Desconfianças

Eu não precisava desse dote, mas preciso da identidade da Viviane. Michele infelizmente morreu ou pelo menos meu corpo, a essa hora já devem ter feito o enterro dela e da minha família. Casando e unindo os bens das famílias ficarei mais poderosa que Clayton e assim poderei me vingar.

Por isso, mesmo que seja sacrificar o casamento e sacrificar a felicidade desta vida, não hesitarei. E mais, felicidade? Hehe, foda-se o amor, eu, agora Viviane, vivo uma nova vida, absolutamente não acredito no chamado amor, muito menos espero pela chamada felicidade. Creio que minha nova chance e para fazer Clayton pagar, puni-lo o que fez a mim e minha família.

[...]

— Veja! A traíra vai mesmo casar por causa de dinheiro! — gritou um homem assim que Josias parou o brinde.

Cuspi um gole de vinho tinto, quando vi quem era. Aff o ex de Viviane. E que homem sem graça. O que Viviane viu nele. Será que era carente e ele babava… que dizer fingia que a idolatrava?

Tudo o que eu preciso fazer é se vingar e proteger meus parentes neste corpo. Não preciso de problemas.

Antes que Josias dissesse algo, eu caminhei rápido e determinada.

— Olha aqui moço! Eu não te dei garantia de nada, muito menos de amor. Porque não acredito nele. Então caso não queira que Josias meu noivo te expulse a pontapés, cai fora.

— Você…

— Cai fora! — eu gritei mais culta o possível.

Josias me olhou admirado, minha irmã que estava sentada se levantou e pegou o homem pelo braço e o puxou para fora.

Caminhei até Josias e ele me disse:

— Três anos, conclua sua vingança, e não faça besteira, não terá arrependimentos nesta vida. — Josias me disse diante de minha risada.

— Eu nem sei o nome dele. Você acha mesmo que eu ia ter um romance com um cara como aquele?! Não digo pelo status ou dinheiro. Digo porque ele parece ser interesseiro e golpista.

— Você é tão inteligente, é muito diferente dos rumores. — Josias inclinou a cabeça para me olhar com um pouco mais de interesse nos olhos, e eu disse:

— Não importa como você me olhe, é um negócio garantido e não pareço recusar. Trato é trato, fizemos um acordo de sermos amigos durante três anos e não vou perder minha razão.

Vendo que Josias finalmente acenou com a cabeça, soltei um suspiro de alívio e rapidamente peguei o contrato no envelope marrom de papel e entreguei a ele.

— Este é um acordo pós-nupcial. Meu nome já foi assinado. Por favor, assine. Eu pedi que minha irmã fizesse para não gerar dúvidas. — Eu tinha mandado como mensagem enquanto Josias dirigia para cá. Ele era muito desconfiado então nada melhor que papel, um certificado em documentos para ele poder confiar em mim.

Ofereci uma caneta a ele.

Essas coisas foram preparadas antes de chegarmos ao cartório, os advogados aqui eram rápidos.

Josias folheou as páginas casualmente e, com certeza, lia que estava claramente escrito. O primeiro item era que, assim que nos divorciamos após três anos, eu deixaria a casa incondicionalmente e todas as propriedades pertenceriam ainda a ele.

Além disso, há mais alguns que chamaram a atenção de Josias que não disse pessoalmente. Ele… hum não sei lê-lo se gostou. Mas ele lia com atenção sem demonstrar desgosto.

Em segundo lugar, a Parte A não tem permissão para forçar relações sexuais sem o consentimento da Parte B.

Em terceiro lugar, ambas as partes devem arcar com as obrigações e responsabilidades de marido e mulher.

— Você escreveu isso? — Josias perguntou olhando por cima do contrato.

— Sim. Qual é o problema? — perguntei.

— Quando me disse em meu escritório que faria o papel de boa esposa eu achei… a relação sexual não é uma obrigação de marido e mulher? — Os olhos longos e estreitos olharam para mim, e ele parecia calmo quando retribui o olhar, mas havia um pouco de inquietação e apreensão naqueles olhos negros, obviamente dando grande importância a esse assunto.

Homens e mulheres adoram esse tipo de coisa, é muito chato usar a força. As mulheres na cama de Josias com certeza se jogavam, sempre eram entregues à sua porta por elas mesmas. Mas não queria que ele forçasse a barra, se desse um clima quem sabe talvez rolasse.

— Eu não disse que não iria fazer. Só pontuei que não forçasse a barra. Quem sabe com um bom vinho vem um clima e rolê. Mas não é promessa. — dei outro gole no meu vinho oferecido pela auxiliar do advogado e ri maliciosa.

Ele retribuiu o sorriso.

— Embora o acordo pós-nupcial seja simples, ele é bem organizado, não tem brechas e tem efeito legal. — o advogado interveio.

Josias casualmente pegou uma caneta e assinou seu nome. E casualmente sorriu.

— Quero uma cópia! — pediu ele.

Eu peguei uma cópia e assinado e entreguei a ele. Josias me deu um sorriso significativo e disse : — Sem problemas!

Claro que poderia ter um problema, o problema é muito grande! O idiota poderia querer redigir um contrato tão perfeito, tinha poder para isso, porém preferi confiar nele.

Eu não poderia ser idiota duas vezes, mas alguma coisa me dizia que ele aceitaria as condições com as quais era benefício para os dois.

—Parece que minha pequena esposa é bastante interessante! — ele jogou um sorriso de lado, demonstrando satisfação.

Se ele pensou que se casaria com uma mulher, inútil, fútil e patricinha… bem, essa poderia ser a verdadeira Viviane. Mas não era eu. Então ele se enganou feio. Sorri com o pensamento.

Depois que Josias assinou o contrato, ele agarrou minha mão: — Vá, vá buscar a certidão! O Departamento de Assuntos Civis estará fora do trabalho daqui a pouco.

— O papel já está aqui! — minha irmã entregou!

— Então posso assinar? — perguntei para não gerar dúvidas.

— Já deveria! — ele me advertiu. Me encarando passando os olhos por mim. Me deixando sem graça.

Como ele consegue ser ser assim?

" Prepotente!" cochichei para que ele não ouvisse.

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