Emocionada

Nós chegamos à casa de Arthur. Ao entrar, eu me senti mais livre e confortável, menos assustada e mais leve do que antes. Fiquei empolgada, acreditando que as coisas poderiam mudar rapidamente, mas...

Arthur: — Vá para o quarto. — Ordenou.

Denise: — Ok.— Engoli em seco, quebrando a minha empolgação.

Denise 💭: Não importa o que aconteça, eu continuo mostrando que sou uma mulher forte e que nunca abaixa a cabeça. Vou fingir que nada está me afetando e que está tudo bem.

Eu vou para o quarto e fecho a porta. Então tiro os sapatos, o vestido e a maquiagem com um lenço umedecido. Alguém bate na porta.

Denise: — Entra.

Era Arthur.

Denise 💭: Estranho... o Arthur nunca bate na porta para entrar. Será que ele ficou envergonhado por causa da toalha?

Arthur: — Pegue. Eu trouxe este celular para você. Já tem chip e o básico está cadastrado. — Ergueu o celular na minha direção, para que eu fosse buscar.

Denise: — Está falando sério? — Empolguei- me e dei um sorriso largo.

Arthur: — Sim. — Levantei e peguei o celular da mão dele.

Denise: — Caramba! É a primeira vez que ganho um desses. — Falei ao analisá- lo com um sorriso no rosto e curiosa.

Denise: — Meu dinheiro nunca foi suficiente e meus pais esqueceram de... — Pausa — me dar um. Só para as minhas irmãs. — Dei um meio sorriso.

Narração - Arthur

Fiquei surpreso ao ver sua felicidade em ganhar um simples celular, algo tão comum nos dias de hoje. Seus olhos brilharam ao perceber que era realmente um celular, e bonito.

Denise: — Muito obrigada mesmo!

Eu vou até Arthur e dou um abraço nele. Mas, logo depois, minha ficha cai. Eu me afasto e fico com uma expressão de arrependimento.

Denise: — Ai! Me desculpa. — Me recompus, com medo da sua reação.

Denise: — Acho que me emocionei demais, perdão. — O meu brilho sumiu e a minha cabeça abaixou, como sempre.

Denise: — É que eu nunca tive um desses e sempre via os que minhas irmãs tinham e achava incrível! — Tentei me explicar.

Denise: — Desculpa.

Arthur não diz nada, apenas me olha e coloca as mãos nos bolsos.

Arthur: — Fique aí.

Denise 💭: Ele simplesmente me ignorou?! Sério isso?

Arthur: — O lanche deve ter chegado.

Arthur: — Daqui a pouco eu volto. — Fechou a porta, sem esperar respostas.

Denise: — Tá.

Eu fico sem graça pelo que acabou de acontecer. Me sinto muito envergonhada e estranha.Eu me sento na cama e começo a pensar.

Denise 💭: Minha nossa! Que homem bonito. Por mais que eu esteja envergonhada, tenho que admitir que ele tem um abraço confortável e seguro. Os ombros são largos e os músculos ficam destacados nessas roupas elegantes.

Denise 💭: E, sendo mais ousada, tenho que admitir também que ele é muito atraente. Passam-se cinco minutos e Arthur entra no quarto.

Arthur: — Pegue seu lanche.

Ele me entrega sem olhar para mim. Deixa uma pequena garrafa de Fanta, alguns acompanhamentos do lanche e sai. Eu vou até a mesinha ao lado da porta e pego as coisas que ele deixou. Me sento na cama e começo a comer. Confesso que estava com muita fome. Não demora muito para o lanche acabar. Quando termino de comer, ouço as luzes da casa se apagando, ou seja, todos foram dormir. Eu deixo os lixos em cima da mesinha e volto para a cama.

Fico explorando meu novo celular, achando tudo muito interessante. Consigo entender mais ou menos como funciona, mas ainda tenho muito o que aprender. Alguns podem se perguntar, vão me criticar e falar: "Nossa, que sem noção, ela nem pensou em ligar para a polícia e pedir socorro." Bom, pensem comigo. Eu estou na casa de um homem que não sei nem quantos anos tem, onde trabalha, seu status de relacionamento, etc. Só sei que não tive uma experiência legal e agradável com ele, então não posso simplesmente arriscar minha vida ligando para a polícia logo de cara, pois com certeza ele não me entregaria um celular sem nenhuma regra. Depois de muito tempo mexendo no celular, acabo adormecendo.

No dia seguinte...

SEXTA- FEIRA

Acordo e vejo que o celular está com a mensagem na tela: "sem bateria". Como não sabia o que fazer, deixei-o em cima da cama e fui para o banheiro tomar um banho e escovar os dentes. Depois abro as cortinas e descubro a existência de uma piscina enorme e muito chique. Sem mentira, eu nunca entrei numa piscina, sempre evitei ir a festinhas dos grupinhos da minha antiga sala e tal.

Fiquei muito curiosa para saber como é a sensação de ter uma piscina gigante em casa e poder nadar nela todos os dias. Depois de um tempo observando a vista e pensando, alguém bate na porta.

Denise: — Entre. — Depois que "alguém" começou a bater na porta antes de entrar também, não consigo saber se é ele ou outra pessoa.

Margareth: — Bom dia!

Margareth: — Olha! Que bom que o seu rosto está bem menos roxo.

Margareth: — Creio eu que daqui a pouco o Sr. Arthur virá cuidar disso novamente.

Denise: — Bom dia.

Denise: — É, talvez ele apareça por aqui.

Margareth: — Vi que vocês saíram ontem à noite, me desculpe a pergunta, mas... o que aconteceu?

Denise: — Olha, se a senhora estiver pensando em algo explícito, não foi isso.

Denise: — Ele me levou ali e a gente conversou um pouco.

Denise: — Coisas necessárias.

Margareth: — Ah, sim.

Margareth: — Aqui está seu café da manhã. Fique à vontade e aproveite, senhorita!

Margareth: — Até mais.

Denise: — Até.

Denise: — E obrigada! — Deu um meio sorriso.

Margareth: — De nada.

Margareth: — Com licença.

Denise: — Toda.

Denise 💭: Quanta enrolação! Era só pedir licença e sair. Pela primeira vez, achei Margaret curiosa demais! Não gostei do ar que exalou ao perguntar aquilo.

Denise 💭: Eu não pensei que ela fosse tão intrometida assim.

Continua...

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