O baile e suas surpresas

No dia seguinte a comunidade estava um verdadeiro alvoroço, as moças pareciam estar se preparando para o fim de ano, todos os pequenos salões estavam super lotados, como Manuella e Ana Júlia não estavam acostumadas com aquilo acharam super estranho, as duas caminharam até o prédio onde seria o posto médico e estavam fazendo a lista.

Ana Júlia a cada cômodo ficava ainda mais desanimada achando que aquilo seria praticamente impossível ser reformado, mas Manuella estava disposta a fazer funcionar, era um desafio que ela queria provar que daria certo.

Ana Júlia: Isso daqui parece aqueles casebres de filme de terror.

Manuella: Deixa de ser pessimista.

Ana Júlia: Não sou pessimista, sou realista.

Manuella: Percebeu que a comunidade parece que parou por causa desse baile?

Ana Júlia: Não vamos ser idiota e dar margem para o inimigo, eu vou preparada, porque meu sexto sentido me diz que algo vai acontecer.

Manuella: Não sei porque mas acho que você tem razão, mas como não conhecem a gente é bem provável de nos revistarem.

Ana Júlia: Então precisamos pensar num plano B.

Manuella: Que plano B?

Ana Júlia: Vem comigo…

Elas saem do local, aproveitam que estavam todos ocupados demais com a organização do baile, atrás da quadra havia um pequeno barraco de madeira aparentemente abandonado cheio de entulho, Ana Júlia fica observando enquanto Manuella entra e esconde duas pistolas.

Quando Manuella sai são surpreendidas por Cabuloso, que estava chegando por ali e logo pergunta o que estariam fazendo ali.

Cabuloso: E aí dona posso saber que está fazendo aqui?

Manuella: Sabe o que é? Estava procurando um tipo de madeira para colocar num espaço que está com um buraco lá no posto até arrumar entendeu?

Cabuloso: E veio buscar logo aqui, eu tenho cara de otário por acaso?

Ana Júlia: Na verdade a gente estava curiosa para saber como estava a arrumação para o baile, como deve imaginar nunca fomos num baile funk.

Cabuloso: Não precisava mentir, se quiser eu levo vocês lá para ver.

Manuella: Não precisa não a gente já viu daqui, mais a noite e gente volta e vê melhor, mesmo assim obrigada viu o senhor Cabuloso.

Cabuloso: Meu nome é Flávio.

Manuella: Está bem, Flávio. Até mais. Viu só que você fez? Quase nos colocou numa encrenca com esse daí, vamos logo terminar essa lista, senão essa reforma vai levar uma eternidade.

Chega a noite e Manuella e Ana Júlia começam se arrumar para o tal baile, de longe já se escutava o barulho do som, após se arrumarem elas saem e caminham até a quadra, que estava lotada de gente que claro ficam todos observando por nunca as terem visto ali.

Logo um dos homens de Cabuloso desce as avisam que era para subir para o camarote, quando entram estavam Cabuloso e Ruivo, cada um com uma mulher praticamente nua em seu colo rebolando, as duas praticamente ignoram eles indo para o outro lado observando o movimento lá embaixo.

Manuella: Vai querer beber alguma coisa?

Ana Júlia: Acho melhor não bebermos nada e ficarmos apenas observando o movimentos, isso daqui está muito esquisito.

Manuella: Esquisito vai ser se a gente não beber nada.

Ana Júlia: Então vai lá no bar, como sei que você tem uma ótima lábia, fala que prefere fazer sua própria bebida e faz uma sem álcool para gente.

Manuella: Gostei, vou lá.

***Narrado por Manuella***

Desci as escadas e caminhei entre a multidão, logo senti alguém tocar na minha mão um homem todo tatuado que nunca havia visto ali

Ele tinha um sotaque estranho, se aproximou do meu ouvido e penas entendi algumas coisas.

— Oi princesa, meu nome é Andrei, eu te conheço?

— Certamente não cheguei faz pouco tempo, mas estou com pressa.

Cara chato, me aproximei do bar e logo o barmam veio até mim, então perguntei se poderia fazer uma bebida especial, ele permitiu, nem foi tão difícil como pensei, peguei os copos e voltei para o camarote.

Estávamos lá dançando, logo Ruivo e Cabuloso se aproximaram querendo saber o que estávamos achando e claro não poderíamos dizer que nunca tínhamos ido num baile funk pois seria o maior mico.

Cabuloso: E aí dona, o que estão achando do baile? Aposto que do lugar onde vem nunca viu uma festa assim?

Ruivo: Pode crer deve ser aquelas festas cheias de patricinhas tomando champanhe kkkkk aquelas musicas mela cueca kkkkk

Manuella: Vocês estão completamente errados viu, a gente ia nesse tipo de baile sim, lá fora também tem bailes assim não é amiga?

Ana Júlia: Claro, tem sim e muito, nossa eu cansei de ir ufaa e como

Ruivo: E porque vocês não dançam então, só ficam aí olhando por quê?

Nesse momento começa a tocar "Jerry Smith - Menina Braba" como Manuella já era uma mulher mais descolada começa a rebolar deixando Cabuloso com um grande "O", mas Ana Júlia não ficaria atrás então acompanha a amiga e as duas quebram tudo, segurando no quadril uma de Cabuloso e a outra do Ruivo deixando todos ali olhando.

E claro as mulheres todas enfurecidas com que viam, depois elas levantam, dão simplesmente quase que uma bundada neles e falam para eles praticamente juntas.

— Está bom assim?

Claro que os dois não gostaram nem um pouco ainda mais com outros líderes da facção ali presentes que aplaudiram as duas no mesmo instante, mas o que mudou o foco evitando a discussão foi uma início de uma briga, ao observar bem Manuella aponta para Ana Júlia o homem que havia a abordado quando tinha ido ao bar.

Ana Júlia: Tem certeza de que é ele?

Manuella: Tenho sim, tem algo errado nisso. Isso está me perecendo uma emboscada.

Ana Júlia: Então já sabe o que fazer, está pronta?

Manuella: Sim, vamos.

Elas largam os copos para sair pelo fundos quando um dos homens de Cabuloso tenta impedi-las, mas Ana Júlia se abaixa atrás dele enquanto Manuella o empurra com o corpo fazendo ele cair e elas passam correndo escutando alguém gritar.

Ana Júlia: Vai logo, corre!

— Aonde pensam que vão voltem aqui.

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