Anastásia está a salvo

O médico vai embora, Miguel se senta no sofá levando as mãos ao rosto em sinal de alívio, Enrico que estava ali fica observando seu estado.

Miguel: Cara, que alívio, para onde você mandou aquele lixo?

Enrico: Para os fundos da boate, fique calmo, amanhã resolvemos isso com ele.

Miguel: Mê de licença, eu vou lá ver como ela está e já volto.

***Narrado por Miguel***

Quando vi que era Anastásia aquela que fiquei por dias sonhando, fiquei impressionado, mas senti um aperto no peito ao vê-la daquela forma tão vulnerável, seus tornozelos e pulsos amarrados e o corpo semi nu frio, por um instante achei que estivesse a perdido.

Ao colocá-la na cama fiquei pensado se deveria ou não fazer o que precisava, ajudá-la com um banho até que Giovanna parece adivinhar meus pensamentos e aparece para me ajudar, saio do quarto para que pudesse ficar mais a vontade, mais meus pensamentos não saíam dela.

Então me sento ali na minha poltrona tentando controlar meu ódio, pois naquele momento só queria castigar aquele infeliz pelo que havia feito.

Enrico que estava sentado ao me ver fala algumas coisas que não presto atenção, apenas um assunto meu interessou naquele momento que não Anastásia, onde estaria o homem que a feriu.

As horas se passaram e estava angustiado para saber como ela estava, pois a imagem dela no chão amarrada e amordaçada não me saia da cabeça, certamente meu pai ficaria muito irritado quando descobrisse.

E o fato da coincidência dela ter vindo parar aqui na minha casa ou que seja no apartamento dos meus pais, certamente algo que eu iria querer saber.

— De onde meu pai a conhecia ou seus pais? Será que Giovanna tem razão nessa história de destino? Que bobagens esse tipo de coisa não existe, pelo menos não no meu mundo.

Me levanto e peço licença para Enrico, subo as escadas e bato na porta, logo Giovanna abre me indicando que Anastásia estava dormindo, então entro e lhe peço que peça nosso jantar.

— Eu preciso vê-la, se puder descer e pedir algo comermos eu agradeço, estou sem cabeça.

Giovanna: Eu mesma poderia preparar algo, mas pelo visto não abasteceu sua despensa certo?

— Não tive tempo, mas amanhã cuidarei disso prometo.

Giovanna: Bom, eu vou lá, não se preocupe.

Ela então saí, fecha a porta, eu me aproximo da cama e fico observando enquanto Anastásia dormia, seu rosto marcado me deixava angustiado, toquei levemente em suas mãos e vi em seus pulso as marcas do tecido que foi usado para a deixar presa, o sono sereno e calmo indicava que estava bem, pensei em tocar seu rosto, mas não quis arriscar, retiro meu paletó e decido tomar um banho antes de me sentar ali.

***De volta a narradora***

Enquanto isso, Giovanna, desse as escadas e encontra com Enrico sentado no sofá tomando um uísque que logo pergunta sobre a moça.

Enrico: Como está a moça?

Giovanna: É Anastásia o nome dela e sim ela está bem, assustada mais bem. Eu vou pedir alguma para comer se importa se eu comprar pizza?

Enrico: Não de forma alguma, posso saber porque está me tratando assim?

Giovanna: Assim como?

Enrico: Dessa forma ríspida, pelo menos eu deveria saber o que te fiz, não acha?

Giovanna: Aí Enrico não se dê tanta importância, só não tenho tempo para suas gracinhas, só isso, como disse vim aqui para trabalhar e não vou morar numa casa com dois solteirões que com certeza ficarão trazendo suas aventuras para casa.

Enrico: Assim como você irá ter as suas não? Se não fosse o acontecido naquele jantar, aposto que aquele imbecil do…

Giovanna se aproxima dele apontando o dedo em seu rosto e o adverte.

Giovanna: Não se atreva a continuar... E se quer saber ele já sabia que não ia retornar com ele, talvez por isso agiu daquela forma, esse assunto está encerrado e eu já tomei minha decisão.

Enrico: Tinha me esquecido do quanto é teimosa.

Giovanna: Mas não me esqueci que você sempre foi um moleque mulherengo, arrogante e metido.

Enrico: Está bem, não vou mais insistir, quer saber faça o que bem entender da sua vida.

Giovanna: Nossa, Enrico eu fico muito grata, só uma informação querido eu sempre fiz, não preciso da sua aprovação.

Ela então se senta pegando o celular e procurando um local para fazer o pedido, Enrico toma seu uísque num só gole e sobe para o quarto a deixando sozinha.

Giovanna: Eu mereço viu, ainda se acha no direito que querer dar opinião na minha vida, abusado.

Enrico caminha irritado até o quarto, entra jogando o celular na mesinha e vai para o banho falando consigo mesmo sobre o jeito de Giovanna.

Enrico: Ela se acha dona do próprio nariz, até parece que vou permitir que fique por aí desfilando com qualquer um, teimosa.

De volta ao quarto onde dormia Anastásia, Miguel termina o banho, veste um moletom e se senta ao lado dela, toca sua testa com as costas da mãos e percebendo que estava bem, se dá o direito de relaxar, afinal de contas ainda não tinha conseguido descansar da viagem, então o sono toma conta e ele acaba adormecendo.

Giovanna horas depois abre a porta para avisar que a pizza tinha sido entregue, mas resolve não acordá-lo e apenas apaga a luz e volta a fechar a porta.

Ela entra na cozinha, começa arrumar a mesa quando Enrico entra e pergunta sobre Miguel.

Enrico: Miguel não vai comer?

Giovanna: Eu fui chamá-lo mas estava dormindo, achei melhor não incomodá-lo. Amanhã vou fazer uma lista de compras para abastecer a despensa, pelo menos o tempo que ficarei aqui preciso de comida descente, apesar que ele disse que vai contratar os empregados essa semana.

Enrico: Amanhã se quiser te levo no local onde será o restaurante, talvez a mesma arquiteta pode fazer a decoração do espaço.

Giovanna: Não se preocupe, eu mesma farei isso, já tenho minhas próprias ideias, inclusive já fiz alguns contatos, depois do almoço me reunirei com os fornecedores. Pretendo inaugurar esse restaurante no mesmo dia que a boate.

Enrico: Tenho certeza que irá conseguir.

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