Capítulo 16, A audiência...

MONIQUE...

Acordo no outro dia deitada no peito quente do Josh, ele continua dormindo, então fico mais alguns minutos olhando ele dormir tranquilamente, passo a minha mão delicadamente no seu cabelo ajeitando atrás da orelha, e desço fazendo carinho no seu rosto, vejo ele abrir um sorriso largo ao sentir meu toque e logo em seguida falar com uma voz rouca e arrepiante.

JOSH: Bom dia baby.

MONIQUE: Bom dia!

Respondo com um sorriso também no rosto, ele se inclina e me dá um selinho, nessa hora a porta do quarto é aberta abruptamente e entram dois mini furacões, pulando, afoitos.

LEO: Mamãe, você tá aqui.

LAILA: A gente te procurou no seu quarto e você não estava lá.

LEO: Tá fazendo o quê no quarto do tio Josh?

JOSH: Bom dia pra vocês também, crianças.

ELES: Bom dia tio Josh.

JOSH: A mamãe de vocês teve um pesadelo de noite e veio dormir aqui, só isso. Vocês não fazem isso quando tem um pesadelo?

LAILA: Sim.

MONIQUE: Vamos tomar um banho bem gostoso? Vocês têm aula hoje e a mamãe tem que resolver um assunto bem importante.

LEO: Quero tomar com o tio Josh. Eu sou menino, e vocês duas são mulher.

JOSH: Hahaha tá bom, campeão. Vai lá pegar a sua toalha e o seu uniforme (os dois saem correndo pro quarto deles e tanto eu quanto o Josh caímos na risada)

MONIQUE: Era só o que faltava agora.

JOSH: É normal, ele já está bem grandinho, a cabecinha dele já está começando amadurecer um pouco.

MONIQUE: Eu queria tanto que eles continuassem sendo meus bebês para sempre.

JOSH: E eles vão. Só vão crescer um pouco, construir as próprias famílias um dia. Mas vão continuar sendo os seus bebês. Vou te acompanhar na audiência, tá bom?

MONIQUE: Obrigada. Mas tem que deixar as crianças na escola, e não posso me atrasar no tribunal...

JOSH: Eu deixo eles na escola e vou para o tribunal ficar com você.

MONIQUE: Obrigada por tudo que está fazendo por mim.

Ele me puxa para os próprios braços e me aperta contra si, deixa um beijo carinhoso nos meus cabelos e encosta o queixo, nos deixando encaixados.

JOSH: Sempre vou estar aqui, para você.

As crianças voltam para o quarto, trazendo cada um, o seu próprio uniforme e toalha, fizemos conforme as crianças disseram, a Laila tomou banho comigo e o Leo com o Josh, quando terminamos, fomos tomar café. Josh me deixou no tribunal e foi colocar as crianças na escola, eu entrei e o meu advogado já estava lá.

MONIQUE: Bom dia, Kaique.

KAIQUE: Bom dia, Monique.

MONIQUE: Estou nervosa... Acha que o juiz vai querer dar a guarda para ele?

KAIQUE: Acredito que não. Temos todas as provas de que ele lhe violou, fora o fato dele estar lhe ameaçando, há testemunhas.

MONIQUE: Espero que o juiz não seja sujo...

KAIQUE: Acredite, esse é um dos juízes mais justos que tem nesse escritório judicial. Ele pode acabar se dando muito mal se tentar comprar o juiz.

MONIQUE: Assim espero.

JOSH: Oi, cheguei (ele me beija na testa) Joshua Mitchell (fala estendendo a mão)

KAIQUE: Kaique Naufael, advogado, é um prazer conhecê-lo, senhor Mitchell.

POLICIAL: Senhorita Fealden? Me acompanhe por favor.

MONIQUE: Claro.

Acompanhamos o policial e quando entramos na sala, o Rodrigo já estava lá, a sua noiva Pérola também estava com ele, o advogado dele era um dos mais sujos que conheço, Eduardo já enfrentou ele diversas vezes no tribunal... Droga, essa briga vai ser sanguinária.

JUIZ: Bom dia a todos! (todos nós respondemos) Senhorita Monique Fealden, esta audiência foi solicitada pelo senhor Rodrigo Loreal. Senhor Loreal, pode apresentar a suas queixas.

O advogado dele se levanta e começa falar.

ADVOGADO: Bom dia meritíssimo. A senhorita Fealden, alguns anos atrás teve um envolvimento amoroso com o meu cliente, dessa relação, ela acabou concebendo dois filhos, os quais omitiu durante todo esse tempo. A senhorita em destaque, fugiu da cidade em que morava, grávida, e nunca permitiu a aproximação do meu cliente, dos filhos. O meu cliente, Rodrigo, tentou entrar em acordo com a mesma, para dividir a guarda das crianças, e até mesmo reatar a relação, mas ela o impediu, chegando até mesmo a ameaça-lo. Hoje o senhor Rodrigo quer apenas que seja concedido a ele o direito de participar da vida das crianças, mesmo depois de mais de cinco anos.

Ouço tudo o que o advogado falou e a única coisa que sinto é raiva. Como esse imbecil pode inventar todas essas coisas contra mim? E como assim eu me recusei a dividir a guarda dos meus filhos?

JUIZ: Senhorita Fealden, sua vez.

O meu advogado Kaique, se levanta e começa a falar.

KAIQUE: Bom dia, meretissimo. Protesto contra tudo o que o advogado Mazon disse.

JUIZ: Prossiga.

KAIQUE: A minha cliente nunca esteve em um envolvimento amoroso com o senhor Loreal. Pelo contrário, eles apenas mantinham uma forma de contato. Na época em que a senhorita Fealden engravidou, ela estava no segundo semestre da faculdade se arquitetura, por ser jovem e sempre colocar os estudos em primeiro plano, nunca deu esperanças para senhor Rodrigo. O real motivo da minha cliente ter ido embora da cidade em que morava, foi devido a um assunto de extrema sensibilidade. Ela foi violada por ele.

ADVOGADO: Protesto! Isso é uma mentira, senhor juiz. Eles estavam envolvidos amorosamente, é impossível que tenha acontecido tal ato da parte do meu cliente.

JUIZ: Senhor Naufael, há provas que concretizem as suas palavras?

KAIQUE: Sim, excelência.

O Kaique levanta uma pasta contendo o arquivo do hospital em que fui examinada, há também lá dentro, uma fita de gravação do quarto de hotel onde o Rodrigo me violou, o meu pai conseguiu ela logo que descobriu sobre o acontecido, mas nunca permiti que ele usasse contra o Rodrigo, estava guardada esse tempo todo. Um guarda vem até o Kaique e pega a pasta, levando até o Juiz.

JUIZ: Diga-nos, o que são isso?

KAIQUE: A ficha médica da noite em que a minha cliente sofreu tal ato, e a gravação das câmeras de segurança do quarto de hotel onde o senhor Loreal a levou para realizar a ação.

Olho calmamente para onde o Rodrigo está e vejo a Pérola chorando, ele por outro lado, está vermelho de raiva, já o seu advogado está tremendo de nervoso.

KAIQUE: Ressalto ainda, excelência, o fato de que a senhorita Fealden, não o denunciou na época, por medo, já que o senhor Loreal sempre nutriu uma obsessão por minha cliente. As crianças nunca foram apresentadas a ele, por esse motivo. A minha cliente até hoje faz acompanhamentos psicológicos para manter a saúde mental dentro do normal para seguir a vida sem muita conturbação.

JUIZ: Entendo o fato da senhora Fealden não ter consentido a relação que levou a desenvolver uma gestação. Mas, por qual motivo escondeu os filhos por tanto tempo? E, por que não concordou com a solicitação de uma guarda compartilhada?

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