Cara de Pau

O elevador abriu e saímos dele eu e Clayton, Camila "voltou" para buscar o celular. "Ela achou mesmo que acreditei naquela mentira?!" Peguei meu celular que estava na minha pequena bolsa de Padra pendurado no meu pulso que não tinha a pulseira. Para olhar a hora, faltava vinte minutos para Josias me buscar. E guardei o celular novamente.

Assim que Clayton percebeu quem era eu… não, ela não viu Michele em mim. Ele descobriu que estava com Viviane Mello Carvalho, agora Viviane Carvalho Hang, a socialite e ex modelo, famosa por encantar os homens e ser conquistada fácil. Essa poderia ser a outra, mas não eu. Porém Clayton não precisava saber disso e ia usar essa informação a meu favor.

Clayton imediatamente agarrou a minha mão e a virando, abriu meus dedos e deixei que ele comandasse, afetuosamente " que nojo!" Quase no automático puxei minha mão para limpar, assim que ele deixou um beijo na costa da minha mão e disse: — Ah, que prazer conhecer a mulher mais linda do Brasil. — " Ordinário!" Dei um sorriso forçado. " Vou destruir você Clayton, Eu não sei como, mas de alguma forma vou fazer você falar sobre a morte da Michele e dos pais dela, e você vai pagar muito caro"

— Mas me diga, é verdade que se casou… — não o deixei completar a pergunta. E interrompi.

— Não digo nada sobre minha vida pessoal a estranhos.

— Então seja por isso! — ele pegou na minha mão de novo e se curvou diante de mim. — Sou Clayton Perez. O diretor das fábricas de eletrodomésticos Bernardes. — "Um cretino, miserável, nojento, desprezível…" Eu puxei minha mão da dele.

— Não conheço! — respondi. Ele pareceu surpreso e até chateado. Risos internos.

— Poxa! — Ele olhou para o seu relógio de pulso. — Mas creio que teremos muito tempo para se conhecer melhor. Por enquanto tenho que ir . Me acompanha? — Ele me estendeu seu braço.

— Vou esperar meu marido aqui! Mas obrigada! — forcei outro sorriso.

— Certo! — e ele me virou as costas para ir até a segurança permitir sua passagem.

Enquanto eu esperava Camila, vários homens e mulheres, surgiam de elevadores diferentes para participarem da reunião.

E logo o elevador de serviço abriu também e Camila saiu de lá e me chamou com a mão.

— Será que todos já chegaram ?

— Eu não sei, não conheço a maioria, e não sei quantos viram na reunião. Mas venha antes que alguém a note.

— Além de Clayton! — ela ficou surpresa com o que falou e colocou a mão na boca.

— De onde você o conhece? — perguntei.

— Das colunas de notícias de minas gerais! — Ergui a sobrancelha, mas fingi que acreditei na desculpa esfarrapada dela.

— Nomes, por favor! — o segurança pegou a lista. Dei meu nome sobre o nome de convidados de Josias Hang e dei o nome de Camila. Josias já tinha deixado a autorização.

Entramos e Camila virou se para mim.

— Vou indo, xau! — ela virou as costas e saiu caminhando, não deu tempo nem de responder. "Mal agradecida!"

Observei para onde ela ia e ela entrou em uma sala de serviços gerais, provavelmente é onde os funcionários devem guardar os produtos de limpeza. Ela até que não é burra vai disfarçar de serviçal.

— Viviane! — me virei e Josias vinha em meu encontro, bem no horário combinado.

— Ela veio? — consenti.

— Então venha, vamos te apresentar aos outros CEOs! — Ele repousou a mão no meu ombro e me direcionou.

— Você confia tanto assim em Viviane?? — ele me olhou confuso.

—Ee... Camila! — disfarcei. — É muito estranho que ela nos disse!

— Ela só quer pegar o noivo. Você é muito desconfiada.

— Olha quem fala! — revirei os olhos. — ele não confiou em mim. Mas também né! A outra Viviane tentou fugir e chegou até se matar.

A enorme porta estava aberta e vi várias pessoas em volta da grande mesa, vi Clayton conversando com aquele homem misterioso de mais cedo. Josias tinha um ar tão confiante e de uma presença imponente, que logo que se aproximou todos olharam para nossa direção. Josias continuou com um porte confiável.

— Senhores, senhoras! Apresento minha esposa, Viviane, agora senhora, Hang.

Alguns me cumprimentaram com a cabeça, Clayton me olhava interessado e o homem misterioso sorriu para mim.

— Prazer! — uma mulher se levantou e pegou em minha mão. — Sou Aline Argos. Dona dos supermercados Argos Bastos.

Sorri para ela.

Josias me levou até uma cadeira, não na mesa que eles iam ficar, mas onde estavam as secretárias de alguns CEOs.

— Pode ficar aqui se quiser … — Josias ia me falando.

— Josias, sua esposa não deveria ficar aí, isso é muito falta de consideração. Se você a trouxe, deixe que ela se sente conosco! — apesar de ter achado aquele homem intrometido, o agradeci mentalmente.

— Vocês devem conhecer minha esposa, pelos noticiários, Henrique creio que Viviane não se interessa nesses assuntos. — abri a boca em um O , então o homem que não tirava os olhos de mim, era o tal Henrique que Camila diz ser o noivo dela.

— Quem disse que não? — eu disse, Henrique, olhou para mim sorrindo, Josias parecia irritado com meu atrevimento, Clayton estava indiferente, e o restante só observando.

— Mas sua experiência…

— Querido! — alisei minha mão em seu braço. — Você nunca me perguntou, mas tenho uma pequena experiência em administração.

— Josias não conhece a própria esposa… — Henrique falou mais foi interrompido pelo Clayton que estava sentado em uma cadeira próximo a nós.

— Esse casamento deve ter sido realizado por interesses negocial. Se percebe que …

Josias sacudiu-o com força, deu um passo para trás e abriu a distância. Quando eu segurei seu braço. O que aconteceu, cadê a segurança e controle que ele tinha?

— Controle-se! — Disse baixo perto do seu pescoço, ele ajeitou a gola de seu Blazer.

— E Clayton, seu nome, né! — ele consentiu. — Diferente de muitos aqui, eu e Josias nós casamos porque nós amamos desde crianças, se vocês não sabem, fomos criados juntos, porque nossos avós eram amigos. Josias teve a vida boêmia dele eu tive a minha, mas quando chegou o momento nosso amor venceu! — puxei o rosto do meu marido e dei um beijo na boca dele, fui muito ousada, mas tinha que calar logo a boca de muitos ali. Foi rápido, foi, mas porque ali não era lugar tão apropriado para lhe tascar um beijão de língua.

— Se meu marido, não sabe que fiz administração, é porque confiamos um no outro, para ficar pegando no pé. — Josias me puxou pela cintura.

— Quer se sentar conosco, minha esposa?

— Não meu querido, marido, creio eu que você fará um bom trabalho. — desta vez dei um beijo no rosto dele e fui me sentar com as secretarias.

A reunião se iniciou e eu prestava atenção em todos os detalhes dos trâmites.

Uma hora e meia depois uma pausa para o café e fomos direcionados para outra sala, e vi quando Camila, saiu com a cabeça baixa, arrastando um carrinho de serviço.

— E aí! — ela me olhou com susto, depois respirou aliviada. Mas de repente seus olhos arregalaram. Henrique vinha em minha direção enquanto Josias estava conversando com um senhor, aproximadamente uns 58, 59 anos. Negro e muito simpático.

— Camila?! — Henrique a chamou, mas ela fingiu não ouvir. E abriu uma porta e entrou e a fechou. Henrique não foi atrás. Deixou ela ir e se virou para mim.

— Conhece aquela mulher? — Ele perguntou para mim.

— Eu deveria? Mas quem parece que a conhece e o senhor? — disse rude e muito seca me afastando dele. E ele segurou meu braço.

— Existe algo de errado comigo que te deixou com raiva?

— Tirando o fato que sou casada e você está dando em cima de mim toda vez que me ver?! Não!

— Você realmente casou com Josias por amor? Ele parece ser tão egoísta! — disse afetuosamente:

— E você Henrique, casará por amor ou por interesse? — ele deu uma risada meio debochada.

— Eu não tenho noiva, mas estou à procura de uma. Mas quando encontrá-la, quero lhe dar amor.

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