Desaforo

Assim que estava pronta e confortável, deixou o quarto de mão e como sempre, foi procurar alguma coisa para comer.

Já descendo as escadas, Denise deu de cara com Arthur na sala assistindo algum tipo de desenho animado/infantil.

Denise 💭: Eu não esperava por essa.

Arthur:— Caraca... Essa roupa ficou perfeita em você!

Ela olha para ele e dá um sorriso leve.

Denise:— Oh! Muito obrigada. —Diz dando um leve sorriso—

Ela continua andando e vai até a cozinha. Denise toma dois copos d'água, faz um sanduíche natural e pega o suco que Arthur havia preparado. Quando ela termina de preparar o sanduíche e fazer o que queria, vai até a sala.

Denise 💭: Bom dia. —Diz se sentando no sofá—

Arthur:— Bom dia!

Arthur:— Esse suco é o que eu fiz?

Denise:— Humrum. —Responde balançando a cabeça enquanto mastiga—

Arthur volta a assistir.

Denise:— Hum!

[Barulha em tom de chamar]

Denise:— Esse seu suco ficou bom! Quer um gole?

Arthur:— Eu aceito. —Ele estende a mão—

[Denise entrega]

Arthur franze as sobrancelhas.

Arthur:— Hum... Ficou bom mesmo! —Devolvendo o suco—

Denise:— Que filme é esse?

Arthur:— A caverna do dragão.

Denise:— Ele parece ser um desenho bem velho, né.

Arthur:— É, ele é um pouco antigo mesmo.

Arthur:— Foi lançado à muito tempo.

Denise:— Percebi...

Denise:— Parece ser bom.

Arthur:— Ele é.

Denise:— Eu não sabia que você gostava de desenhos.

Denise:— Comecei à perceber que quando eu te "conheci"... —Se interrompe—

Denise:— Ou melhor... Quando eu comecei a conviver no mesmo lugar que você, não imaginei que você era uma pessoa assim.

Denise:— Achei que você era um homem agressivo, estourado, sem educação, impaciente e muito ocupado com negócios.

Denise:— Sendo que na verdade, você é carinhoso, gentil, atencioso, tem um coração mole e os seus "negócios", eram put#s.

Arthur:— Pois é. Essa parte da ignorância, impaciência e tals, é verdade.

Arthur:— Eu também sou isso, só estou mudando por você.

Arthur:— Percebi que você não merece passar por isso e que eu estava sendo muito duro com você, por algo que você não tinha culpa mínima.

Arthur:— Você nem sabia que seu pai tinha envolvimento com esse tipo de coisa.

Denise muda a expressão para um pouco triste. Ela deixa Arthur sozinho e vai até a cozinha guardar o copo e lavar a mão. Lá, ela deixa uma lágrima escorrer, pois lembrou de sua "família" e o fim miserável que tiveram. Ficou mal também pelo fato de nunca ter sido importante ou o centro das atenções com seus pais.

Arthur chega por trás, a vira para ele e lhe dá um abraço carinhoso, enquanto acaricia atrás de sua cabeça.

Arthur:— Ei! Não fica assim.

Arthur:— Você sabe que não tem culpa.

Arthur:— Está triste pelo que aconteceu com sua família, ou...

Arthur:— Seu pai?

Denise:— Não... não é isso. —Diz limpando as lágrimas—

Ela fica chorando, o abraça forte e começa a desabafar um pouco, a questão de nunca ter sido importante e totalmente amada por seus pais.

Arthur:— Olha, agora você tem eu.

Arthur:— Nunca falei isso para ninguém na minha vida, mas eu vou cuidar de você da forma que eles nunca cuidaram, ok?

Arthur:— Vou te proteger e estar aqui sempre que você precisar, tá bom?

Denise afirma com a cabeça e um sorriso confortável. Arthur a abraça novamente, ela se sente confortável e protegida.

Denise 💭: É incrível como eu ainda consigo me sentir segura perto desse cara.

Arthur:— Agora coloca aquele sorriso lindo que só você tem e vamos assistir ou fazer alguma coisa pra te deixar feliz de novo. —Arthur dá um sorriso e pega na mão de Denise—

Arthur:— Não fica assim, tá. Sempre que quiser conversar, pode me procurar.

Denise:— Tá, esquece isso.

Arthur:— Tá bem. Vamos sair daqui, vem.

Eles retornam para a sala, Arthur senta no sofá e deixa Denise deitar em sua perna, ela coloca a cabeça na perna dele, e o mesmo fica fazendo carinho na cabeça de Denise enquanto assiste o desenho animado.

Depois de um tempo recebendo carinho, ela adormece tranquilamente.

Arthur 💭: É uma fofa dormindo.

Arthur 💭: Coitada... Ela é uma menina tão fofa e carinhosa. Não merecia passar por tudo que passou.

Ele dá um beijo no rosto de Denise e continua assistindo o desenho. Quando dá em cerca das uma da tarde (13:00PM), ela acorda e vê que Arthur acabou dormindo também.

Denise 💭: Meu Deus, tadinho! Ele dormiu sentado.

Ela levanta devagar.

Denise:— Ei, Arthur!

Denise:— Acorda! Vai deitar na cama.

Ela cutuca ele algumas vezes para que ele pudesse acordar. Arthur vai despertando lentamente e logo toma raciocínio das coisas.

Arthur:— Nossa! Você acordou primeiro que eu. —Ele diz sonolento—

Denise:— É. Vai deitar na cama.

Denise:— Vem.

Ela pega na mão dele e levanta, tentando o chamar, então Arthur levanta, segura na cintura dela e ambos vão andando até o quarto dele.

Denise:— Pronto, pode ir deitar que eu ligo o ar pra ti.

Arthur:— Obrigado!

Assim que ele deita, já vai pegando no sono.

Denise 💭: Como que pode um trem desses?

Ela dá um leve sorriso e sai do quarto, o deixando lá. Como nenhum dos dois haviam almoçado, ela decide fazer um almoço rápido e delicioso. Tem muito tempo que ela não cozinha mesmo.

Depois de um tempinho cozinhando, a refeição fica pronta. Denise pega logo o que ela ia comer (a quantia) e vai para a mesa de jantar. Quando ela termina, não deu nem tempo de lavar o prato direito, a mesma ouve alguém tocando a campainha.

Denise:— Quem será à uma hora dessa. —Diz secando a mão num pano de prato—

Denise vai até a porta e a abre.

Denise:— Pois não?

Era uma mulher, a mesma daquele dia, a "barraqueira". Ela tira o óculos e olha para Denise com cara de deboche.

Aline:— Eu quero falar com o Arthur.

Denise levanta a cabeça e arruma sua postura.

Denise:— Sinto em te dizer, meu anjo. Ele está dormindo e com certeza, eu não vou atrapalhar o sono dele.

Aline:— Haah, meu bem. Quando você disser que sou EU, quem estou aqui, ele com certeza vai descer correndo.

Denise:— Ele só pegou você porquê não encontrou uma melhor.

Aline:— Você pensa que é quem pra falar assim comigo?!

Aline altera o tom de voz com Denise e fica mais exaltada.

Denise:— Por favor, abaixa seu tom de voz porquê eu não estou gritando com você.

Aline:— Você é uma boba! Acha mesmo que ele vai gostar de você algum dia?

Aline:— Está aí, toda se toda achando que algum dia, o Arthur vai sentir alguma coisa por você, não é?

Aline:— Pois se o seu propósito for esse, você pode desistir porquê isso não passa de uma ilusão.

Aline:— O Arthur NUNCA vai amar uma mulher como ele amou a Carla.

Denise continua mantendo a postura, pois ela estava refletindo com aquelas palavras que saíam da boca de Aline. No fim, no fim, ela sabia que estava sentindo alguma coisa por Arthur, mas ouvir aquilo de uma forma e expressão sincera, lhe doeu um pouco e diminuiu suas expectativas.

Aline:— Depois eu volto para falar com ele então.

Aline coloca o óculos de novo, dá um sorriso de quem venceu e sai, deixando Denise ali parada pensando.

Denise 💭: Você não pode acreditar numa coisa fútil e best@ que uma mulherzinha qualquer chega em você e fala, Denise. Acorda!

Ela respira fundo, fecha a porta e fica sentada no sofá mexendo no celular.

Depois de alguns minutos pensativa e um pouco para baixo, ela pensa...

Denise 💭: Quer saber... Vou fazer a unha.

Denise 💭: Tenho que ficar linda, não posso ficar feia desse jeito não.

Denise 💭: Vou usar o PIX que o Arthur me passou semana passada.

Ela vai até o quarto, toma um banho, se arruma e vai até uma manicure. Denise sempre teve unhas muito bonitas e desde pequena era muito vaidosa, só não gostava de maquiagem.

CONTINUA...

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