Continuei deitada, esperando que ele voltasse, o que não demora muito a acontecer, talvez uns dois minutos.
Arthur: — Vire-se de barriga para cima. — ordena.
Eu obedeço sem dizer nada. Ele examina cada um dos hematomas e começa a aplicar alguns remédios. Não faço ideia do que são. Nos primeiros segundos, fiquei com medo dele me tocar novamente, pois ainda estava assustada.
Arthur: — Vou colocar faixas em ambos os teus joelhos — afirmou.
Depois de cuidar com atenção dos meus machucados por um tempo, Arthur terminou.
Arthur: — Não precisa passar maquiagem. Não vai ter ninguém lá mesmo — disse, organizando os objetos na caixa de primeiros socorros.
Arthur: — Se você passar das oito, eu desmarco a saída. — Levantou.
Denise: — Tá bom. — Respondi baixinho, receosa.
Denise 💭: Como se eu quisesse ir — Debochei.
Ele saiu do quarto e fechou a porta. Dirigi-me ao banheiro. Havia uma toalha cheirosa e vários produtos femininos. Fiquei feliz por ter tudo aquilo só para mim, pois sempre quis ter produtos de cuidado pessoal e cheirosos.
Sentir a água escorrer pelo meu corpo foi reconfortante. O complicado foi ter que tirar a faixa que Arthur havia colocado agora a pouco. Tomei um banho rápido, pois só me restava meia hora para me arrumar, e nem sabia se o relógio estava certo. Ao fechar a porta do banheiro, percebi: não tinha roupas. Chamei Arthur sem sair do quarto.
Denise: — Arthur! — Chamei.
Arthur: — Alguém te deixou sair desse lugar?! — chegou gritando.
Denise: — Mas eu não saí! Eu te chamei pela porta — afirmei, com medo.
Arthur: — Que dr0g@! Não posso ter um minuto de paz.
Denise: — Desculpa. — Abaixei o tom de voz e a cabeça.
Arthur: — O QUE VOCÊ QUER?! — Elevou a voz.
Denise: — Eu só quero saber onde estão minhas roupas...
Arthur: — Vem. — ele falou de maneira ríspida, uma mão na testa e a outra na cintura.
Arthur entrou em um quarto e eu o segui. Parecia ser o quarto dele, cheirava bem e estava muito organizado.
Arthur: — Pega. — Ele jogou algumas roupas em mim, que não consegui segurar e acabaram caindo.
Abaixei-me para pegá-las, a toalha abriu e me levantei rapidamente. Isso só piorou, pois ela caiu! Ele olhou para mim dos pés à cabeça. Minhas bochechas coraram e senti vergonha. Não esperei nem dez segundos, só peguei a toalha e me enrolei novamente. Acidentalmente, meu olhar caiu para seu volume. Meu Deus! Que situação constrangedora...
Arthur: — Vai vestir suas roupas. — Ele saiu do transe e tentou manter a postura firme.
Voltei à realidade, peguei as roupas e "corri" para o meu quarto. Que situação embaraçosa! Sem perder tempo, comecei a me arrumar. Poucos minutos antes das oito, estava pronta e sentei na cama. Como não podia sair do quarto e ele não me chamava, apenas esperei.
Arthur: — Vamos. — Arthur entrou subitamente no quarto.
Quando me levantei, ele me olhou novamente dos pés à cabeça. Estava usando um vestido vermelho justo e o cabelo preso em um coque solto. Me sentia linda, mas não cem por cento por causa das manchas no rosto.
Arthur: — Bem... tenho que admitir que você está linda neste vestido. — Ele ficou sem jeito, tentando não demonstrar.
Denise: — Obrigada! Seu terno também combina com você. Ficou muito bonito.
Arthur: — Me ignorando, ele quebra o elogio — Vamos.
Chegando ao carro, esperava que ele abrisse a porta para mim, mas estava errada. Ele foi para o lado dele e esperou eu entrar. Assim eu fiz.
Arthur: — Só vou te lembrar que isto não é um jantar nem um encontro romântico.
Arthur: — Estou apenas te levando à praia como uma espécie de pedido de desculpas pelo que fiz.
Denise 💭: Sempre estraga prazeres. — Revirei os olhos.
Fiquei em silêncio, sentindo vontade de me esconder (Enfiar a cabeça num buraco). Esperei na porta feito uma boba, achando que ele abriria para mim.
Ele deu partida no carro. Depois de um tempo, chegamos à praia. Para ser sincera, nunca estive aqui antes. Nunca tive tempo, sabe? Achei tudo tão bonito. As ondas, o som da água batendo nas pedras, o luar, a noite... era tão bonito.
Denise: — Ãhm... — Interrompi o silêncio.
Denise: — Arthur, sem querer te incomodar, mas como você espera que eu ande na areia de salto alto?
Arthur: — Para de frescura. — Continuou andando.
Denise: — Você nunca trouxe uma namorada à praia, né? — Esbravejei.
Arthur: — Eu nunca namorei, Denise. — Sua resposta me fez engolir em seco.
Denise 💭: Uma beldade dessas, nunca namorou?
Arthur: — Nunca demonstrei amor por nenhuma mulher, filha. — Parou mais à frente, com as mãos na cintura, e me encarou.
Denise: — Espera aí! — Gritei.
Denise: — Deixa eu tirar o salto então. — Me abaixei com um pouco de dificuldade, devido ao vestido longo.
Ele veio na minha direção.
Arthur: — Levanta.
Com receio, levantei. Ele se abaixou e tirou um dos meus saltos e depois o outro. Essa ação me deixou surpresa.
Arthur: — Por mais rude, sem educação e mal amado que eu seja, sou cuidadoso e tenho cavalheirismo, Denise.
Arthur: — Agora vem.
Ele virou as costas e saiu andando. Então, o segui. Mais uma vez, o medo me consumia totalmente. Arthur continuava frio e com uma expressão nada amistosa. Ele era um homem bonito. Bonito de doer. Mas não tinha o coração de gelatina, só a beleza mesmo. Ele continuou andando sem parar, até que o vi subir em algumas pedras. O que ele quer comigo aqui, céus?
Arthur: — Senta aqui.
Eu, toda arrumada, de vestido, e ele me manda sentar em pedras e andar na areia?! Sério isso?!Ah, não tinha direito de criticá-lo. Antes de sairmos, ele me avisou que iríamos a uma praia...
Denise: — Enfim... — Cruzei os braços.
Denise: — Qual é a ideia de me trazer para a praia?
Arthur: — Para de frescura, caramba! Você não tem motivos para reclamar.
Denise 💭: Esse cara se estressa com tudo! Nossa!
Arthur: — Só senta aí, porra. — Brigou.
Arthur: — Estou arrependido e me sinto mal pelo que fiz com você.
Arthur: — Estava sem controle e acabei descontando minha raiva em você. — Fixou os olhos na água, dobrando os joelhos e apoiando os cotovelos neles.
Arthur: — Só quero apagar essa má imagem que você tem de mim e deixar você menos assustada.
Arthur: — Eu não sou o cara que você conheceu.
Denise 💭: Ele está desabafando? — Estranhei.
Arthur: — Sou uma boa pessoa. Só sou agressivo desse jeito porque nunca consegui me expressar, e... — Pausou — Para ser sincero, nem minha mãe me deu o amor que eu precisava.
Arthur: — Não estou me fazendo de vítima, só quero limpar minha imagem de "cara mal".
Arthur: — Realmente não sou assim.
Denise 💭: Por que ele está se explicando assim?
Notei que seus olhos estavam marejados.
Denise: — Ok. Pode falar tudo o que quiser, Arthur.
Denise: — Ou, se preferir, apenas curta a vista.
Ficamos em silêncio, observando o mar.
Sem que ele percebesse, vi uma lágrima escorrer dos seus olhos. Não sei o que se passa na cabeça deste homem, mas sei que há algo que ainda o machuca.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Fatima Maria
ARTHUR TEM ALGUMA MAGOA COM A MÃE, O QUE A MÃE FEZ SÓ NO DECORRER DAS CONVERSAS É QUE VAMOS SABER.
2024-08-29
1
Maria Ferreira
So não gostei dele ter batido nela mas enfim /Sob/
2024-08-15
1
Marilena Yuriko Nishiyama
vc é um homem das cavernas isso sim🤬🤬ou aliás um cavalo que só dá coice
2023-12-03
5