Capítulo 4, Uma família protetora...

MONIQUE...

Na noite anterior dormi com os meus filhos na minha cama, não quis me separar deles, e eles amaram dormir comigo, pois sempre pedem para dormirmos juntos e eu por muitas vezes ter que terminar projetos, acabo não deixando eles dormirem comigo. Quando acordo no outro dia, deixo as crianças na minha cama e desço para a cozinha, os meus pais sempre insistiram que eu e a Bianca aceitasse empregados na casa, como cozinheira e faxineira, mas gosto de cuidar da minha casa.

Quando chego na sala, vejo o meu pai sentado no sofá com um jornal nas mãos e o meu irmão na poltrona ao lado com um notebook, sinto cheiro de café e já posso imaginar ser a minha mãe fazendo o nosso desjejum.

MONIQUE: Papai? Está fazendo o quê aqui?

PAI: Filha, sente aqui (ele fala batendo ao lado dele no sofá, vou até ele e me sento) O Joel me informou sobre o que aconteceu ontem a noite. Por quê não me ligou? (Olho pra ele e afundo no sofá)

EDUARDO: Aquele infeliz tentou levar os meus sobrinhos?

MONIQUE: Não... Mas me ameaçou... Desculpa papai...

PAI: Eu deveria ter dado um fim nele, quando pude (o meu pai me puxa para os braços e me aperta contra o peito) Eu vou colocar uma equipe atrás dele e nunca mais aquele ser humano chega perto de vocês.

MONIQUE: Não... Por favor... Não coloque a máfia nisso, pai...

PAI: Eu já fiz a sua vontade uma vez, filha, e olhe aonde viemos parar. Não vou correr o risco dele levar os meus netos de jeito nenhum.

MÃE: Eu concordo. Vamos, o café está pronto.

MONIQUE: Vou acordar as crianças... A Bianca não dormiu em casa essa noite.

Subo para o meu quarto e os meninos estão conversando entre eles.

LAILA: Será que a mamãe vai ficar brava se descobrir que ligamos pro vovô?

LÉO: Ela não vai saber, pedimos ao vovô pra dizer que foi o Joel, lembra? E aquele homem é mal.

LAILA: Verdade... Ele disse que vai tirar a gente da mamãe porque somos filhos dele.

LÉO: Não somos filhos dele. Só da mamãe. Você viu o jeito que a mamãe ficou depois que ele saiu.

LAILA: Será que o vovô vai conseguir botar o homem mal na cadeia?

LÉO: Se ele não colocar, o tio Dudu manda ele pro céu hihihi

LAILA: Não, ele vai mandar lá pra baixo, como diz a dinda Bibi. Ela disse que pessoas ruins vão pra baixo, só as boas vão pro céu.

Fico ouvindo a conversa deles impressionada com a inteligência desses dois. que história é essa de gente boa ir pro céu e ruins e pra baixo? E, droga! Eles ouviram o Rodrigo falar que é pai deles... Entro no quarto de mansinho e eles levantam quando me veem.

LAILA: Mamãe.

LÉO: A senhora está melhor?

MONIQUE: Estou sim, meus amores. Vamos descer? A vovó fez o café.

LÉO: A vovó tá aqui?

MONIQUE: Sim, parece que alguém falou para o vovô de vocês que andou um homem mal aqui.

Eles dois arregalam os olhos, olham de um pro outro, e viram pra mim com os olhinhos tristes.

LAILA: Não briga com nós mamãe...

LÉO: A gente só queria ajudar...

MONIQUE: Está tudo bem, a mamãe não está com raiva. Está feliz por vocês serem tão inteligentes assim. Vamos tomar um café bem gostoso e passar o dia todinho assistindo desenhos?

LÉO: Siiiiiiiim

Eles dois descem com cuidado da cama e saem correndo porta afora, escuto quando gritam "vovô", ah como eles amam esse vovô deles... Tenho que respirar fundo e aceitar o fato de que agora o meu pai vai encher a minha casa de soldados, tentei tanto fugir dessa vida de máfia, mas pelo jeito não vai ter mais como fingir que não tenho envolvimento com isso.

O meu pai é chefe de uma máfia pesada aqui dos Estados Unidos, são quatro ao todo, cada um tem influência sobre uma parte do país, o meu pai ficou com a parte sul, enquanto os outros, ficaram com as outras três regiões. Sempre ignorei o fato de ser filha de um mafioso, pois todo mundo tem medo de descobrir quem é o nosso líder. Todos os anos os quatro chefes fazem reuniões para fortalecer as alianças e estabelecer novas regras, retirar algumas e manter outras. Nesses encontros toda a família deve ir, não participo de nenhuma desde que os meus filhos nasceram.

O chefe do oeste até tentou criar briga por achar que o meu pai está escondendo coisas e por isso eu não estava indo. Tive que jurar participar da próxima reunião, que é em alguns dias, não estou nada contente em apresentar os meus filhos a esse mundo...

Continuo distraída pensando em milhares de coisas ao mesmo tempo quando o meu irmão entra no quarto e me olha com aquele olhar que só ele tem.

EDUARDO: Vou revirar esse país atrás daquele cara, e quando o encontrar... Ele que se prepare, porque vai estar cara a cara com o próprio demônio.

MONIQUE: Tenho medo dele tentar fazer mal ao Léo e Laila...

EDUARDO: Ele não vai. Eu juro.

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