloso com uma pistola embaixo da perna, mal conseguia fechar os olhos a qualquer barulho eu despertava.
Então me encostei na cabeceira da cama, escutei um forte barulho na porta, levantei rapidamente e me escondi no banheiro.
Um rapaz entrou, aparentemente estava sozinho, ele ficou olhando para Cabuloso na cama e sorriu.
— Seu verme sabia que iria te encontrar, me dispensou né, filho da put@, nem consideração teve.
Eu estava descalça, corri na posta dos pés, ele não era muito alto, então coloquei o bisturi no pescoço dele na veia principal
— Está sozinho?
— Hei, dona, isso aqui é coisa pessoal, tá ligado?
— Não, foi isso que perguntei e se fosse você não me mexia, acredite, sou médica, sei que estou falando.
Mas o imbecil não escutou e virou de uma vez, o suficiente para cortar a jugular, ele colocou a mão no pescoço e o sangue escorreu pelo quarto. Não tive outra opção que não ligar para Ruivo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 52
Comments
Márcia Jungken
Ana Júlia foi inteligente em contar o que descobriu só para o Fernando, e Manuella conseguiu salvar o Flávio mesmo com poucas condições 👏👏👏👏
2024-11-10
0
Márcia Jungken
Ana Júlia foi inteligente em contar o que descobriu só para o Fernando, e Manuella conseguiu salvar o Flávio mesmo com poucas condições 👏👏👏👏
2024-11-10
0
Letícia Leal
tô amando essa história parabéns autora
2024-09-29
0