Capítulo 6, Um homem observador...

MONIQUE...

Os meus pais vão até a família Mitchell e os cumprimenta com abraços, beijinhos e tapinhas nas costas, os meus filhos continuam agarrados as minhas pernas, e o rapaz que não me lembro de já o ter visto, permanece com o olhar penetrante no meu rosto, por vezes vejo ele mudar o olhar para os meus lábios, descer para os meus filhos e retornar para os meus olhos.

EDUARDO: Disfarça um pouco (o meu irmão sussurra no meu ouvido e acabo saindo do transe)

MONIQUE: Ãm, o quê?

EDUARDO: Nada, duplinha, querem ir para os brinquedos?

LAILA: Quero ficar com a mamãe...

LEO: Eu também, tio.

MONIQUE: Pode deixar eles aqui.

PAI: Filha?!

MONIQUE: Oi pai (vou até ele e as crianças vem comigo)

PAI: Bruce, aqui está a Monique, e esses dois são os meus maiores amores, meus netos. Eles são os motivos da minha filha ter passado todos esses anos fora dos assuntos do nosso meio.

BRUCE: Mas você está muito bonita, querida. Quase não a reconheci, e esses anjinhos... São idênticos a você.

MONIQUE: Muito obrigado, senhor Mitchell. Esses são Leo e Laila, meus bens mais preciosos. Diz um oi, meus amores.

LAILA: Oi...

LEO: Olá...

CORINA: Onde está o pai deles, querida? Não veio?

Quando eu ia responder a Laila responde por mim.

LAILA: O nosso papai é um homem mal, por isso não mora com a gente.

LEO: Ele quer tirar a gente da mamãe.

MONIQUE: Crianças...

CORINA: Mil perdões, querida... Eu não... Eu não devia ter sido indelicada.

MONIQUE: Está tudo bem... (tento dar um sorriso, mas as lembranças do Rodrigo dizendo que vai tirar os meus filhos de mim, veio a minha mente)

MÃE: Meus amores, venham com a vovó um instante, sim?

LAILA: Pode, mamãe?

MONIQUE: Claro, querida.

A minha mãe sai com os gêmeos e a dona Corina veio mais perto de mim e me deu um abraço pedindo perdão por ser indiscreta.

BRUCE: Filhos, venham aqui, deixe-me apresenta-los essa bela moça.

Só agora me dou conta de que o homem que tanto me observava, ainda não tinha desviado o olhar de mim em nenhum momento, então ele com certeza escutou a conversa... Ele parece ser o mais velho dos quatro.

BRUCE: Monique, esse é o Joshua, o meu filho mais velho. Zaya, Bruna e Brandon o caçula.

MONIQUE: É um prazer conhecer todos vocês, por mais que eu já tenha vindo aqui tantos anos seguidos (o homem que desde a minha chegada me observava, era o Joshua, foi o primeiro a vir me cumprimentar)

JOSHUA: É um prazer conhecê-la, você e os seus filhos são encantadores, parecem obras de arte (para tudo! Nunca fui cantada tão gentilmente...)

MONIQUE: Ah... Muito obrigada, você também é muito bonito, Joshua.

Ele deixa um beijo delicado na minha mão e sorri, procuro por meu irmão e ele está conversando com a Zaya, eles parecem tão íntimos, olho por mais alguns segundos e veio ele dar um selinho nela, desvio o olhar a tempo de ver os dois últimos líderes e a minha irmã entrarem no salão.

JOSHUA: Se preza pelo seu bem estar psicológico, fique longe do filho dos Ashworth. Ele não costuma respeitar mulheres, mesmo sendo casado há sete anos, a esposa dele é quem bem conhece o peso da mão do marido.

Fico espantada ao ouvir essas palavras, então continuo ao lado dele, e como forma de reflexo coloco a minha mão no seu braço, ele enlaça o meu no dele e juntos fomos até a mesa onde os nossos pais estão.

PAI: Vejam só, chegaram quem faltava hahaha

SR. ASHWORTH: Engraçadinho como sempre.

O Joshua se aproxima do meu ouvido e fala baixinho.

JOSHUA: Você parece perdida...

MONIQUE: Faz vários anos que já o participo das reuniões, está sendo como se fosse a primeira vez que eu viesse aqui.

JOSHUA: Percebi, eu não me lembrava de você. Os Ashworth são os líderes do Norte, já os Dempsey, são os do Leste. Ashworth são os mais vingativos, as formas de torturas deles são medievais... Eles são também os que tem digamos que o laço de sangue mais frágil entre nós quatro. Os Dempsey são os mais amigáveis, eles e as nossas famílias são amigas faz décadas.

MONIQUE: Entendi.

PAI: Monique?

MONIQUE: Sim, senhor, pai (desde pequena os meus pais nos ensinaram que nas reuniões deveríamos sempre o chamar de senhor antes de "pai")

PAI: Onde estão as crianças?

MONIQUE: A mamãe os levou para a área infantil.

PAI: Vá buscá-los.

MONIQUE: Sim senhor, com licença.

JOSHUA: Eu lhe acompanho.

Fomos até a área infantil e as crianças estavam brincando com a minha mãe e a mãe do Joshua, a senhora Corina. Quando eles me viram vieram correndo.

LAILA: A gente já vai, mamãe?

MONIQUE: Não, meu amor, o vovô de vocês está chamando para apresentar uns amigos dele, venham.

Pego ela no colo e quando olho para o Joshua ele está pegando o Leo, fico olhando para essa atitude dele, pois eu sempre tive que dar um jeito de levar os dois no colo, e agora que eles estão grandes eu sempre tenho que escolher qual dos dois levar.

MONIQUE: Obrigada...

JOSHUA: Por nada. Vamos, a reunião vai oficialmente começar.

As nossas mães já estavam ao lado dos maridos, então fomos e nos sentamos nos mesmos lugares de antes, agora com as crianças no nosso colo. Todos olham pra mim e os meus filhos, a família do Joshua já conhecia eles, então agiu normal, mas os Ashworth e os Dempsey estavam surpresos.

PAI: Ronald, Kalel, Bruce. Como vocês sabem, a minha filha Monique estava afastada dos negócios há alguns anos, infelizmente o motivo é um pouco delicado e cabe somente a ela para que possa ser contado. Durante esse tempo, ela teve os meus netos, Leo e Laila. Sei que o meu dever como membro dos quatro poderes era ter informado sobre esse acontecimento, mas como eu disse antes, os assuntos da minha filha são apenas dela, e só ela pode decidir revelar a todos, ou não.

BRUCE: Seja bem-vinda de volta, Monique, saiba que os seus filhos terão total segurança e direito como qualquer um aqui.

Olho para o meu pai e ele me dá uma permissão silenciosa de que posso falar, eu agradeço ao senhor Bruce, os meus filhos continuam quietinhos no meu colo e no do Joshua. Os outros líderes também me desejam as boas vindas, o senhor Kalel, líder do Leste, foi super educado, de acordo com o que o Joshua disse, mas o Ronald tentou me ofender com uma piada, que o meu pai cortou imediatamente. Quando as apresentações encerraram, todas as crianças foram dispensadas, então coloquei as crianças no chão e elas acompanharam as outras para a área infantil.

JOSHUA: Me acompanha um minuto? (ele falou baixinho, discreto, eu pedi licença e com a permissão do meu pai, sai com o Joshua da presença dos demais, caminhamos um pouco, até pararmos numa área aberta para o jardim, tinha um pequeno lago a frente com alguns bancos ao redor, fomos até um deles e nos sentamos)

MONIQUE: Aqui é tão calmo... Faz tanto tempo que não ando aqui que eu nem sequer lembrava como era o lugar... (fico observando tudo ao redor) então... Joshua, por que me chamou em particular?

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